Economia
10/05/2016Varejo paulista cresce 2,7% em fevereiro após 11 quedas consecutivas
Segundo a FecomercioSP, comércio varejista atingiu R$ 43,6 bilhões de faturamento real no mês, R$ 1,1 bilhão acima do valor apurado em fevereiro de 2015

Das nove atividades avaliadas, cinco apresentaram crescimento nas vendas em fevereiro, com destaques para: farmácias e perfumarias
(Arte TUTU)
O varejo do Estado de São Paulo apresentou recuperação em fevereiro e registrou faturamento real de R$ 43,6 bilhões, crescimento de 2,7% em relação ao mesmo mês de 2015, quando faturou R$ 42,5 bilhões. Esse é o primeiro resultado positivo depois de 11 quedas mensais consecutivas. O aumento nas vendas do setor de supermercados e a inesperada reação positiva do segmento de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos foram os destaques do varejo no mês. Entretanto, vale ressaltar que por ser um ano bissexto, o varejo contou com um dia a mais de vendas em fevereiro.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).
Entre as 16 regiões analisadas pela Federação, apenas as de Osasco e de São José do Rio Preto apresentaram queda nas vendas em relação a fevereiro de 2015 , de 11,5% e 2,6%, respectivamente. A região do Litoral registou o melhor desempenho com um crescimento de 18,2% nas receitas, seguida pela região de Araçatuba (10,3%).
Das nove atividades avaliadas, cinco apresentaram crescimento nas vendas em fevereiro, com destaques para: farmácias e perfumarias (14,6%), supermercados (14,5%) e eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (8,7%). Juntos, os três segmentos contribuíram com 6,3 pontos porcentuais (p.p.) para o resultado geral do varejo no Estado.
A assessoria econômica da Federação ressalta que a alta vista no setor de supermercados deve-se à mudança de comportamento do consumidor, que nos últimos meses priorizou o consumo de bens essenciais. Já o aumento registrado nas lojas de eletrodomésticos e eletrônicos reflete a fragilidade da base comparativa do segmento, que nos últimos 30 meses apresentou 28 quedas, o que induziu o aumento de promoções e liquidações.
Em contrapartida, quatro setores apresentaram retração no período e colaboraram, negativamente, com 3,8 pontos porcentuais para a queda do varejo. Foram eles: materiais de construção (-11,1%), outras atividades (-9%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (-5,3%) e concessionárias de veículos (-2,9%).
Segundo a Federação, embora a recuperação do varejo em fevereiro represente um alívio após consecutivas quedas nas vendas do comércio, não permite ser interpretada como permanente, pois os principais indicadores econômicos determinantes para o consumo estão em queda, com destaque para o aumento do desemprego e diminuição da renda.
Expectativa
De acordo com a FecomercioSP, qualquer projeção que se trace neste momento fica condicionada ao direcionamento das decisões na esfera política e dependente da continuidade ou não do atual governo. Apesar disso, a Entidade espera, em março, o retorno da queda nas vendas do varejo, muito por conta do comportamento do crédito no mês, que mostrou redução real de 7% no volume para pessoas físicas, indicando a continuidade do baixo nível de confiança dos consumidores.
Já nas projeções para o restante do ano, a Federação pondera que o registro positivo de fevereiro não amenizou a queda prevista para o setor em 2016, que até o momento aponta para uma retração geral de vendas ao redor de 5% em comparação ao ano passado.
Varejo paulistano
O varejo da capital paulista registrou crescimento de 4,2% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2015 e fechou o período com faturamento real de R$ 13,4 bilhões. O resultado é superior à média estadual e representa elevação de R$ 544 milhões na receita, comparando com a registrada em fevereiro do ano passado.
Mesmo com o desempenho geral positivo, cinco das nove atividades analisadas apresentaram queda na comparação com o mesmo mês de 2015, com destaque para outras atividades (-15,5%), materiais de construção (-13,7%) e lojas de móveis e decoração (-3,1%). Juntos os três segmentos impactaram negativamente com 4,1 p.p. no resultado geral.
Por outro lado, quatro atividades cresceram no período e ajudaram a elevar o faturamento do varejo, com destaque para eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (21%), farmácias e perfumarias (17%), lojas de vestuário, tecidos e calçados (16,3%) e supermercados (14,3%). Em conjunto, esses quatro segmentos contribuíram positivamente com 8,4 pontos porcentuais.
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o resultado positivo do varejo na capital em fevereiro não significa uma retomada do consumo paulistano, o que somente será viabilizado com a recuperação dos níveis de emprego, manutenção da renda e maior acessibilidade ao crédito - itens indispensáveis para a restauração da confiança dos consumidores.
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