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Economia

Peru desponta no cenário latino-americano

Ainda há desafios a serem vencidos, mas o constante crescimento chama a atenção de investidores

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Peru desponta no cenário latino-americano

Por Roberta Prescott

A estabilidade econômica e política levou o Peru à posição de destaque na América Latina. Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu em média 6,2% por ano entre 2005 e 2014. A inflação está controlada – 3,2% em 2014 – e a taxa de juros está na casa dos 3%. Mas o Peru tem grandes desafios: redução da pobreza, desigualdade social e o alto grau de informalidade no mercado de trabalho e a problemática do narcotráfico.

Ainda que a economia peruana tenha crescido abaixo do esperado, analistas acreditam que o Peru está em expansão. O PIB fechou 2014 com alta de 2,4%, estando acima da média da América Latina e do Caribe.  Com muitos recursos naturais, considerado o maior produtor de cobre do mundo, o Peru se favoreceu da alta dos preços das commodities e do crescimento da China, que, durante anos, injetou capital em diversas nações por ser um grande consumidor de petróleo, minério de ferro e outras mercadorias.

Da mesma forma, a queda nos preços das commodities levou à retração da economia. O setor primário puxou-a para baixo em 2014 – a diminuição do PIB neste segmento foi de 2,3%, sendo que o da pesca caiu 27,9%; o de mineração e hidrocarbonetos, -0,8%; e o de manufatura, -3,3%.  Para tentar reverter a situação, o presidente Ollanta Humala anunciou um pacote de estímulos avaliado em US$ 3,9 bilhões, que inclui aumento de 22% dos gastos públicos – o maior nível desde 1977 –, e aposta em parcerias público-privadas.

O aumento projetado para o próximo ano leva em consideração alguns fatores que ocorreram em 2014 e que não devem se repetir. A pesca, por exemplo, foi muito afetada devido à mudança climática, impactando o PIB. A perspectiva de crescimento tem base em um cenário macroeconômico que tem se mostrado estável nos últimos 20 anos.

“No Peru, parece haver um consenso político do que precisa ser feito para manter estabilidade. Houve receio de que o presidente Humala fosse populista, mas ele está seguindo [a mesma linha]”, explica Fuentes, da Moody’s. Alberto Pfeifer, membro fundador do Gacint-USP e diretor da Latinus Consultoria, lembra que mesmo os presidentes com apelo populista vêm seguindo uma cartilha econômica mais liberalizante. “O Peru continua se abrindo, fazendo parcerias e promulgando leis que incentivam os investimentos privados”, destacou Pfeifer, que considera que os governos souberam aproveitar o boom dos preços das commodities.

Desafios a vencer

Apesar do progresso econômico, o Peru permanece com alto índice de pobreza, desigualdade social e, ainda, enfrenta o desafio de combater o narcotráfico (o país é um dos principais produtores mundiais da folha de coca e da cocaína). A informalidade chega aos 50% do total do mercado de trabalho. Analistas afirmam que seria preciso aprovar a reforma trabalhista, o que é improvável um ano antes da eleição presidencial. O nível educacional da população também deve melhorar.

“O país optou pela liberalidade de mercado, por ter economia de mercado e empreendedorismo. Com isso, a redução da desigualdade é mais lenta, mas está ocorrendo”, pontua Pfeifer. Para ele, o Peru conta com receitas suficientes para dar conta de sua dívida social e que, seguindo a linha atual de condução econômica, dentro de 20 ou 30 anos o país será de classe média.

Confira a reportagem completa aqui.

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