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Economia

Wi-Fi gratuito ganha espaço em praças da capital paulista

Especialistas sugerem parceria com iniciativa privada e reaproveitamento de estrutura telefônica de orelhões para ampliar rede de internet gratuita na capital

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Wi-Fi gratuito ganha espaço em praças da capital paulista

A capital paulista caminha para ampliar a cobertura de Wi-Fi gratuito em pontos públicos da cidade. Um dos principais passos dado foi o programa Wi-Fi Livre SP, que tem como meta disponibilizar internet gratuita em 120 praças.
 
A intenção é que o projeto dê novos frutos, como explica Márcio Bellisomi, presidente da Prodam - Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município de São Paulo, responsável pelos requisitos técnicos e gerenciamento da qualidade do serviço.
 
"Primeiro vamos instalar esses 120 pontos e avaliar todo o projeto. Para a ampliação, pensamos em um novo modelo de negócio, com a participação mais intensa da iniciativa privada. Mas tudo isso ainda será analisado com base nos resultados iniciais do projeto", indicou Bellisomi.
 
O coordenador dos cursos de Engenharia da Computação e Engenharia de Produção 2.0. da FIAP, Almir Alves, acredita que o processo de ampliação dos pontos gratuitos de Wi-Fi pela cidade possa ser bem-sucedido. "Se for feito de uma forma consistente e escalonada, é possível. São Paulo tem deficiências, mas tem uma estrutura do passado de cabeamento muito grande. O projeto precisa ser gerenciado e feito da forma correta para não se tornar um novo balão de ensaio".
 
O professor cita a estrutura de cabeamento telefônico dos orelhões como possibilidade a ser explorada pelo projeto. "Algumas cidades do exterior, como Londres e São Francisco, estão usando essa estrutura de orelhões para Wi-Fi público. São Paulo pode aproveitar essas ilhas de orelhões, principalmente nas praças, onde o sinal acaba sendo mais interessante", sugere.
 
Na instalação do programa, a Prodam indicou que as empresas contratadas verificam quando há infraestrutura para ser aproveitada. "Temos observado que, algumas vezes, as empresas têm de solicitar à concessionária de energia elétrica a instalação de pontos de energia para os equipamentos Wi-Fi, e esse processo pode demorar alguns dias. Isso tem gerado algum atraso", informou Bellisomi.
 
O consultor da IDEA - Planejamento de Redes Metropolitanas, Gilberto Viana Ferreira, acredita que o projeto é positivo, mas poderia ter sido aplicado com maior abrangência. "Realizamos estudos em uma região da capital, definida pelo município, em que identificamos que, com uma cobertura em área residencial, poderíamos atingir uma população de 250 mil habitantes, em seu estado de contemplação, com 20% dos custos quando comparados aos recursos alocados às praças. Isto significa que o poder público levaria o sinal às residências, onde as pessoas efetivamente estudam, acessam a rede para pesquisa e podem se dedicar a um tempo maior de conexão de rede", explicou Ferreira.
 
Bellisomi indica que a ampliação mais econômica depende de fatores referentes à estrutura da cidade. "Se a prefeitura já contasse com uma rede própria de telecomunicação de grande capilaridade, os custos seriam mais baixos. Estamos trabalhando para ampliar a rede, mas ela ainda não atende todas as nossas necessidades".
 
O consultor da IDEA citou o caso do Governo do Estado do Acre, que construiu uma rede metropolitana de dados para acesso gratuito pela população. "Eles construíram uma rede de Wi-Fi sobre 95% de toda a capital para acesso fixo e diversos hotspots em praças. O cidadão adquire seu equipamento no comércio local, instala e passa a acessar a rede pública, sem limite de horário, restrição a sites e limite de volume acessado", exemplificou.
 
Para a realidade de São Paulo, o professor Almir Alves sugere a participação privada no processo. "Os pontos poderiam ser patrocinados pelas próprias empresas de telecomunicação ou fabricantes, patrocinando o local e colocando a marca da companhia associada à da prefeitura, o que traz ganho para todo mundo. Ao mesmo tempo, une as melhores fabricantes para o serviço e melhora a imagem de todos", sugere.
           
Wi-Fi pela cidade
 
As praças que receberão a rede de internet estão listadas aqui. Do total previsto, 40 já estão em operação. A área de cobertura varia de acordo com o espaço e a estrutura técnica, mas permite o acesso de até 250 usuários, dependendo da praça. A velocidade mínima da internet oferecida pelo projeto é de 512kbps efetivos e por aparelho. De acordo com a Prodam, o usuário pode informar se tiver problemas com conexão, no mesmo site citado acima.
 
Os dados que circularem na rede estarão protegidos por confidencialidade e, de acordo com o programa, não haverá restrição de conteúdo. Além disso, o prestador de serviço não poderá filtrar o tráfego por IP de origem ou de destino, por aplicação ou por conteúdo, exceto para cumprir legislação em vigor.
 
Bellisomi ainda indica que as praças foram escolhidas para receber os pontos de Wi-Fi como estratégia para otimizar o desenvolvimento local. "Esse projeto traz o conceito de estimular a ocupação dos espaços públicos na cidade, sendo que o acesso gratuito à internet é mais um dos meios para isso. A ideia é que essa disponibilidade de internet ajude a incentivar novas atividades culturais, sociais e esportivas".

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