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Negócios

Turismo corporativo abre alas para o lazer no Carnaval paulistano

Rede de hotelaria paulistana se transforma para receber viajantes em datas festivas e fins de semana

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Turismo corporativo abre alas para o lazer no Carnaval paulistano

Sudeste está entre as regiões mais procuradas pelos brasileros como destino de férias e feriados 
(Arte/TUTU)

Por Jamille Niero

Se por um lado o feriado do Carnaval gera uma pausa nas atividades corporativas, por outro movimenta a economia ligada ao lazer. É o caso de viagens pelo território nacional – impulsionadas também pela alta do dólar, que encarece a ida para outros países.

Segundo estudo do Ministério do Turismo, divulgado em janeiro, nove entre 10 brasileiros devem optar por destinos nacionais durante o ano, incluindo o feriado de Momo. A Região Sudeste está entre as mais procuradas, com 36,8%, perdendo por pouco para o Nordeste (36,9%).

De acordo com Viviânne Martins, presidente do Conselho de Viagens e Eventos Corporativos da FecomercioSP, nesta época o mercado se volta para a intensa movimentação do viajante a lazer, especialmente em algumas cidades que não tinham essa característica, como a capital paulista e as diversas outras do interior, que a cada ano veem crescer a folia de rua.

É um fator que gera novas oportunidades para o segmento, como hospedagem e serviços, que se aproveitam da movimentação de foliões.

“Um ponto interessante a ser destacado é que, misturados a esses viajantes a lazer, que curtem o feriado com família e amigos, podemos encontrar os corporativos – que, como estarão fantasiados de foliões, não parecem executivos, mas pertencem ao segmento MICE [meetings, incentive, congress and exhibitions] e fazem parte de ‘incentivos’. Eles participam de ações promovidas por algumas marcas nos camarotes dos sambódromos como forma de premiações para clientes e colaboradores”, destaca Viviânne, ressaltando que São Paulo tem participado cada vez mais desse movimento.

Hospedagem

Seguindo essa onda, as corporações realizam com frequência a locação de salas de eventos de hotéis. “Algumas empresas relacionadas ao Carnaval organizam ações com seus clientes, fazem seu QG antes do desfile e isso movimenta todas as áreas dos hotéis”, conta Paulo Frias, diretor de vendas para a América do Sul da rede Accor.

Frias explica que o principal público que se hospeda nos hotéis do grupo são viajantes a negócios durante a semana. Contudo, ele conta que cada vez mais o segmento de lazer tem se tornado uma oportunidade de crescimento em ocupação na rede. Apesar de não divulgar os números de ocupação, ele afirma que “em datas sazonais e eventos de grande porte, isso é muito perceptível”. Um exemplo, ele conta, são as unidades da bandeira em Santos, no litoral paulista. “O movimento gerado pelo turismo de lazer é cada vez mais expressivo na região”, diz.

No caso da capital paulista, o Carnaval é uma opção para que visitantes do interior e de outros estados conheçam os atrativos da metrópole, como museus e espaços culturais, centros de compras, pontos turísticos e gastronomia – muitas vezes oferecida com sucesso pelos restaurantes instalados nos diversos hotéis locais.

Para o presidente da Associação Brasileira de Agências de Turismo de São Paulo (Abav-SP), Marcos Balsamão, o mercado hoteleiro de São Paulo tem mudado o posicionamento até para receber o turista de fim de semana. Por isso, os hotéis que têm no público corporativo seu principal cliente estão bem preparados para receber o folião. “Por meio de campanhas e promoções, os hotéis têm vendido melhor a metrópole para esses hóspedes conhecerem São Paulo nos fins de semana, em função de tudo o que a cidade tem a oferecer. São Paulo é diferente de tudo o que pode conhecer”, ressalta.

Para o presidente do grupo Maringá Turismo, Marcos Arbaitman, o paulistano que não pode viajar para longe tem engrossado o público dos frequentadores dos clubes paulistanos, que fazem festas de Carnaval fechadas para seus sócios, ou ainda aproveitado para visitar parentes em municípios do interior paulista. Segundo ele, com a crise econômica e o medo do desemprego, muitas pessoas estão optando por guardar dinheiro e não planejar viagens.

“A expectativa é que por volta de 1,8 milhão de pessoas que moram na capital se desloquem para o interior no feriado, mas principalmente porque têm família nas cidades ou porque a folia nesses locais é muito agradável. Cerca de 80% dos paulistas ficarão no Estado neste ano, em vez de viajar para outros Estados ou para o exterior”, diz Arbaitman.

De acordo com o executivo, outro complicador para quem pretende viajar para outros Estados – ou mesmo receber turistas estrangeiros – é a preocupação com o mosquito Aedes aegypt e a transmissão de doenças como dengue, chikungunya e zika.

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