O Dia das Mães continua sendo uma das datas mais importantes para o Comércio e para as famílias brasileiras. Segundo levantamento realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 71,7% dos paulistas pretendem presentear as mães, reforçando as importâncias afetiva e econômica da ocasião. No entanto, fatores como condições financeiras e desemprego ainda afetam a capacidade de consumo de parte da população.

Os dados mostram que, a despeito da alta intenção de consumo, quase 30% dos entrevistados não participarão da data, seja por razões econômicas, seja por razões emocionais. Dentre os que não vão presentear, 32,4% alegam falta de condições financeiras ou endividamento, enquanto 12,7% estão desempregados.

Ainda assim, a percepção do momento é positiva: 34,6% dos consumidores acreditam que a economia está melhor em comparação com o ano passado. Segundo a FecomercioSP, esse dado reflete a alta disposição para compra e uma possível elevação do tíquete médio dos presentes, fatos que podem ser aproveitados pelo varejo para reforçar a comunicação e atrair consumidores.

Perfil de consumo

O valor médio gasto com presentes aumentou em relação a 2024 — sendo que, no ano passado, apenas 24,3% das pessoas planejavam gastar entre R$ 101 e R$ 200, porcentagem que aumentou para 37,1% neste ano, com itens na mesma faixa de valor.

Os presentes mais populares são:

• roupas (32,2%);
• perfumes e cosméticos (28%);
• eletrodomésticos (8,8%).

A pesquisa revelou ainda que 91,6% não estão dispostos a contrair empréstimos para comprar presentes, indicando cautela dos consumidores quanto a dívidas.

Expectativa moderada no varejo

Uma sondagem realizada pela FecomercioSP com 200 empresas revelou que os varejistas paulistas têm uma expectativa moderadamente positiva para o Dia das Mães de 2025, apesar da baixa adesão a ações promocionais e da cautela nos investimentos em divulgação. Enquanto 38% dos empresários afirmam que o movimento se manteve igual ao ano passado, apenas 28% relataram aumento nas vendas.

De acordo com a Federação, isso revela um cenário mais cauteloso e heterogêneo do que o observado no Natal passado, com a sazonalidade do Dia das Mães afetada possivelmente por fatores econômicos, como endividamento das famílias ou inflação acumulada.

Baixa adesão a promoções

Apenas 40% das empresas realizaram promoções durante a data, com descontos diretos (53,2%) se mostrando a estratégia mais comum. Outras táticas, como brindes (32,9%) e sorteios (34,2%), também foram escolhidas, mas em menor escala.

Além disso, 56% dos empresários não investiram em ações de divulgação, indicando limitações orçamentárias ou confiança na demanda espontânea. Apenas 43,5% optaram por campanhas publicitárias, o que pode ter se refletido no alcance e na conversão de vendas.

Oportunidades futuras

Mesmo que o Dia das Mães não traga um retorno extremamente positivo para o varejo paulista, um dado no levantamento com os consumidores indica uma oportunidade para promoções futuras: 37,3% dos entrevistados afirmaram que comprariam presentes para as mães após a data comemorativa para aproveitar melhores condições.

Essa informação mostra que há um contingente relevante que prioriza preço em detrimento da data simbólica. Para o varejo, isso sugere que estratégias de pós-data, como saldões e promoções estendidas, podem capturar vendas adicionais.

Outro ponto importante para as futuras vendas é a expectativa para o Dia dos Namorados (12 de junho). Na sondagem com os varejistas, 76,5% deles afirmaram que têm uma perspectiva positiva.

Segundo a FecomercioSP, esse otimismo pode estar ancorado no apelo emocional da data, que, tradicionalmente, estimula o consumo — mesmo em contextos econômicos adversos.