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Economia

Pari desponta no cenário comercial da cidade

Bairro da zona central reúne diversas nacionalidades em estabelecimentos que atendem o público lojista e varejista e está se tornando um grande centro de compras

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Pari desponta no cenário comercial da cidade

Comerciantes como Antônio Carlos Alves (foto) trocaram a famosa Rua 25 de Março pelo Pari em busca de mais espaço, expansão e novo viés para o negócio
(Rubens Chiri/Perspectiva)

Extensão do Brás, futura “25 de Março” e reduto de imigrantes, o bairro do Pari, na zona central de São Paulo, desponta no cenário comercial da cidade com a identidade de ser o local ideal para quem quer vender não só para o varejo, mas, principalmente, para o atacado.

O bairro tem mais de 400 anos, mas a força econômica tem se mostrado crescente na última década, com as residências cedendo lugar a lojas e shoppings populares. A região é marcada por estabelecimentos comerciais que vendem, em sua maioria, artigos para casa e decoração, além de itens de vestuário, ferramentas, acessórios, máquinas, equipamentos e outras variedades.

O bairro que cedo madruga
O bairro abre as portas diariamente às 2 horas da madrugada, encerrando o expediente às 16 horas. Apenas a virada do sábado para o domingo é reservada para o descanso. "Eu trabalho sozinha o dia inteiro. Tinha alguns funcionários, mas não consegui mais pagá-los. E nesse horário, de madrugada, não é fácil encontrar pessoas para trabalhar. Geralmente quem aceita são os peruanos, bolivianos e paraguaios, que não conseguem outro emprego no horário comercial", conta Maria Sônia Brito Silva, dona de dois boxes de lingeries, chamados Brito's, em um dos shoppings no Pari.

Os dias de maior movimento são as segundas e terças-feiras, quando ônibus de vários estados e cidades estacionam nos grandes galpões distribuídos pelo Pari. Os passageiros são, em sua maioria, lojistas que viajam tantos quilômetros em busca de preço baixo para revender os itens. Essa disputa por valor em conta acabou atraindo para o bairro vendedores informais, que fazem da rua o ponto comercial.

O aluguel da região tem sido motivo de dor de cabeça para muitos lojistas, já que tem aumentado e forçado os empresários a negociar reajustes ou, por vezes, mudar o endereço dos estabelecimentos, mesmo que para o prédio vizinho.

Prova dessa pressão financeira são os dados do Índice Fipe Zap de Preços de Imóveis Anunciados. Segundo o indicador, o preço médio do metro quadrado, para locação, era de R$ 22 em fevereiro deste ano. Há oito anos, no mesmo mês, era R$ 15, aumento de quase 47%. Para a venda, o aumento foi de R$ 1.257 por metro quadrado em fevereiro de 2008 para R$ 6.764 no mesmo mês deste ano, elevação que ultrapassa os 400%.

O entorno da avenida Vautier, a principal via do bairro, é recheado, também, de vias movimentadas e estabelecimentos comerciais. Estes endereços, aos poucos, estão recebendo comerciantes que, por vezes, estavam alocados na famosa Rua 25 de Março e fizeram a troca em busca de mais espaço, expansão e um novo viés para o negócio, focado em atacado: "Fiquei 12 anos na ‘25 de Março’ e mudei para cá por causa do espaço, preço do aluguel, que antes era mais barato, e oportunidade de crescer no mercado. Na 25 de Março estava muito limitado. E a clientela aqui é mais de lojista enquanto lá era de varejistas", conta Antônio Carlos Alves, dono da loja de ferramentas A2.

Prova dessa enxurrada de centros de compras é a Galeria Pagé, importante prédio da ‘25 de Março’ que, agora, está chegando também no Pari. Andando pelo bairro é possível ver diversas ofertas, não só desse shopping, como também de tantos outros. O que não falta são placas de oportunidades, prédios em construção e em reforma que, em breve, abrirão as portas de mais lojas no Pari.

Pari de todos
O potencial do bairro é visto com bons olhos não só por brasileiros, mas também por estrangeiros que estão no País e que veem no comércio um bom investimento econômico, como o empresário Ali Cheaito, dono da loja de variedades Mônaco Imports, de origem libanesa, e o português Luiz da Cruz, que há mais de 30 anos é dono do tradicional Rei das Esfihas, marca reconhecida na região.

Outro ponto importante do bairro é a Praça da Kantuta, que se tornou reduto dos bolivianos em São Paulo. O local fica tomado por uma ampla feira de comidas e bebidas típicas, cabeleireiros e artesanatos, sendo não só um ponto de encontro dos imigrantes que moram na capital paulista como, também, espaço turístico para quem quer conhecer um pouco mais da cultura do país vizinho. O espaço funciona aos domingos e é bom exemplo da pluralidade de etnias que o Pari abriga.

Veja aqui a matéria completa publicada na revista C&S. 

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