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Negócios

Varejo paulista cresce quase 8% no primeiro semestre, mas começa a ver sinais de desaceleração

Lojas de roupas e calçados foram grande destaque positivo do período com alta de 15,4% no faturamento

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Varejo paulista cresce quase 8% no primeiro semestre, mas começa a ver sinais de desaceleração
Na avaliação da FecomercioSP, o segundo semestre deve acabar com dados positivos, mas em ritmo menor do que o do primeiro período (Arte: TUTU)

Com o mercado de trabalho aquecido, o varejo paulista viu seu faturamento crescer 7,9% neste primeiro semestre de 2025 [tabela 1] em comparação ao mesmo período do ano passado. Os resultados de junho, porém, evidenciam uma tendência de desaceleração do setor (alta de 4,4%), mostram os dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

Tendência semelhante é observada na cidade de São Paulo, com expansão de 7,7% nas vendas ao longo do semestre [tabela 2], mas de ritmo mais lento em junho (4,8%) em relação ao mesmo mês de 2024. 

A avaliação da FecomercioSP é de que, se por um lado o mercado de trabalho em bom momento e a renda melhor sustentaram o consumo, por outro o ciclo de altas da taxa Selic (ela está em 15% hoje), a inflação acima do teto da meta e o crescimento da inadimplência já impactaram negativamente as vendas de alguns segmentos, principalmente os que comercializam bens duráveis – em que a compra depende de crédito, o que compromete o orçamento doméstico durante meses. 

No Estado de São Paulo, por exemplo, concessionárias de veículos e das lojas de móveis e decoração recuaram 0,8% e 9,9%, respectivamente, em junho. A expectativa é que essa tendência de desaceleração, e até mesmo de queda nas vendas de algumas atividades, permaneça no segundo semestre.

Isso porque os fatores econômicos que impulsionaram a retomada do setor de 2023 em diante, como a elevação da renda média, a recuperação do emprego e a inflação mais controlada, perderam fôlego agora. 

[TABELA 1]

Variação do faturamento do varejo no Estado de São Paulo

Fonte: SEFAZ/ FecomercioSP

[TABELA 2]

Variação do faturamento do varejo na cidade de São Paulo
 Fonte: SEFAZ/ FecomercioSP

Em paralelo a isso, o mercado de trabalho tende a se acomodar no nível atual, enquanto o crédito está ficando mais caro e o endividamento das famílias está voltando a subir (em agosto, 71,5% dos lares paulistanos estavam com dívidas e 22,1% tinham contas atrasadas, segundo a PEIC, da FecomercioSP).

VENDAS DE ROUPAS E PEÇAS DE CARROS EXPLODEM NO ESTADO

Já no balanço semestral, as nove atividades que compõem a base da PCCV tiveram elevação, com destaque para as lojas de vestuário, tecidos e calçados (alta de 15,4% no faturamento) e para autopeças e acessórios para veículos (10,8%). No acumulado do primeiro semestre, o crescimento de 7,9% representa um faturamento R$ 54,5 bilhões superior em relação ao mesmo período do ano passado.

[TABELA 3]

Faturamento absoluto do varejo no Estado de São Paulo (Junho)

Fonte: SEFAZ/ FecomercioSP


ROUPAS E ELETRODOMÉSTICOS DÃO O TOM NA CAPITAL

Da mesma forma, o semestre foi positivo para todas as atividades varejistas na cidade de São Paulo neste primeiro semestre, mas com algumas variações em relação aos dados estaduais. A mais relevante delas é que, na metrópole, o destaque foi o segmento de eletrodomésticos e eletrônicos, cuja alta foi de 16% no período. seguido pelas lojas de roupas e calçados (12,5%). 

Destaques ainda para os desempenhos dos supermercados (7,5%) e das lojas de autopeças (7,8%), que conformam a boa fase do segmento automotivo.

[TABELA 4]

Faturamento absoluto do varejo na cidade de São Paulo (Junho)

Fonte: SEFAZ/ FecomercioSP

A leitura de desaceleração, porém, se repete ao se observar o desempenho de junho: das nove atividades, três tiveram quedas no mês, sendo lojas de móveis a maior delas (-8,8%). As outras foram as concessionárias de carros (-1,6%) e os materiais de construção (-1%).

Na verdade, esses números apontam para uma desaceleração mais intensa e precoce na capital, cujos sinais ainda são mais tímidos no interior, onde farmácias e materiais de construção dão vitalidade ao varejo. 

Essa diferença sugere que a metrópole tende a ser mais sujeita às oscilações macroeconômicas, como o encarecimento do crédito, por exemplo. No Estado, como a demanda é mais distribuída, tende a ser mais resiliente também.

Na avaliação da FecomercioSP, o segundo semestre deve acabar com dados positivos, mas em ritmo menor do que o do primeiro período. Às empresas, o momento é de cautela, com foco em segmentação de clientes, digitalização, fidelização e estratégias criativas para manter as vendas aquecidas.

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