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Editorial

Andréa Beltrão vive sua história favorita em recriação de “Antígona”

Mesmo em formato diferente do original, peça mantém textos de Sófocles

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Andréa Beltrão vive sua história favorita em recriação de “Antígona”

"Criei uma paixão por esta jovem que enfrenta uma cidade por amor", diz Andréa Beltrão sobre a personagem-título da peça
(ARTE/TUTU)

Por Eduardo Vasconcelos

Com mais de 40 anos de teatro, Andréa Beltrão precisou de um empurrão da amiga Fernanda Torres para enfrentar o desafio de subir no palco sozinha. “Ela me perguntou: ‘Qual é a sua peça favorita?’, e eu disse: ‘Antígona’. Ela respondeu: ‘É essa que você vai fazer’”.

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Diferentemente do formato original, a montagem dirigida por Amir Haddad traz apenas Andréa Beltrão no papel da heroína que descumpre a ordem real de não sepultar o irmão morto em batalha pelo trono da cidade grega de Tebas.

“Adaptar a história para uma apresentação sem outros atores era uma preocupação. A peça tem vários personagens. Se eu ficasse trocando de personagem seria maçante para o público. Então resolvemos criar o nosso próprio modelo, que é quase como um papo com a plateia”, diz Andréa.

A atriz conta que sentiu que a montagem iria vingar quando Fernanda Torres a pôs em contato com a família do poeta Millôr Fernandes, tradutor da obra de Sófocles. A produção ao lado de Amir Haddad levou um ano para ser feita.

No processo de recriação, atriz e diretor optaram por incluir uma narrativa para contextualizar o público sobre a linhagem de Antígona. Sem a presença dos demais personagens, surgiu a ideia de usar o cenário, um mural com a árvore genealógica da família, para apresentar as relações e os fatos que precedem a tragédia de Sófocles, cujas falas foram intocadas.

No mito, Creonte, rei de Tebas, proíbe que o corpo de Polinices, irmão de Antígona, seja sepultado. A jovem descumpre a ordem e é condenada à morte.

“Li o texto há muito tempo. Criei uma paixão por esta jovem, que nem tem 18 anos e enfrenta uma cidade por amor”, afirma Andréa. “Ela é uma pacifista, uma humanista. Ela vai de encontro à pena de morte, vai ser emparedada viva, porque não admite deixar o cadáver do irmão sendo comido pelos abutres. Ela faz isso por amor”, completa.

Antígona fica em cartaz no Teatro Raul Cortez até 5 de novembro. As apresentações ocorrem às sextas e aos sábados, às 21h, e aos domingos, às 17h. Os ingressos custam R$ 40 (meia) e R$ 80 (inteira) e podem ser adquiridos na bilheteria do teatro ou pelo site Compre Ingressos.

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