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Economia

Apesar de desemprego em alta, gastos de brasileiros no exterior crescem 43% neste ano até abril

No primeiro quadrimestre de 2017, dólar ficou 18% mais barato na comparação com o mesmo período do ano passado

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Apesar de desemprego em alta, gastos de brasileiros no exterior crescem 43% neste ano até abril

Venda de passagens aéreas internacionais por companhias brasileiras cresceu 11% entre janeiro e abril deste ano
(Tutu)

Os brasileiros gastaram US$ 5,8 bilhões no exterior entre janeiro e abril deste ano, alta de 43% na comparação com o mesmo período de 2016. No primeiro quadrimestre, a cotação média do dólar foi de R$ 3,14, o que representa uma desvalorização da moeda norte-americana em quase 18%.

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Os gastos de brasileiros no exterior têm um comportamento inverso ao do câmbio. Ou seja, quando há um aumento da taxa de câmbio – o que significa uma desvalorização do real em relação ao dólar -, os brasileiros mudam rapidamente os hábitos e passam a gastar menos fora do País. Por outro lado, quando há uma valorização da moeda nacional, há tendência de gastar mais em destinos internacionais.

Os dados históricos do Banco Central permitem observar essa dinâmica com maior clareza. Entre 2014 e 2016, a taxa média de câmbio subiu de R$ 2,33 por dólar para R$ 3,82, uma elevação de 64%. Para este mesmo período, os gastos dos brasileiros passaram de US$ 8,2 bilhões para US$ 4,1 bilhões, registrando queda de cerca de 50%.

Em função da maior recessão econômica já vista no País - com forte perda do poder de compra da moeda em razão da alta inflacionária e da queda na renda por causa da elevação do desemprego -, as famílias brasileiras foram se tornando mais cautelosas, evitando gastos não essenciais, como viagens de lazer.

Atualmente, a economia do País demonstra sinais de recuperação, mas ainda sofre com impactos do cenário político conturbado. De qualquer forma, o ambiente atual é mais favorável do que o dos últimos anos. Os indicadores de confiança dos consumidores e dos empresários, a taxa de juros e inflação em queda, entre outros fatores, abriram o caminho para a valorização do real.

Ainda é interessante notar que houve aumento significativo de gastos no exterior nos primeiros quatro meses do ano (43%), mesmo com a elevação do desemprego no País, que atinge 14 milhões de brasileiros, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com uma sondagem do Ministério do Turismo, dentre os 22% dos brasileiros que tinham intenção de viajar neste início de ano (média do 1º quadrimestre), 25% desejavam ir para o exterior, sendo que no início do ano passado esse porcentual era de 18%. Para complementar, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), houve, entre janeiro e abril deste ano, estabilidade na demanda por passagens em voos domésticos, enquanto que para voos internacionais com companhias brasileiras houve crescimento de 11%.

Os números mostram que uma parcela de brasileiros ampliou as viagens e, consequentemente, os gastos no exterior aproveitando a valorização do real em um ambiente econômico interno menos tumultuado. Contudo, os dados revelam com clareza um potencial perdido do turismo doméstico. O dinheiro que poderia colaborar com a recuperação da economia do País foi destinado a outros mercados, em virtude de uma taxa de câmbio mais atrativa.

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