Economia
13/08/2019O Brasil atual não cabe no PIB, afirma Paulo Rabello
Economista comenta ao UM BRASIL sobre o orçamento público brasileiro e as reformas estruturais urgentes

Outro destaque na entrevista foi o papel do BNDES, considerado por ele um dos bancos mais bem-sucedidos do mundo
(Foto: Christian Parente)
“Os interesses no Brasil estão encastelados nos mais pesados dos orçamentos públicos, um orçamento que é trilionário – e isso apenas no plano federal. O Brasil governamental não cabe no PIB.” Essa é a forma como o economista e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) Paulo Rabello de Castro caracteriza a situação fiscal do País e os rumos da economia em entrevista ao UM BRASIL, uma iniciativa da FecomercioSP, em parceria com o InfoMoney.
Na conversa, Rabello defendeu reformas que ataquem diretamente o problema fiscal. Para ele, a questão tributária é mais importante neste momento. “A reforma mais urgente é a Tributária, junto de uma agenda fiscal. Não existe apenas a simplificação desejada de tributos. É preciso que haja contenção de despesas, mas o governo está fazendo apenas o mesmo contingenciamento convencional de administrações passadas”, critica.
Veja também:
Agenda da produtividade precisa integrar abertura comercial e melhoria da infraestrutura, diz Henrique Meirelles
Tudo no Brasil depende do Estado: de fantasia de Carnaval a empresa de telefonia
Oposição não tem poder de veto sobre a Reforma da Previdência, diz Maílson da Nóbrega
Outro destaque na entrevista foi o papel do BNDES para o desenvolvimento nacional e as atuais escolhas governamentais quanto às responsabilidades econômicas da instituição. Segundo ele, o BNDES é um dos bancos mais bem-sucedidos do mundo em termos de lucratividade. “O banco paga dividendos para o governo todos os anos, entre 90% e 100%. Do superávit fiscal total acumulado de 2006 para cá no País, quase 40% vieram do BNDES”.
Rabello enfatiza que os esforços governamentais deveriam focar na reestruturação do banco. Ele ressalta ainda que o desenvolvimento local dos Estados depende dos instrumentos do BNDES, para que não fiquem sujeitos apenas a recursos de poucas instituições privadas ou estrangeiras.
Confira a entrevista na íntegra a seguir:
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/um-brasil/materias/o-brasil-atual-nao-cabe-no-pib-afirma-paulo-rabello
Notícias relacionadas
-
Pesquisas
Setor do Turismo registra faturamento recorde em abril e mantém trajetória de crescimento
Avanço de 10,4% na comparação anual reflete aquecimento da demanda, maior renda e impacto dos feriados prolongados
-
Modernização do Estado
Entidade defende contratação temporária e fim de privilégios
Modernização do EstadoComo o Estado pode ser mais eficiente? Veja as propostas
Economia DigitalCerco às Big Techs: decisão do STF impõe novo regime de moderação da internet
Recomendadas para você
-
Mercado
Confiança do empresário do Comércio sobe em julho, mas queda anual aponta reflexo negativo da política econômica
Aumento de impostos, juros elevados e falta de corte de gastos geram cautela em relação ao futuro e aos investimentos
-
Mercado
Preocupações econômicas retraem consumo das famílias paulistanas
Índices de confiança e de consumo sofreram recuos de 11,6% e 4,6%, na comparação anual
-
Brasil
Empresários estão mais pessimistas com cenário econômico
ICEC sobe 1,8% em maio, mas continua abaixo da linha do otimismo; IEC registra sexta queda consecutiva
-
Economia Digital
Inovação a partir de quem usa
“É do usuário que novas indústrias surgem”, afirma Eric von Hippel, pesquisador no MIT