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Negócios

Rede de livrarias incentiva leitura com ações nas unidades e doação de livros

Para o presidente da Livraria da Vila, Samuel Seibel, apesar de não ser considerada prioridade pela maioria da população, a leitura é fundamental

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Rede de livrarias incentiva leitura com ações nas unidades e doação de livros

“Vender livros é uma questão totalmente atrelada às questões cultural e educacional", observa o empresário Samuel Seibel (foto)

Cada brasileiro lê, em média, 1,7 livro por ano, segundo pesquisa do Ministério da Cultura. A desanimadora estatística não abala o empresário Samuel Seibel, há 13 anos no comando da Livraria da Vila. Ele transformou o espaço na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo), modesto na época, em uma livraria ampla, com café e espaço para eventos. O modelo prosperou e hoje a rede conta com dez unidades, sendo seis na capital paulista e outras em Guarulhos, Campinas e Curitiba (PR).

Com a premissa de que o livro é um item tão básico quanto a comida, o empresário criou em 2013 o projeto Leitura Alimenta, que inclui livros na cesta básica. Desde então, conta que já foram distribuídos dezenas de milhares de exemplares. “Recebemos doações de livros novos ou usados e incluímos na cesta. Temos retorno de pessoas que ficam agradecidas, comentam que não liam há muito tempo e passaram a ler, que as crianças ficaram encantadas. Isso compensa todo o esforço e o trabalho”, diz. Para o projeto são escolhidos livros que permitam ao leitor em potencial entrar mais facilmente na história, sem julgamentos, e evitados exemplares de ordem política, que defendam ou ataquem algo muito intensamente.

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Para Seibel, comandar um negócio de vendas de livros no Brasil envolve as questões comuns a todos os empresários, como vender, administrar funcionários, ter novidades constantemente e dispor de departamentos de recursos humanos, administração e financeiro competentes. Entre os problemas, o principal é conquistar novos leitores, considerando o cenário no qual boa parte da população, independentemente de situação econômica, não vê o livro como prioridade. “Vender livros é uma questão totalmente atrelada às questões cultural e educacional. Não é como vender uma chapa de aço, um automóvel”, explica.

Um dos aspectos que ele diz mais gostar nesse ramo é a oportunidade de lidar com o cliente, não importando quem ele seja – bandido, intelectual ou ex-presidente da República. “No momento em que aquela pessoa está procurando um livro, você atende a alguém comum. Essa relação é interessante.”

Formação de leitores
Para que o negócio funcione e tenha chances de prosperar, é preciso existir leitores. Por este motivo, a Livraria da Vila atua na formação deles de várias formas. Uma delas é incentivando a leitura das crianças, com eventos, contações de histórias e teatro, além de um forte acervo de títulos infantis. Há ainda ações para criar o hábito da leitura em adultos, com a realização de mais de 200 eventos por ano entre lançamentos, cursos, palestras e pocket shows.

Cada livraria possui de 80 mil a 300 mil exemplares disponíveis, sendo 80% deles expostos ao público. Seibel explica que as unidades não trabalham com estoque. A reposição é feita junto à editora, de acordo com a procura. Com a crise, houve redução da demanda e das vendas. “Em 2015, sentimos o efeito em torno de abril. Já houve necessidade de repensar lojas e formatos”, conta, sem precisar porcentuais. “Arrisco dizer que a crise vai se prolongar por mais algum tempo ainda”, prevê.

Livros digitais
A aposta da livraria foca nos exemplares físicos, mas as unidades da empresa vendem também o leitor de e-book da Amazon, o Kindle. O acordo com a companhia norte-americana reverte para a brasileira um porcentual de cada título baixado para o leitor de e-book vendido nas livrarias da rede. Os títulos para o aparelho só são vendidos pela própria Amazon.

Seibel não encara o livro digital como ameaça nem acredita que ele acabará com o livro físico. E ainda vê o lado positivo da tecnologia. “Acredito até que funcionou como um estímulo para a leitura de livros impressos. Jovens desabituados a ler por prazer talvez cheguem à leitura pelo caminho digital. Mas não sei o que pode acontecer no futuro.”

Clique aqui para conferir a entrevista na íntegra publicada na Revista Conselhos.

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