Editorial
23/12/2016Redução de juros do cartão e saque do FGTS ajudam a diminuir a inadimplência
FecomercioSP apoia iniciativas do governo federal por não produzirem impacto fiscal nas contas públicas

Medida anunciada pelo governo tem efeito direto no refinanciamento de dívidas com cartões de crédito
(Arte/Pixabay)
O governo federal anunciou na quinta-feira (22) novas medidas para estimular a economia. Entre elas, a redução dos juros do cartão de crédito e a possibilidade de saque dos recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) das contas inativas.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) apoia as iniciativas uma vez que se tratam de medidas de característica generalista, não escolhendo privilegiados, e também pela ausência de impacto fiscal nas contas públicas.
A medida adotada para redução dos juros do cartão de crédito vai atingir a modalidade de juros do crédito rotativo, que alcançou 482,1% ao ano em novembro, de acordo com o Banco Central. A rigor, muitos consumidores endividados, quando se tornam inadimplentes, são chamados para renegociar suas dívidas sob condições melhores do que aquelas que justamente os tonaram inadimplentes. O que será feito ao longo do início de 2017 é normatizar essas práticas.
Essa medida tem um efeito direto na redução do custo das parcelas de uma dívida e também do refinanciamento das dívidas com os cartões de crédito. Além disso, deve reduzir a necessidade de inúmeras renegociações, que acabam contaminando a relação entre consumidores e administradores de cartões.
Para o varejo, os efeitos, embora modestos, serão positivos. O consumidor inadimplente vai poder retomar seu crédito. Quem estiver com as contas em dia terá condições melhores para não se tornar um futuro devedor.
O uso do FGTS das contas inativas não compromete o equilíbrio do Fundo e não impacta as contas públicas. Serão usados recursos que, de fato, pertencem aos trabalhadores. O acesso aos recursos das contas inativas vai colocar em circulação cerca de R$ 30 bilhões na economia, que certamente serão utilizados para pagamento de dívidas, aliviando muitas famílias, e para o consumo.
O efeito dessa medida não é desprezível, dado que o volume de recursos é de cerca de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) - maior, por exemplo, do que o Bolsa Família.
Ambas medidas produzem pequeno efeito no curto prazo, mas contam com significativo alcance a longo prazo. As iniciativas tampouco geram distorções econômicas ou alocativas, além de não se tratarem de incentivos imediatistas.
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