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Economia

Regulamentação para compartilhamento de viagens não traz soluções significativas

Para a FecomercioSP, polos de desenvolvimento regionais são saída para melhorar a mobilidade urbana

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Regulamentação para compartilhamento de viagens não traz soluções significativas

A redução no número de veículos em circulação deve chegar a 30%, segundo a Prefeitura e a SP Negócios
(Arte TUTU)

Por Deisy de Assis

Por meio do Decreto nº 56981/2016, a Prefeitura de São Paulo regulamentou em maio o compartilhamento de viagens em carros operados por empresas. A proposta é aumentar o número de passageiros nos automóveis e reduzir a quantidade de veículos em circulação com o intuito de diminuir os congestionamentos. Segundo o Conselho de Desenvolvimento Local da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), embora ter menos carros nas ruas seja algo positivo, a medida não representa solução significativa para a mobilidade urbana.

“Não haverá grandes mudanças para algumas regiões, como a Zona Leste, por exemplo, onde milhares de trabalhadores sofrem com o problema do excesso de carros e transportes públicos lotados nos períodos de pico”, afirma o presidente do referido Conselho, Jorge Duarte, que aponta a necessidade de reorganização das regiões da capital paulista.

De acordo com a Prefeitura e a São Paulo Negócios - empresa vinculada à Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico, que presta o apoio técnico -, a redução no número de veículos em circulação deve chegar a 30%.

Funcionamento

O compartilhamento de viagens será permitido a partir da concessão do direito de uso do viário urbano às chamadas Operadoras de Tecnologia de Transporte Credenciadas (OTTCs), ou seja, empresas que poderão realizar o serviço de transporte com até quatro pessoas no mesmo veículo.

Isso se dará por meio de um sistema que permite ao passageiro a opção de “dividir” o veículo com outras pessoas em casos de destinos próximos. As empresas credenciadas têm 16 meses para disponibilizar a alternativa. Ao oferecer o serviço, as OTTCs pagarão outorga à Prefeitura, sendo que o valor proposto foi de R$ 0,10 por quilômetro rodado nas viagens.

Polos de desenvolvimento regionais

Para Duarte, a melhor alternativa seria estimular a criação de polos de desenvolvimento na Capital, os quais melhorariam as diferentes áreas do município, que têm características distintas, e permitiriam às pessoas trabalhar mais perto de suas residências.

“A prefeitura de São Paulo tinha uma proposta para a região leste, por exemplo, mas ela acabou não saindo do papel nesta gestão”, comentou o presidente do Conselho. Ele frisa que somente em uma cidade mais descentralizada será possível ter melhor mobilidade urbana.

Impactos aos estabelecimentos comerciais

O compartilhamento de viagens pode influenciar o comércio. Entretanto, segundo o Conselho de Desenvolvimento Local da Federação, as mudanças serão poucas nesse sentido, uma vez que a alternativa só será utilizada por pessoas que já se locomovem diariamente para a região central. “Dessa forma, não haverá um público diferente nos estabelecimentos”, argumenta Duarte.

Para impactar positivamente os setores de comércio e de serviços de São Paulo, o presidente do Conselho menciona novamente os polos de desenvolvimento espalhados pelo município como o melhor caminho. “As pessoas teriam mais recursos e tempo para frequentar o comércio. O próprio Centro poderia renovar o seu público e possibilitar inovação aos estabelecimentos.”

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