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Editorial

Comércio varejista na região de Osasco recua 20,1% e registra o pior resultado estadual em outubro

Segundo a FecomercioSP, setor de outras atividades, com queda de 37,5%, foi o principal responsável pelo baixo desempenho na região

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São Paulo, 26 de janeiro de 2016 – Em outubro, as vendas do comércio varejista na região de Osasco registraram queda de 20,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, o pior desempenho do Estado na comparação com o mesmo mês de 2014. Com o faturamento real de R$ 4,43 bilhões, o resultado representou 9,61% de participação no comércio paulista. No acumulado do ano, a retração foi de 6,6%, o que representa uma perda de pouco mais de R$ 3 bilhões nos primeiros dez meses de 2015. 

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). 

Entre as nove atividades pesquisadas, o setor de outras atividades (-37,5% e contribuição de -15,4 pontos porcentuais) foi o principal responsável para o baixo desempenho na região em outubro. Em seguida, com contribuições iguais (de -2,2 pontos porcentuais)  vieram os setores de concessionárias de veículos e lojas de vestuário, tecidos e calçados, que registraram quedas respectivas de 43,7% e 38,3%. A maior variação negativa, entretanto, foi observada no setor de autopeças e acessórios (-44,9%, com impacto de -0,2 p.p.), faturando pouco mais de R$ 17 milhões. 

Por outro lado, apenas duas atividades alavancaram as vendas na comparação com o mesmo mês de 2014: eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (1,9% e contribuição de 0,2 p.p.) e supermercados (4,9%, com colaboração de 1,3 p.p.).  

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a região permaneceu durante seis meses com quedas consecutivas e a previsão é uma queda ainda mais intensa em novembro, haja vista a base de comparação elevada, quando em novembro  do ano anterior o comércio da região cresceu 11,8 %, o melhor resultado de 2014.

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Resultado estadual

Seguindo o mesmo ritmo de retração apresentado nos meses anteriores, as vendas do comércio varejista paulista permaneceram negativas em outubro e caíram 10,2% na comparação com o mesmo mês de 2014. Com faturamento real de R$ 46,1 bilhões – a menor receita registrada para o mês desde 2010 –, o varejo do Estado perdeu R$ 5,3 bilhões na comparação com igual mês de 2014. De janeiro a outubro, o recuo foi de 6,1%, e estabeleceu também um novo recorde histórico negativo em termos de queda acumulada no ano. 

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, os sucessivos declínios mensais do movimento varejista iniciado em 2014 consolidaram cada vez mais o aprofundamento do ciclo recessivo do comércio, com quedas acima de 10%, historicamente jamais atingidos. 

Entre as 16 regiões paulistas que compõem a pesquisa, apenas o comércio varejista da região de Marília conseguiu evitar retração em suas vendas em outubro. Para a Federação, o resultado apontou para a generalização e o agravamento do processo recessivo do varejo paulista. 

Das nove atividades analisadas, sete registraram índices negativos com quedas de dois dígitos, sendo as mais expressivas vistas nos setores de concessionárias de veículos (-22,9%, com impacto de -3,1 pontos porcentuais sobre o resultado geral), materiais de construção (-21,4% e contribuição de -1,7 p.p.) e outras atividades (-18,3% e -4,2 p.p.). 

Por outro lado, o segmento de supermercados avançou em 7,1% e contribuiu com 2 pontos porcentuais para o resultado total, enquanto o setor de farmácias e perfumarias cresceu 0,8%. 

Expectativa

De acordo com a FecomercioSP, a queda nas vendas do varejo paulista em outubro foi ocasionada pela forte deterioração da confiança do consumidor. Os principais motivos foram queda da renda e aumento do desemprego, além das altas da inflação e do endividamento das famílias. Com isso, a Federação sinaliza que está cada vez mais difícil qualquer pretensão de aumento do consumo, em especial o de bens duráveis. 

Para a Entidade, ainda não há sinais de reversão do quadro de retração das vendas no Estado. A queda expressiva observada no primeiro mês do trimestre mais forte para o varejo mostrou que o comércio atravessava uma crise aguda de deterioração de suas vendas, influenciada pelas circunstâncias econômicas e políticas negativas do País que se agravaram de forma rápida e intensa em 2015. 

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades). 

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.

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