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Editorial

“Bom teatro pode ser universal”, diz Marcello Airoldi sobre o tema de “Amor Profano”

Peça que trata do fim de um casamento judeu em função de divergências religiosas tem últimas apresentações sexta (22), sábado (23) e domingo (24)

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“Bom teatro pode ser universal”, diz Marcello Airoldi sobre o tema de “Amor Profano”

Segundo Marcello Airoldi, "Amor Profano" mostra que seres humanos de culturas diferentes têm muitas similaridades
(Arte/Tutu sobre foto de Priscila Prade/divulgação)

Por Eduardo Vasconcelos

Intérprete de um escritor que renunciou à religião judaica e, com isso, pôs fim ao relacionamento com a mulher que amava, Marcello Airoldi avalia que o trunfo da peça Amor Profano, em cartaz no Teatro Raul Cortez, na Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), é fazer o público se identificar com o conflito entre os personagens, a despeito do enredo se passar em um país de cultura bastante diferente da brasileira.

Em Amor Profano, Zvi visita Hannah (Viviane Pasmanter) no bairro judeu ultraortodoxo Mea Shearim, em Jerusalém, 20 anos após terem se separado. Vivendo na cosmopolita Tel Aviv, o escritor, que era religioso, leva uma vida secular e liberal, enquanto a ex-mulher ainda cultiva as tradições judaicas, tendo Deus no centro de sua vida.

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“O bom teatro pode ser universal. Você pega uma história que fala de judeus e pode parecer distante para nós, mas, às vezes, age de uma maneira mais eficiente na comunicação com o público do que uma peça com personagens brasileiros”, avalia Airoldi. “Você pode ver com preconceito, falar ‘esse personagem não sou eu’, mas o público não precisa se preocupar com isso. Quando você se abre, percebe a identificação que pode ter. Todos os seres humanos são muito parecidos no mundo inteiro”, ressalta o ator sobre a desavença que permeia a montagem.

O texto do dramaturgo israelense Motti Lerner, cuja inspiração é a própria vida do autor, é apresentado integralmente. Sobre isso, Airoldi ressalta que, embora apenas Zvi e Hannah estejam em cena, a obra se qualifica por colocar na boca de dois protagonistas o contexto cultural de Israel e outros personagens importantes para a trama.

Ele também confessa surpresa com a reação do público aos diálogos cômicos que irrompem durante os desentendimentos do ex-casal.

“Tem uma coisa maravilhosa sobre fazer teatro que é ficar meses ensaiando, mas a peça só nasce, de fato, na hora que está com o público. Nos ensaios, não tínhamos percebido o quanto era para rir. Tanto melhor, porque não fazemos uma comédia e, mesmo assim, a situação é tão limite e beira o impossível que fica engraçada”, destaca o ator.

Com direção de Einat Falbel e trilha sonora da cantora Fortuna, Amor Profano tem as últimas apresentações no Teatro Raul Cortez na sexta (22) e no sábado (23), às 21h, e no domingo (24), às 19h. Os ingressos podem ser adquiridos na bilheteria do teatro – de terça a quinta, das 15h às 20h, e de sexta a domingo, das 15h até o início da peça – ou pelo site Ingresso Rápido. A classificação é 12 anos.

Serviço
Temporada: até 24 de fevereiro
Sextas e sábados, às 21h; domingos, às 19h
Teatro Raul Cortez – Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, São Paulo/SP

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