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Sustentabilidade

Projeto aproveita potencial da água salina para criar peixes

Finalista do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade aumenta renda de comunidades do Nordeste

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Projeto aproveita potencial da água salina para criar peixes

O subsolo do semiárido brasileiro é rico em lençóis freáticos, mas o aproveitamento desta água esbarra na salinidade. Para superar essa limitação, o professor Nildo da Silva Dias, da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa), desenvolveu um estudo que explora o potencial da água salina no cultivo de plantas típicas da região e para a criação de peixes que sobrevivem em águas com alto índice de sal. O projeto é finalista do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade, na categoria Academia, entre os professores.

O projeto visa instalar bombas nas estações de tratamento para retirar a água salobra dos poços e destiná-la a tanques para criação de tilápia. “Apenas em Mossoró (RN), temos 60 dessalinizadores e mais de dois mil em todo o Nordeste. Temos a possibilidade de ajudar a não poluir o meio ambiente com o despejo de dejetos e estimular a piscicultura em comunidades carentes”, afirma. 

Os dessalinizadores instalados nas estações de tratamento geram, além da água potável, um detrito altamente salino e de elevado poder poluente. O projeto de Dias visa justamente a utilização deste resíduo. O piloto foi desenvolvido na comunidade de Bom Jesus (a 70 km de Mossoró) e obteve resultados positivos. Dias constatou que a criação de tilápias nos tanques de água salina é extremamente rentável e já supera, economicamente, atividades cotidianas das famílias da região, como a criação de galinhas caipiras. 

As ações das pesquisas colaboraram significativamente com a gestão participativa das águas, que antes eram rejeitadas, e com a potencialização da geração de renda e de alimentos, por meio da inovação e da diversidade de atividades que poderão ser desenvolvidas pelas famílias, além de contribuir para a conservação ambiental de dois importantes recursos naturais: o solo e a água. Agora, o desafio é levar a ideia para outras regiões.

O projeto contou com o financiamento do Banco do Nordeste e do Governo Federal para a implantação e agora espera atrair novos investidores para ampliar a área de atuação. “A participação no 4º Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade nos dá visibilidade para todo o Brasil. Esperamos que governos e empresários reconheçam nossos esforços para levar o projeto para outros lugares do País”, afirma.

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