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Economia

Intenção de financiamento surpreende e cai 4,1% em dezembro mostrando um consumidor conservador mesmo às vésperas do Natal

Segundo a FecomercioSP, o Índice de Intenção de Financiamento passou de 18,4 pontos em novembro para 17,6 pontos em dezembro

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Intenção de financiamento surpreende e cai 4,1% em dezembro mostrando um consumidor conservador mesmo às vésperas do Natal

Natal e 13º salário não foram suficientes para alavancar a intenção de financiamentos dos consumidores
(Arte/Pixabay)

Em dezembro, nem mesmo a preparação para o Natal e o pagamento do 13º salário mudaram a intenção de contrair financiamentos por parte dos consumidores, que normalmente se mostra mais elevada nesse período do ano. Neste mês, o que ocorreu foi exatamente o oposto, de acordo com a Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE), elaborada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

O Índice de Intenção de Financiamento registrou queda de 4,1% em dezembro, na comparação com novembro, passando de 18,4 para 17,6 pontos. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve crescimento de 4,4%. Com o recuo da intenção de financiar, apenas 8,2% dos consumidores paulistanos estão dispostos a tomar crédito nos próximos três meses, muito abaixo dos 10,1% da média histórica.

O Índice de Segurança de Crédito caiu 2,3% na comparação com o mês anterior, passando de 80,2 pontos para 78,4 pontos. Em relação ao mesmo mês de 2015 houve alta de 2,9%, quando o índice registrava 76,2 pontos.

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De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o índice de segurança de crédito caiu devido à redução da poupança dos consumidores não endividados, cujo índice recuou 10,3% na comparação com novembro. Tal comportamento é consonante com a intenção de financiamento ao revelar um consumidor ainda inseguro em assumir novas dívidas e que se possível utiliza suas reservas financeiras para cobrir as despesas.

A Federação ressalta que o início do próximo ano exigirá cautela por parte dos consumidores e financiadores. Apesar da expectativa de uma retomada econômica, o desemprego permanecerá elevado. Nesse final de ano, mesmo com o pagamento do 13º salário, as famílias têm optado por quitar dívidas ao invés de fazer compras de Natal. Diante da crise, a proporção de famílias que deve usar os recursos extras para quitar dívidas ou fazer poupança deve ser maior e esse é um comportamento esperado que pode dar alívio ao risco de crédito. Sendo assim, segundo a FecomercioSP, a partir de 2017, com uma melhoria mais relevante do cenário econômico, a tendência é a retomada gradativa do mercado de crédito e a redução do risco, seja pelo aumento da poupança, seja pela redução do desemprego, fatores que estão diretamente correlacionados.

Aplicações
A poupança permanece sendo a aplicação preferida dos paulistanos. Em dezembro, 60,5% das famílias afirmaram que a poupança foi o principal destino dos seus recursos, recuo de 1,0 ponto porcentual (p.p.) na comparação com novembro. Em dezembro de 2015, essa proporção era de 73,1%. Apesar de ainda ser a favorita, a poupança perdeu espaço ao longo dos últimos meses tanto para a renda fixa quanto para a previdência privada devido aos juros nominais de quase 14% praticado no País e de uma população em fase de envelhecimento.

A proporção de aplicadores em renda fixa passou de 21,8% em novembro para 22,0% em dezembro, alta de 0,2 p.p.. No mesmo mês de 2015, a proporção era de 11,6%. Já a previdência privada passou dos 7,8% em novembro para 8,6%, alta de 0,8 p.p..

Segundo a FecomercioSP, a tendência é de que os juros básicos continuem a ser reduzidos e é possível que os consumidores destinem uma maior parte de suas reservas financeiras para a Caderneta de Poupança, mas também busquem por opções na Bolsa de Valores, por exemplo, principalmente vendo o desempenho atual das ações do Ibovespa.

De acordo com a Entidade, ao contrário do que ocorre em outras economias mais avançadas, como a russa e a chinesa, o conservadorismo dos consumidores brasileiros garante ao país que o sistema financeiro esteja fora das principais preocupações do Governo. Por outro lado, as elevadíssimas taxas de juros ainda inviabilizam o crescimento econômico e o investimento empresarial, e reduzem o potencial tanto de crescimento do País, quanto de valorização do mercado acionário.

A FecomercioSP acredita que em 2017 será mais um período de busca pela estabilidade, visando à diminuição das taxas de juros, com o aumento de investimentos diretos e redução do tamanho do Estado com base nas reformas propostas. Com isso, a partir do próximo ano, o Brasil seguirá gradativamente para um novo ciclo de expansão de crédito e de crescimento.

Sobre a PRIE
A Pesquisa de Risco e Intenção de Endividamento (PRIE) - apurada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) - tem o objetivo de acompanhar o interesse dos paulistanos em contrair crédito e a evolução da proporção de famílias endividadas na capital paulista que possuam aplicações financeiras, o que gera um índice de risco inerente a essas operações. Os dados que compõem a PRIE são coletados em 2,2 mil entrevistas mensais realizadas na cidade de São Paulo.

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