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Negócios

Startups do agronegócio já estão presentes no cotidiano de metade dos agricultores brasileiros

Conheça as agtechs, empresas cujos serviços e recursos respondem atualmente à demanda por tecnologia em todo o ciclo produtivo

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Startups do agronegócio já estão presentes no cotidiano de metade dos agricultores brasileiros

Alguns segmentos têm se mostrado muito promissores, tais como segurança, qualidade, certificação e rastreabilidade dos alimentos
(Arte: TUTU)

Assim como já havia ocorrido em crises passadas, o setor agropecuário foi o grande destaque econômico positivo ao longo da pandemia, sendo o único a exibir crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, com variação positiva de 2%, enquanto que a economia brasileira recuava 4,1%.

Este desempenho foi possível graças às condições climáticas favoráveis que permitiram uma safra recorde de grãos; à demanda externa aquecida – principalmente chinesa – aliada a uma desvalorização do real em relação ao dólar; e ao pagamento do auxílio emergencial, que fortaleceu a demanda interna por alimentos, entre outros fatores.

Este cenário benigno teve efeitos positivos sobre o ecossistema de inovação do agronegócio brasileiro, conforme mostra o Radar Agtech Brasil 2020/2021, estudo que mapeia as startups do setor agropecuário brasileiro – as chamadas “agtechs” – realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a SP Ventures e a Homo Ludens Research and Consulting.

O relatório contabiliza 1.574 agtechs e mais de 20 hubs de inovação agropecuária no País, considerando o período entre 2020 e o primeiro trimestre de 2021. Embora a comparação direta com a edição anterior seja afetada por causa de alterações na metodologia do estudo, vale mencionar que o relatório de 2019 apresentou 1.125 agtechs; ou seja, o levantamento mais recente aponta para um crescimento de 40% no número de startups voltadas ao setor, praticamente uma nova startup por dia, desde o início da pandemia.

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O Brasil também segue na vanguarda do uso de ferramentas digitais. Ao longo da pandemia, o porcentual de agricultores que utilizam algum meio digital em sua operação saltou de 36% para 46%, estando à frente dos produtores americanos (31%) e europeus (22%), conforme dados da consultoria americana McKinsey & Company. Tendo em vista as condições atuais de aumento de demanda mundial, a necessidade de métodos sustentáveis de produção e os desafios impostos pelas mudanças climáticas, a atividade agropecuária é promissora para as startups. A FecomercioSP separou algumas dicas e informações para quem deseja entrar ou investir neste ecossistema de inovação do agronegócio. 

Um leque de possibilidades

Antes de tudo, é preciso esclarecer que as agtechs, atualmente, são classificadas em três grandes grupos: “antes”, “dentro” e “depois da fazenda”. Confira a divisão a seguir.

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A radiografia trazida pelo estudo Radar Agtech 2020/2021 revela que o grupo “depois da fazenda” concentra quase a metade das empresas do ramo (45,6%). São 718 startups enquadradas nesse grupo, com destaque para as categorias Alimentos Inovadores e Novas Tendências Alimentares (293 agtechs); seguidas por Marketplaces e Plataformas de Negociação e Venda de Produtos Agropecuários (100 agtechs) e Armazenamento Infraestrutura e Logística (57 agtechs).

O segundo maior grupo é o “dentro da fazenda”, com 657 startups, em que se destacam as categorias Sistema de Gestão de Propriedade Rural (154 agtechs); Plataforma Integradora de Sistemas, Soluções e Dados (111 agtechs) e Drones, Máquinas e Equipamentos (75 agtechs).

Quanto à distribuição geográfica das startups do agronegócio, quase 50% das agtechs estão localizadas no Estado de São Paulo, 62% no Sudeste. São Paulo também se destaca ao ser o único Estado a abrigar as 33 categorias da classificação das agtechs, conforme o Radar Agtech Brasil 2020/2021.

Setores promissores

Uma dica importante para quem deseja investir no segmento é identificar as tendências/apostas para o setor agropecuário. A Embrapa e o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) são fontes essenciais de pesquisa. A Embrapa tem priorizado temas como a agricultura digital, a rastreabilidade e a logística relacionadas às operações do agronegócio.

No documento Visão 2030: o Futuro da Agricultura Brasileira, a instituição identificou sete megatendências setoriais: mudanças socioeconômicas e espaciais na agricultura; intensificação e sustentabilidade dos sistemas de produção agrícolas; mudanças climáticas; riscos na agricultura; agregação nas cadeias produtivas agrícolas; protagonismo dos consumidores; e convergências tecnológica e de conhecimentos na agricultura.

Como produtos mais dinâmicos dos próximos anos, o Mapa identifica a carne suína, a soja em grão, o algodão em pluma, a celulose, o milho, a carne de frango e o açúcar, além da manga, do melão e da maçã.

Em um contexto de pandemia e maior preocupação com questões relacionadas à sustentabilidade e à preservação de biomas, alguns ramos se mostram promissores, tais como segurança, qualidade, certificação e rastreabilidade dos alimentos – segmentos nos quais tecnologias como o blockchain podem ser grandes aliadas; a análise de grandes bancos de dados para melhor controle da produção e da safra; e o desenvolvimento de marketplaces que conectem produtores e compradores.

A seguir, exemplos de startups que atuam nesses segmentos promissores.

- A Ecotrace, que iniciou as atividades oferecendo um serviço de rastreamento da carne bovina do produtor até o consumidor, mapeando informações sobre todos os integrantes da cadeia – tudo com base em blockchain e Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês). A startup, que já conta com grandes clientes como JBS, Minerva e Frigol, recebeu um investimento de R$ 3 milhões em 2021 de uma gestora de venture capital, e espera crescer 30% nos próximos anos.

- A Grão Direto, plataforma digital de comercialização de commodities agrícolas, como milho e soja, que conecta vendedores e compradores. Os produtores postam suas ofertas e os interessados iniciam a negociação considerando preços, quantidade, logística de entrega, etc. Com base em uma parceria com a Bolsa de Chicago, a maior do mundo no que se refere a commodities, a plataforma também oferece soluções de precificação personalizada para cada cliente.

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