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Negócios

Longevidade do brasileiro incrementa negócios

Com a terceira idade buscando novas atividades, empresários podem adaptar serviços ou produtos para atender esse público, mas devem tomar cuidados específicos

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Longevidade do brasileiro incrementa negócios

Demanda da terceira idade fez agência de intercâmbio criar pacotes específicos para esse público, que hoje representam 25% das vendas
(Arte/TUTU)

Por Jamille Niero

A crescente longevidade do brasileiro despertou o interesse empresarial em oferecer serviços específicos para esse público. Segundo os dados mais recentes do (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida ao nascer no País passou de 74,9 anos em 2013 para 75,2 anos em 2014.

Foi de olho nisso que a agência de intercâmbio cultural Roda Mundo, há dez anos no mercado, lançou o produto Intercâmbio 50+, destinado a viajantes com cinco décadas ou mais. “Sempre tivemos produtos para todas as faixas etárias, mas com foco maior no jovem, porque quando começamos o negócio era quem mais viajava, mas há quatro anos sentimos crescer a demanda do público mais velho. Hoje é um dos nossos principais produtos, com crescimento de 100% de um ano para cá”, resume a diretora da empresa, Roberta Gutschow. Os pacotes para essa faixa etária representam 25% do total das vendas. Entre os clientes atuais, Roberta conta de uma senhora de 75 anos que está na Índia, no seu segundo intercâmbio contratado com a Roda Mundo.

Quem costuma contratar o intercâmbio são pessoas que já têm como hábito viajar e descobriram que esse formato custa mais barato que os pacotes de turismo convencionais, com a vantagem de aprender algum idioma, como inglês, espanhol ou italiano. Um pacote com duas semanas de curso de inglês, atividades e acomodação em casa de família na ilha de Malta, na Europa, custa em média R$ 10 mil (com as passagens e sem considerar o dinheiro a ser gasto no local). O intercambista pode ficar em casa de família, apartamento (privado ou compartilhado) ou mesmo em hotel.

Cuidados
Mais atenção e paciência figuram entre os cuidados específicos que esse público exige. “A explicação tem que ser mais detalhada e, como o idoso não vive tanto na tecnologia como o jovem, precisam de mais informações ‘no papel’. Na viagem, ficamos em contato para saber se estão bem e pedimos atenção especial para os fornecedores no exterior”, relata a diretora da agência.

“Mas ter um cuidado especial não significa tratá-los de forma infantilizada, como se fossem crianças bobinhas”, alerta Ana Vecchi, diretora da consultoria de gestão de negócios Vecchi Ancona. Outro cuidado, destaca, é ver a necessidade real de cada cliente – no caso de uma viagem, é sempre indicado checar se todos voltaram para o local de hospedagem no final do dia, mas há quem precise de acompanhante e aqueles que não. “O atendimento deve ser personalizado, porque os comportamentos variam muito após os 60 anos, de acordo com as características pessoais, culturais e de saúde de cada um”, frisa a consultora.

Legislação
O empresário deve ainda ficar atento às legislações que tratam dos direitos do idoso. A assessoria técnica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) destaca a Lei 10.048/00 e o Decreto 5.296/04, que determinam atendimento prioritário e especializado e a reserva de 5% das vagas de estacionamento aos idosos.

Os espaços físicos do estabelecimento precisam ser adaptados para receber esse público, melhorando a sua mobilidade com rampas de acesso, por exemplo, além de evitar deixar fios ou extensões elétricas que cruzem o caminho de passagem e objetos espalhados pelo chão para evitar acidentes.

Longevidade
Segundo Ana Vecchi, a expectativa de vida cada vez maior do brasileiro tem despertado mais interesse dessa população por serviços antes impensáveis para idosos, como o intercâmbio cultural em outro país. Os motivos seriam dois: a ascensão da classe média na última década, que passou a ter mais poder de compra e também mais interesse em cultura, e a preocupação das famílias com os idosos aposentados. “Querem que eles continuem tendo atividades para não ficarem deprimidos por pararem de produzir”, analisa Ana.

Para o empresário que pensa em criar serviços ou produtos para a terceira idade, a dica é avaliar a demanda e, se possível, testar a ideia antes de realizar um grande investimento no desenvolvimento do negócio, evitando possíveis prejuízos.

Confira aqui outras dicas da FecomercioSP para oferecer um atendimento de qualidade aos consumidores da terceira idade.

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