Imprensa
10/02/2015Participação do Estado de São Paulo na receita nominal do comércio brasileiro diminuiu em 2014, segundo FecomercioSP
São Paulo, 11 de fevereiro de 2015 - A participação do Estado de São Paulo na receita nominal do comércio varejista brasileiro recuou 0,2 ponto porcentual na comparação entre 2014 e 2013, chegando a 29,8%. Em valores nominais, essa queda representou uma perda de quase R$ 3 bilhões de faturamento. A análise considera apenas o comércio varejista restrito - que não inclui as atividades de Veículos, Motos, Partes e Peças e de Material de Construção. As estimativas fazem parte do estudo elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados da Pesquisa Anual do Comércio (PAC) e da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), ambas divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo aponta, ainda, que esta foi a segunda queda consecutiva da participação do comércio paulista, que em 2012 havia registrado participação de 30,1%, e em 2013, de 30%. Em 2008, São Paulo chegou a representar 31,1% das receitas de todo o comércio do Brasil.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, mesmo com a queda da participação, São Paulo segue como o Estado brasileiro com a maior receita nominal (R$ 412 bilhões), seguido pelo Rio de Janeiro (R$ 145 bilhões) e Minas Gerais (R$ 133 bilhões). A receita nominal do comércio brasileiro atingiu R$ 1,384 trilhão, com crescimento de 8,5% em relação a 2013.
Desempenho por setor
Na comparação por setor, o desempenho do Estado ficou na média nacional em segmentos considerados essenciais, como Alimentação. No entanto, foi inferior à média brasileira em setores mais dependentes de crédito, como o de Móveis e Eletrodomésticos. Assim, enquanto a receita nominal do comércio brasileiro para esses dois setores cresceu 7,2%, o aumento da receita paulista foi de apenas 4,3%. No setor de Vestuário, o comportamento foi semelhante: enquanto no Brasil a expansão do setor foi de 3,4%, em São Paulo houve uma queda de 1,0% da receita.
Desempenho nacional
A desaceleração da receita nominal do comércio brasileiro foi generalizada. Após ter registrado um crescimento médio de 16,2% ao ano entre 2007 e 2012 - período em que houve impacto da crise de 2008 na economia -, as receitas do comércio varejista cresceram 11,8% em 2013, e apenas 8,5% no ano passado. Entretanto, a piora do cenário parece ter sido mais significativa na economia paulista. Alguns Estados das Regiões Norte e Nordeste, assim como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul, apresentaram desempenho acima da média nacional. A Região Nordeste foi a que mais cresceu, com alta de 9,4% na receita nominal. Destaque para o Estado do Maranhão, com aumento de 11,4%. Já a Região que apresentou menor crescimento foi a Centro-Oeste (5,7%), puxada pelo fraco desempenho do Distrito Federal.
Ano atípico
O ano de 2014 foi marcado por dois grandes acontecimentos que interferiram diretamente na economia: a Copa do Mundo, no primeiro semestre do ano, e, logo na sequência, a acirrada disputa eleitoral para a Presidência da República, que se estendeu até o fim de outubro, com a realização do segundo turno.
A partir das estimativas de evolução das receitas, a FecomercioSP verificou a diferença de desempenho entre os estados que sediaram os jogos do torneio (Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal) e os demais. A receita do comércio dos 12 estados-sede, que respondem por 81% das receitas do varejo nacional, apresentaram expansão média de 8,5%, ante média de 10,3% dos demais estados. Na análise do período entre 2011 e 2014, a diferença entre o desempenho dos dois grupos diminui: crescimento anual médio de 12,9% da receita do comércio dos estados-sede, contra média de 13,6% dos demais.
Para uma avaliação mais precisa do impacto da realização da Copa no varejo, entretanto, é necessário levar em consideração como se comportaram outras variáveis que afetam diretamente o desempenho do comércio, como renda e crédito, por exemplo.
Eleições
Se, por um lado, as incertezas decorrentes da acirrada disputa eleitoral podem ter afetado negativamente a economia do brasileiro, por outro, o desempenho econômico no Estado pode estar diretamente relacionado à votação dos candidatos à presidência. Diante disso, a FecomercioSP comparou a média de crescimento da receita do comércio nos Estados levando em consideração a proporção de votos recebidos por Dilma e Aécio no segundo turno.
Os Estados foram divididos em dois grupos: Estados em que Dilma recebeu o maior número de votos (Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Rio Grande do Norte, Sergipe, Amazonas, Paraíba, Alagoas, Amapá, Tocantins, Pará, Rio de Janeiro e Minas Gerais) e Estados nos quais Aécio recebeu o maior número de votos (Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Mato Grosso, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Goiás, Roraima, Paraná, Distrito Federal, Acre, São Paulo e Santa Catarina). O crescimento médio do comércio em 2014 nos dois grupos ficou próximo: 9,3% no primeiro contra 9,8% no segundo. Ao se analisar não apenas o ano eleitoral, mas todo o período entre 2011 e 2014, o crescimento anual médio dos dois grupos foi praticamente igual (13,3% contra 13,4%).
Todos os direitos patrimoniais relativos ao conteúdo desta obra são de propriedade exclusiva da FECOMERCIO-SP, nos termos da Lei nº 9.610/98 e demais disposições legais aplicáveis à espécie. A reprodução total ou parcial é proibida sem autorização.
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/noticia/participacao-do-estado-de-sao-paulo-na-receita-nominal-do-comercio-brasileiro-diminuiu-em-2014-segundo-fecomerciosp