Imprensa
21/01/2015Selic pode aumentar de novo no primeiro semestre, prevê FecomercioSP
Entidade avalia que, para manter a inflação controlada, BC pode elevar os juros até 13%

Pela terceira vez consecutiva o Banco Central decidiu elevar a taxa Selic, que passou de 11,75% para 12,25%. Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), a alta de 0,50 ponto porcentual (p.p.) é coerente com os últimos discursos do presidente do Banco Central e reafirma as apostas do mercado em uma postura mais agressiva da autoridade monetária no combate à inflação. A FecomercioSP avalia também que a taxa pode ser reajustada novamente e, assim, atingir entre 12,50% e 13% ainda no primeiro semestre de 2015.
Esses reajustes podem ocorrer, pois o BC agora parece empenhado em conter a alta da inflação, principalmente neste momento em que o realinhamento de muitos preços (energia elétrica, transportes, combustíveis, IPTU, matrículas escolares etc.) pode levar a variação do IPCA de janeiro para acima de 1%.
Em 2014, a inflação, medida pelo IPCA, ficou em 6,41% – muito perto do teto da meta (6,5%). Tudo indica que o realinhamento pontual dos preços deve pressionar a inflação, a qual, considerando a variação acumulada em 12 meses, deve ficar acima de 6,5% nos primeiros meses deste ano. É fundamental, portanto, que o BC não permita a persistência do índice muito tempo nesse patamar e que a elevação dos juros consiga impedir a disseminação dessa alta pontual dos preços. Dessa forma, será mantido o sinal de que a instituição busca a convergência do IPCA para o centro da meta ao longo dos próximos dois anos.
Na análise da FecomercioSP, a política fiscal, aliada à política monetária, poderá trazer o IPCA para baixo com o menor custo social possível e no menor espaço de tempo. Ainda que não se tenha certeza de que o discurso será posto integralmente em prática, já é certo que o BC está honrando o que tem alardeado sobre a intolerância à inflação. Mesmo árdua para atividade econômica, no atual momento a alta da Selic é necessária para a estabilização dos preços e, consequentemente, para a retomada do crescimento da economia brasileira no longo prazo.
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