Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Negócios

"As pessoas não deixam de viajar, apenas mudam o destino", diz gerente de resort

Com dólar mais caro, turistas optam por destinos nacionais

Ajustar texto A+A-

"As pessoas não deixam de viajar, apenas mudam o destino", diz gerente de resort

Mesmo com a crise, as classes menos favorecidas continuam consumindo serviços que há alguns anos não tinham o hábito
(Arte/TUTU)

Com informações de Filipe Lopes

Nos últimos meses de 2015, o dólar obteve seu maior patamar em relação ao real desde quando a moeda brasileira foi criada, em 1994. A moeda norte-americana chegou a valer R$ 4,14, e unindo ao nível de endividamento da população – 54,7% das famílias paulistanas estavam nessa situação em setembro, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) –, desmotivaram o consumo de produtos importados e viagens internacionais. Contudo, o paulistano não deixou de viajar e o interior virou seu principal destino. Com isso, hotéis, resorts e pousadas contabilizam alta concentração de clientes mesmo na baixa temporada.

Segundo a Sondagem do Consumidor – Intenção de Viagem, de outubro de 2015, realizada pelo Ministério do Turismo e a Fundação Getulio Vargas (FGV), dos brasileiros que tinham desejo de viajar, 84,1% afirmaram que preferiam destinos turísticos brasileiros, 6,6 pontos porcentuais (p.p.) acima do interesse em viagens domésticas aferidas no mesmo mês de 2014. Já a intenção de viajar ao exterior diminuiu 8,1 p.p. e despertou desejo em apenas 12,5% das pessoas.

A pesquisa também demonstra que os destinos domésticos pretendidos estão mais equilibrados, e apesar de o Nordeste ainda ser o lugar mais desejado pelos brasileiros (37,4%), o Sudeste cresceu 1,6 ponto porcentual em relação a 2014 e é o segundo destino mais desejado no País (28,3%), seguido pela Região Sul (24,4%), que cresceu 3,1 p.p. na comparação com outubro de 2014.

Fuga da cidade grande

Mesmo as incertezas e as crises econômica e política que marcaram 2015, o Brotas Eco Resort registrou crescimento de 20% na ocupação de seus leitos, mesmo durante a baixa temporada. “Apesar da crise, as pessoas não deixam de viajar, apenas mudam o destino e diminuem as distâncias ou o tempo de viagem. Isso é muito bom para manter aquecido o turismo nacional. Em 2015, contabilizamos crescimentos em feriados e em outras datas de baixa temporada que não tínhamos muito movimento nos anos anteriores. Além disso, as vagas para o Natal e Ano Novo também foram preenchidas com antecedência”, afirma a gerente do resort, Marília Rabello.

No litoral norte paulistano, o Itamambuca Eco Resort, em Ubatuba (a 220 quilômetros de São Paulo), também comemora a alta na demanda nos fins de semana de 2015. Segundo o gerente-geral do resort, Rogério Genova, o estabelecimento investe na experiência de unir natureza, conforto e passeios pela praia de Itamambuca. “No ano passado, tivemos o movimento esperado no lazer, mas a demanda aos fins de semana aumentou, e em novembro já tínhamos quase todas as vagas lotadas para as férias”, conta. Ainda segundo Genova, mesmo sem contabilizar com precisão, o resort também sente o efeito positivo da alta do dólar, com a presença mais acentuada de turistas estrangeiros.

Para atrair ainda mais esse público e garantir que tenham a experiência desejada, o resort conta com seguro contra chuva – uma espécie de vale, que assegura que o turista poderá retornar ao estabelecimento caso seja surpreendido pelo mau tempo. “É uma proteção para casos em que a chuva atrapalha a vivência. Se chover durante três dias, o cliente terá direito a três diárias extras em feriados ou outras datas”, afirma Genova. Há 31 anos no mercado, o Itamambuca Eco Resort prepara uma série de ações para média e baixa temporadas, visando manter o movimento aquecido em 2016.

Classes D e E continuam voando

Mesmo com a crise, as classes menos favorecidas continuam consumindo serviços que há alguns anos não tinham o hábito. Com um pouco de planejamento e pagando em “suaves prestações” é possível viajar de avião para muitos destinos no Brasil com “a mesma tarifa cobrada pelas empresas de ônibus”, segundo a agência Vai Voando – especialista em viagens aéreas para as classes C, D e E. Com tíquete médio de R$ 650, a empresa registrou crescimento de 40% no faturamento do ano passado, em relação a 2014. Para o diretor da agência, Luiz Andreaza, o mercado doméstico segue forte e as pessoas aprenderam que, com planejamento, podem trocar as rodoviárias pelos aeroportos. “Nosso público não foca apenas em viagens de lazer, para conhecer lugares novos. Muitas pessoas que nos procuram querem visitar um parente em sua terra natal, com mais comodidade. Por meio de parcerias com empresas aéreas e fechando as viagens com antecedência, conseguimos oferecer valores bem próximos aos ofertados pelas companhias de ônibus”, afirma.

Veja aqui a entrevista completa, publicada na revista Conselhos

Fechar (X)