Editorial
30/01/2017Riso é termômetro importante para a comédia, mas não é absoluto
Para Cláudio Torres Gonzaga, diretor da peça “Enfim, nós”, em cartaz no Teatro Raul Cortez, o trunfo do espetáculo é também contar com situações românticas com as quais o público se identifica

Cássio Reis, Fernanda Vasconcellos e Cláudio Torres Gonzaga falaram sobre o espetáculo
(Foto de Christian Parente)
Por Jamille Niero
“Quando se faz comédia, o fator de qualidade está aparentemente ligado à quantidade de riso, que é um termômetro importante, mas não absoluto”, assegura Cláudio Torres Gonzaga, um dos criadores e diretor da comédia romântica “Enfim, nós”, em cartaz no Teatro Raul Cortez. Segundo ele, foi esse o alerta dado ao casal de atores Fernanda Vasconcellos e Cássio Reis, intérpretes dos personagens centrais do espetáculo, que estreou em 21 de janeiro.
“Não dá para negar que há uma certa cobrança por risadas, porque é algo que deve ocorrer naturalmente, enquanto as cenas vão acontecendo. O público não chega em casa depois e ri, pensando ‘que boa aquela piada’, é uma reação imediata ali. E isso é o mais difícil”, comenta o diretor.
Por outro lado, a peça tem uma combinação de comédia e romance, o que faz com que a plateia também se identifique com as situações vivenciadas no palco. “É muito importante não se deixar levar só pela comédia e manter a parte romântica, que é o que faz com que ela tenha a vida longa, porque não é só a piada, tem aquilo que os casais se identificam”, alega Gonzaga.
É a primeira vez, ao longo dos cerca de 10 anos de existência, que a peça conta com atores casados na vida real. Por isso, acredita o diretor, o espetáculo foi enriquecido pela intimidade já existente entre Fernanda e Cássio. “De adaptação foi feito pouco, apenas atualizamos alguns nomes e piadas, que foram mudando por causa do tempo. Tirando isso, a mudança fundamental e que enriqueceu foi a bagagem deles.”
Contudo, a intimidade foi um ponto que os atores precisaram tomar cuidado ao construir os personagens. “Precisamos descontruir muita coisa para a peça funcionar e não virar um reality”, aponta Cássio Reis. “E o Cláudio nos ajudou muito, indicando quando estávamos falando como casal da peça e da vida real”, acrescenta Fernanda Vasconcellos.
O resultado pode ser conferido nas apresentações realizadas aos sábados (às 21h) e aos domingos (às 18h), no Teatro Raul Cortez, na sede da FecomercioSP, até 19 de fevereiro. Clique aqui para outras informações.
Todos os direitos patrimoniais relativos ao conteúdo desta obra são de propriedade exclusiva da FECOMERCIO-SP, nos termos da Lei nº 9.610/98 e demais disposições legais aplicáveis à espécie. A reprodução total ou parcial é proibida sem autorização.
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/noticia/riso-e-termometro-importante-para-a-comedia-mas-nao-e-absoluto