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Editorial

O que esperar deste ano?

Trajetória de recuperação foi interrompida com o recrudescimento da pandemia

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O que esperar deste ano?

"A verdade é que, neste momento, estas devem ter atenção redobrada para uma variável: o Programa Nacional de Imunização (PNI)", escreve
(Arte: TUTU)

*Por Thiago Carvalho

Nos últimos meses, vivendo em um contexto de pandemia, a elaboração de cenários econômicos que contemplem variáveis como PIB, inflação, juros, dólar, entre outras, se tornou ainda mais desafiadora. Prova disso é que quando as medidas de isolamento social começaram a ser aplicadas em março do ano passado, algumas projeções indicavam uma retração de mais 9% da economia brasileira em 2020. Hoje, sabemos que a queda foi de “apenas" 4,1%.

Em 2021, a trajetória de recuperação observada em vários setores e refletida nos indicadores do primeiro bimestre foi interrompida com o recrudescimento da pandemia e com a consequente necessidade de adoção de novas restrições de funcionamento das atividades consideradas não essenciais, cujos impactos sobre a economia ainda são desconhecidos. Soma-se a isso as ações descoordenadas entre as diferentes esferas de governo e os impasses políticos, como a aprovação do Orçamento para este ano, que geraram ainda mais incerteza.

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Para os negócios, embora acompanhar o comportamento e as projeções das principais variáveis econômicas seja importante para a execução do planejamento e para o próprio dia a dia da empresa, a verdade é que, neste momento, estas devem ter atenção redobrada para uma variável: o Programa Nacional de Imunização (PNI).

O avanço da vacinação ao redor do mundo resultou num cenário global mais positivo, com expectativas de crescimento econômico mundial revisadas para cima - cerca de 6% em 2021. Países em um estágio mais evoluído de imunização, como Israel, Estados Unidos e Reino Unido, gradativamente retornam à normalidade, e a economia tem dado respostas rápidas refletidas nos números do mercado de trabalho, por exemplo.

No Brasil, a aceleração do ritmo de vacinação nos meses de maio e junho será fundamental para controlar a disseminação do vírus e reduzir as incertezas, bem como para que se possa vislumbrar um segundo semestre de relativa normalidade, a fim de que o País possa atingir os 3% de crescimento projetados para 2021.

É importante ressaltar que, mesmo com a retomada das atividades, grande parte das empresas está deveras fragilizada. Felizmente, ainda que a situação fiscal seja delicada, há novas medidas de apoio governamental, como parcelamento de tributos, flexibilização da legislação trabalhista e uma nova rodada de crédito pelo Programa Nacional de Apoio às Microempresas sas de Pequeno Porte (Pronampe). Esse é o caminho para que possamos reconstruir a economia nacional.

*Thiago Carvalho é assessor econômico da FecomercioSP.
Artigo originalmente publicado em 24 de maio de 2021 no Informativo Setorial da Andipa.

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