Economia
04/11/2016Empresários precisam se capacitar para conquistar o mercado internacional
Faltam conhecimento, capital de giro e potencial produtivo ao empresariado

Especialistas consideram a comercialização para o exterior uma extensão natural de mercado
Com informações de Rachel Cardoso
O Brasil é um país de pequenas empresas. No entanto, apenas 1% delas participa do comércio internacional, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Os entraves vão além do já conhecido Custo Brasil – conjunto de fatores estruturais, burocráticos e econômicos que comprometem a competitividade nacional. Falta uma cultura de internacionalização e qualificação do empreendedor.
Comercializar para o exterior é uma extensão natural de mercado, conforme o consultor e professor de Empreendedorismo da Business School São Paulo, Alessandro Saade. Para ele, buscar compradores fora, depois de ocupar os principais espaços no Brasil, ajuda a manter a companhia atenta aos movimentos das concorrências local e global, bem como a expõe a novas oportunidades. “Em ambos os casos há comprovadamente melhora do resultado do negócio.”
Especialistas veem a exportação como oportunidade que ultrapassa as crises econômicas e deve ser explorada, desde que com planejamento de longo prazo.
Carências
Faltam conhecimento e capital de giro ao empresariado. Além disso, barreiras como idioma e capacidade produtiva ainda inviabilizam a inserção de pequenos negócios fora do Brasil.
“O que vemos em casos de sucesso é um investidor estrangeiro que se interessa por determinado produto e se encarrega de abrir as portas lá fora”, diz o economista e professor do MBA Executivo do Insper, Otto Nogami. Para ele, a solução são as parcerias para embarques coletivos, com custos compartilhados e processos realizados por profissionais da área.
Simples internacional
Algo que deve contribuir para fomentar as exportações é o tratado de livre-mercado para os pequenos negócios do Brasil e da Argentina, diminuindo a tributação e criando procedimentos simplificados para habilitação de empresas, licenciamento, despacho aduaneiro e câmbio. A proposta batizada de Simples Internacional é uma referência ao Simples Nacional e deve tramitar no Congresso ainda este ano.
A ideia é estimular transações com base na formatação de um acordo bilateral com a Argentina, um mercado de 40 milhões de pessoas e Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 600 bilhões. Futuramente deverá haver a expansão para os demais países do Mercosul.
Frentes de atuação
O Simples Internacional promete atuar em quatro frentes. A primeira será a criação do operador logístico, que lidará com contêineres e embarques, prestando serviços para as pequenas firmas que não têm condições de arcar com um setor exclusivo para vendas externas.
A segunda frente é o uso de moedas locais para transações, sem a necessidade de conversão em dólar. A terceira é o estabelecimento de tratamentos iguais entre alfândegas. A última é a criação de uma plataforma eletrônica de negócios, como uma espécie de rede social empresarial para facilitar o intercâmbio.
Reação positiva
No acumulado dos oito primeiros meses de 2016, as exportações brasileiras superaram as importações, resultando em superávit da balança comercial de US$ 32,37 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). É o melhor resultado para o período de janeiro a agosto desde o início da série histórica, em 1989 – ou seja, em 28 anos. Até então, o maior saldo para esse período havia ocorrido em 2006, quando foi contabilizado um superávit de US$ 29,74 bilhões.
O resultado no acumulado deste ano é maior que o registrado em todo o ano passado (US$ 19,69 bilhões). Os bons números foram puxados pela recessão econômica. Com redução da renda, diminui-se a demanda por produtos e serviços importados. Além disso, apesar da queda recente, o superávit recorde também está relacionado com o alto patamar do dólar no acumulado deste ano.
Confira a reportagem na íntegra, publicada na revista C&S que está com novo projeto gráfico.
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