Notamos que você possui
um ad-blocker ativo!

Para acessar todo o conteúdo dessa página (imagens, infográficos, tabelas), por favor, sugerimos que desabilite o recurso.

Economia

Varejo paulista fatura R$ 46,1 bilhões em outubro, menor receita desde 2010

Vendas do comércio varejista do Estado de São Paulo caíram 10,2% na comparação com o mesmo mês de 2014

Ajustar texto A+A-

Varejo paulista fatura R$ 46,1 bilhões em outubro, menor receita desde 2010

O comércio de materiais de construção foi um dos setores que tiveram maior queda entre os analisados
(PixAbay)

Seguindo o mesmo ritmo de retração apresentado nos meses anteriores, as vendas do comércio varejista paulista permaneceram negativas em outubro e caíram 10,2% na comparação com o mesmo mês de 2014. Com faturamento real de R$ 46,1 bilhões - a menor receita registrada para o mês de outubro desde 2010 -, o varejo do Estado perdeu R$ 5,3 bilhões na comparação com igual mês de 2014. De janeiro a outubro, o recuo foi de 6,1%, estabelecendo também um novo recorde histórico negativo em termos de queda acumulada no ano.

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP).

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, os sucessivos declínios mensais do movimento varejista iniciado em 2014 consolidam cada vez mais o aprofundamento do ciclo recessivo do comércio, com quedas acima de 10%, historicamente jamais atingidos.

Entre as 16 regiões paulistas que compõem a pesquisa, apenas o comércio varejista da região de Marília conseguiu evitar retração em suas vendas em outubro. Para a Federação, o resultado apontou para a generalização e o agravamento do processo recessivo do varejo paulista.

Das nove atividades analisadas, sete registraram índices negativos com quedas de dois dígitos, sendo as mais expressivas vistas nos setores de concessionárias de veículos (-22,9%, com impacto de -3,1 pontos porcentuais sobre o resultado geral), materiais de construção (-21,4% e contribuição de -1,7 p.p.) e outras atividades (-18,3% e -4,2 p.p.).

Por outro lado, o segmento de supermercados avançou em 7,1% e contribuiu com 2 pontos porcentuais para o resultado total, enquanto o setor de farmácias e perfumarias cresceu 0,8%.

Expectativa

De acordo com a FecomercioSP, a queda das vendas do varejo paulista em outubro foi ocasionada pela forte deterioração da confiança do consumidor. Os principais motivos foram queda da renda e aumento do desemprego, além das altas da inflação e do endividamento das famílias. Com isso, a Federação sinaliza que está cada vez mais difícil qualquer pretensão de aumento do consumo, em especial o de bens duráveis.

Para a Entidade, ainda não há sinais de reversão do quadro de retração das vendas no Estado. A queda expressiva observada no primeiro mês do trimestre mais forte para o varejo mostra que o comércio atravessa uma crise aguda de deterioração de suas vendas, influenciada pelas circunstâncias econômicas e políticas negativas do País que se agravaram de forma rápida e intensa em 2015.

Varejo paulistano

O comércio varejista da capital paulista apresentou uma queda menos aguda em relação à média estadual registrada em outubro, mas, ainda assim, apresentou a maior retração de vendas do ano (-7,7%) em relação ao mesmo período do ano passado. Com o faturamento real de R$ 14,4 bilhões, as vendas da capital ficaram R$ 1,2 bilhão abaixo da receita registrada em outubro de 2014. No acumulado do ano, a retração foi de 4%, o que significou uma perda de R$ 5,8 bilhões na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Sete das nove atividades pesquisadas apresentaram desempenho negativo, sendo que os setores mais impactados foram: outras atividades (-22,7% e contribuição negativa de 4,1 pontos porcentuais), materiais de construção (-20% e impacto -1,5 p.p) e concessionárias de veículos (-11,6%, com -2 p.p.).

No sentido contrário, os segmentos de supermercados (6,1% e contribuição de 1,7 p.p.) e de farmácias e perfumarias (0,8% e impacto de 0,1 p.p.) foram os únicos que conseguiram expandir o faturamento real em comparação ao mesmo mês de 2014.

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, considerando as variáveis econômicas em deterioração, especialmente nível de desemprego, queda da renda e crescimento da inflação, era esperado que um ciclo recessivo no varejo continuasse no último trimestre do ano.

A Federação projetou uma queda de 5% nas vendas do varejo paulistano em 2015 e, ao considerar fatores locais (como novo aumento no IPTU da cidade), a tendência de queda nas vendas deve permanecer neste início de ano.

Fechar (X)