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Imprensa

Custo de vida por classe social sobe 0,46% em abril puxado por Saúde e Alimentação

No ano, indicador acumula alta de 2,97%; nos últimos 12 meses, avanço é de 6,41%

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São Paulo, 22 de maio de 2014 - Pressionado por Saúde e Alimentação, o Custo de Vida por Classe Social (CVCS) da região metropolitana de São Paulo subiu 0,46% em abril contra a alta de 0,91% registrada em março. Como em fevereiro o aumento havia sido de 1,05%, o indicador sinaliza, pelo menos no último trimestre, um arrefecimento nos preços. Ainda assim, o Custo de Vida por Classe Social cresce a uma taxa média de 0,73% no primeiro quadrimestre do ano. Em 2014, o indicador acumula incremento de 2,97%, e de 6,41% no acumulado dos últimos 12 meses. O CVCS também se mantém pressionado no acumulado dos últimos 12 meses frente ao mesmo período de 2013, quando encerrava o período com alta de 5,96%. Por outro lado, quando se avalia o dado mensal de 2013, o indicador atingia alta de 0,44% em abril e 2,41% no ano.

Com exceção dos recuos constatados em Artigos do Lar (-0,78%) e Vestuário (-0,60%) e da estabilidade assinalada em Comunicação (0%) e Educação (0,01%), todos os demais cinco grupos encerraram o mês de abril com variação positiva no contraponto com março.

Em abril, como esperado, o grupo Saúde e Cuidados Pessoais sofreu alta de 1,34% em virtude do reajuste da categoria e exerceu exatamente a mesma pressão do grupo Alimentação e Bebidas, que registrou alta de 0,74%. A contribuição dos dois segmentos, somados, atinge cerca de 73% de toda a alta verificada em abril. Ambos os grupos chegam a representar cerca de 35% de toda a renda das famílias na região metropolitana de São Paulo.

O resultado de abril revela que o CVCS se encontra com uma dispersão de alta em 55% dos seus nove grupos, abaixo dos 88% notados em março e fevereiro. Esse comportamento ainda não deve ser entendido como uma tendência, tendo em vista a importância de um cenário de arrefecimento mais persistente nos preços. É importante lembrar que, desde o início da série histórica, em dezembro de 2010, o medidor do custo de vida por classe social não registrou sequer uma variação negativa.

A avaliação do CVCS por faixas de renda revela que a classe A (que aufere rendimento superior a R$12.207,23) foi a que mais sofreu com a alta em abril, encerrando o mês com alta de 0,56%. Este é o estrato social que mais destina seus rendimentos a gastos ligados à Saúde entre todos os demais avaliados. No entanto, os aumentos sentidos em Habitação, especialmente em reparos e produtos de limpeza, impulsionaram ainda mais a alta do CVCS para esta classe. Para a classe A, Saúde e Cuidados Pessoais registrou alta de 1,37%; Habitação, 1,14%.

Por outro lado, a classe B - com rendimentos entre R$ 7.324,34 e R$ 12.207,23 - foi a que menos sentiu o aumento dos preços já que descreveu incremento de 0,40% em abril. As maiores contribuições foram também nos grupos de Saúde e Cuidados Pessoais (1,15%) e Habitação (0,91%).

A avaliação fragmentada do CVCS por produtos e serviços sinaliza que os produtos arrefeceram suas variações passando de uma alta de 1,14% em março para os 0,53% assinalados em abril. Os serviços descreveram comportamento similar, passando de um incremento de 0,66% em março para os 0,38% vistos em abril. No período compreendido nos últimos 12 meses, o IPS aponta alta de 6,66%, ultrapassando o IPV, que atinge incremento de 6,17%.

IPV

Os preços praticados no varejo, de acordo com o Índice de Preços no Varejo (IPV), registraram um arrefecimento, passando da alta de 1,14% em março para 0,53% em abril. Com o resultado, o indicador acumula incremento de 6,17% em 12 meses. Em abril de 2013, o IPV acusava variação positiva de 0,68%, acumulando 6,61% no período dos últimos 12 meses.

A principal contribuição para o indicador dos produtos foi ocasionada pela alta no grupo Alimentos e Bebidas, com alta de 1,09% em abril. Em 2014, o grupo atinge incremento de 6,13%; nos últimos 12 meses, a alta é de 10,62%. A elevação de 1,68% no grupo Saúde e Cuidados Pessoais foi a segunda maior influência no indicador. Nos quatro primeiros meses de 2014, a atividade acumula alta de 2,80%; nos últimos 12 meses, o avanço é de 4,91%.

Somente dois grupos encerraram o período com variação negativa, favorecendo a desaceleração do IPV: Artigos de Residência (-0,93%) e Vestuário (-0,60%).

A avaliação do IPV por faixas de renda revela que a classe E (que possui rendimento de até R$ 976,58) foi mais impactada pelos aumentos dos preços em abril. O IPV deste estrato ficou em 0,7%, em virtude da alta de 1,29% no segmento de Alimentação. Esta é a faixa de renda que destina a segunda maior parcela do seu orçamento com alimentos, representando cerca de 20% do total do índice geral.

Por outro lado, a classe B, que aufere rendimentos entre R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23, destina apenas 9,3% para os alimentos e 5% com saúde – o menor peso entre todos os demais estratos e, por conta disto, seu índice geral foi o menor entre as demais classes: 0,37%.

IPS

Os preços mensurados pelo Índice de Preço de Serviços (IPS) passaram de uma elevação de 0,66% em março para 0,38% em abril. Nos últimos 12 meses, o indicador acumula incremento de 6,66%. Em abril do ano passado, os serviços tiveram 0,19% de alta, acumulando 5,27% para os 12 meses findos em abril de 2013.

O comportamento do grupo Habitação, com alta de 0,73% em abril, foi a principal contribuição positiva constatada no IPS. O grupo registra alta real de preços nos últimos 12 meses, acumulando 6,76%, acima da média geral dos serviços. As variações mais relevantes foram percebidas em: Aluguel e Taxas (0,38%) e Reparos (1,75%).

A segunda maior influência foi do segmento de Saúde e Cuidados Pessoais, com alta de 0,90%. Serviços Médicos e Dentários avançaram 1,20%, Serviços Laboratoriais e Hospitalares, 1,29%, e Plano de Saúde, 0,73%. Estes subgrupos contribuíram para que os serviços do grupo Saúde impulsionassem o IPS do mês.

O segmento de Transporte (-0,09%) foi o único com variação negativa no mês de abril, contando com o decréscimo de 5,33% em Passagem Aérea, que ainda acumula variação positiva de 31,14% nos últimos 12 meses.

O desmembramento do IPS por estratos de renda revela que a classe de renda D (cujos rendimentos vão de R$ 976,59 a R$ 1.464,87) foi a que menos sentiu a alta ocorrida em abril, encerrando o mês com +0,21%. O resultado do grupo é favorecido pela baixa representatividade do segmento Alimentação e Bebidas (0,23%), que exerce o menor peso entre todas as demais classes de renda: 7,49%.

Já a classe A, que aufere rendimento superior a R$ 12.207,23, foi a que mais sentiu a elevação, encerrando o mês com variação positiva de 0,53%, tendo como maior contribuição positiva o aumento de 0,96% em Habitação e 0,93% em Saúde e Cuidados Pessoais.

Metodologia

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.

As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.

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