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Negócios

Para contornar queda no faturamento, óticas reforçam atendimento ao cliente e apostam em franquias

Segundo o Sindiópticas-SP, retomada do crescimento do setor passa ainda pela redução tributária e pelo combate à entrada e à venda irregular de produtos asiáticos

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Para contornar queda no faturamento, óticas reforçam atendimento ao cliente e apostam em franquias

Comerciante do setor precisa estar sempre atento às novidades do mercado e agregar valor aos serviços já prestados
(Arte/TUTU)

Por Jamille Niero

Com crescimento de dois dígitos por vários anos, o mercado óptico nacional vê seu desempenho reduzindo recentemente. Em 2014, o faturamento cresceu apenas 3% na comparação com 2013. Já no ano passado, houve queda de 12%, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Ótica (Abióptica).

“Muitas lojas fecharam no País, o momento é de cautela, e as projeções não são nada animadoras para o segundo semestre de 2016 e início de 2017”, diz Akira Kido, presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico, Fotográfico e Cinematográfico do Estado de São Paulo (Sindióptica-SP), filiado à Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Ele aponta que a retomada do crescimento do setor passa pela redução tributária e pelo combate à entrada e à venda irregular de produtos asiáticos. Vale dizer que uma parcela significativa da população (38%) assume comprar no mercado ilegal (especialmente acessórios), conforme aponta outra pesquisa da Abióptica, de 2014.

Estratégias para conquistar o cliente
Kido alerta que o comerciante do setor precisa estar sempre atento às novidades do mercado, mesclando a oferta aos produtos tradicionais. É fundamental agregar valor aos serviços já prestados no ponto de venda, seja com atendimento personalizado ou programa de fidelização ao cliente, por exemplo. Investir na inovação de processos e receber óculos em desuso para o descarte ambientalmente correto também são boas opções para atrair o cliente à loja.

“A mão de obra precisa ser bem treinada, com conhecimento técnico para oferecer o produto certo, entender o que o cliente deseja e transformar suas expectativas em realidade, prometendo apenas o que pode cumprir”, frisa ainda o presidente do Sindióptica-SP.

Franquias
A expansão do negócio por meio de franquias é a principal estratégia adotada pelas redes de óticas. Outra forma de atrair a atenção do consumidor é a parceria com a rede de fidelidade Multiplus, anunciada recentemente pela Fototica. O acordo permitirá que o cliente adquira produtos com desconto nas óticas. Por outro lado, compras na rede gerarão pontos para quem já é fidelizado.

A companhia adotou há pouco tempo o nome da multinacional holandesa GrandVision (que comprou a empresa brasileira em 2009) e aposta no Brasil no longo prazo, segundo o CEO Álvaro Vieira. A rede possui 100 lojas em quatro estados brasileiros: São Paulo, Bahia, Pernambuco e Sergipe e não revela números de vendas, faturamento ou a meta de novas unidades para este ano.

A abertura de franquias é um modelo já adotado em países como França e Alemanha. “Hoje, nosso foco principal é lançar o projeto, escolher bem o franqueado e sua localização. Não focar em quantidade de lojas, mas na qualidade do atendimento”, diz Vieira. Segundo ele, o modelo oferecido pela marca se adapta tanto a empresários que já são do mercado (que já têm ótica própria, mas querem adotar a bandeira “GrandVision by Fototica”) quanto a empreendedores sem experiência.

Para o executivo, o brasileiro culturalmente gosta de empreender e ter um negócio próprio, fator que colabora para o êxito do modelo de expansão adotado. Apesar de ainda haver muita burocracia para uma empresa funcionar por aqui, há também certas facilidades – como o regime tributário simplificado para pequenas empresas (o Simples Nacional). “Em termos de burocracia, acreditamos que sempre pode ser melhor e existe um consenso geral que o País tem que partir para a simplificação. A complexidade não só atrapalha, mas também agrega custo”, finaliza.

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