Economia
20/09/2024Transformação digital requer visão de longo prazo e ações coordenadas
Proposta Brasil Digital 2030+ lista medidas para promover a inovação e posicionar País nas cadeias de valor globais
As tecnologias digitais estão em todos os setores da economia e cada vez mais presentes nos modelos de negócios das empresas. Entretanto, o País ainda enfrenta desafios relevantes — sendo, até pouco tempo atrás, um dos mais atrasados na agenda. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), idealizadora de um conjunto de 11 propostas para acelerar o processo de transformação digital do Estado brasileiro, mobiliza-se para impulsionar esse debate entre os setores do Comércio e dos Serviços, além de acompanhar as iniciativas em discussão nos setores público e privado.
Na última segunda-feira (16), o Conselho de Economia Digital e Inovação (CEDI) da Entidade debateu o tema durante a reunião mensal do grupo. O encontro recebeu o presidente-executivo da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), Affonso Nina, que apresentou a proposta Brasil Digital 2030+, cujo objetivo é promover o crescimento do País pela transformação digital, por meio da governança pública, com mais sustentabilidade e inclusão social.
De acordo com o executivo, o País precisa seguir o caminho que outras nações bem-sucedidas trilharam: adotar uma estratégia estatal de longo prazo e contar com uma coordenação das iniciativas em andamento nos diversos setores da sociedade. “Estamos falando de direcionar todos os esforços para que todos os vetores fiquem alinhados. Temos ações muito boas, tanto no setor público como no privado, mas conversam pouco entre si, ou muito menos do que deveriam, para se somarem de maneira mais efetiva”, declarou.
Nessa linha, uma das sugestões da Brasil Digital 2030 é a criação de uma secretaria especial para a coordenação das iniciativas governamentais de transformação digital, inicialmente vinculada à Presidência da República – essa proposta é amplamente defendida pela FecomercioSP. Enquanto isso, no setor privado, já há o desenvolvimento de um Conselho de Governança & Gestão, formado por entidades representativas de diversos setores da economia.
De acordo com Nina, a ideia é que, à medida que o governo convirja para um modelo de governança, esse conselho se conecte ao Executivo para estruturar uma estratégia que envolva todos os atores: governos, setor privado, sociedade civil, instituições de educação, pesquisa e terceiro setor. No escopo da proposta, estão previstas 27 ações, criadas a partir de seis pilares considerados estratégicos, como:
- infraestrutura: expansão mediante incentivos fiscais, ampliação da conectividade em áreas remotas, criação de uma política nacional voltada à cibersegurança e à soberania dos dados públicos e incentivos à integração e ao compartilhamento de dados entre órgãos governamentais e agentes privados;
- tecnologias estratégicas: seleção de tecnologias prioritárias, de acordo com a realidade brasileira, para investimentos nas esferas pública e privada, além de programas de incentivo ao desenvolvimento, comercialização e scale-up dessas tecnologias e benefícios tributários para empresas que as utilizarem;
- pesquisa, desenvolvimento e inovação: ampliação de mecanismos de incentivo à inovação e criação de um Sistema de Ciência, Tecnologia e Inovação na Amazônia (e em regiões prioritárias) para pesquisas relacionadas às necessidades locais e com potencial de contribuir para o desenvolvimento regional;
- educação e capacitação digitais: instituição de um programa de capacitação e requalificação, unificação e melhoria de políticas nacionais voltadas à educação básica e facilitação da contratação de talentos digitais, além de ações de engajamento dos jovens com a tecnologia;
- inclusões social e digital: integração de plataformas digitais dos governos municipais, estaduais e federal, bem como potencialização das plataformas de saúde existentes e digitalização do SUS, letramento da população e subsídio ao acesso de serviços públicos essenciais;
- ambiente de negócios: modernização das leis trabalhistas com desoneração de tributos e encargos laborais, simplificação da carga tributária, desburocratização de processos para a abertura de novas empresas (principalmente PMEs e startups) e potencialização do uso da matriz energética renovável para atrair investimentos.
O Plano Brasil Digital 2030+ foi desenvolvido sob a liderança do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (Conselhão), do governo federal, e organizado pela Brasscom com os apoios da Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) e da consultoria Oliver Wyman.
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