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Editorial

Vendas no varejo do Litoral caem 1% em outubro, mas região permanece entre os melhores desempenhos do Estado

Segundo a FecomercioSP, comércio na região faturou R$ 1,67 bilhão, representando 3,63% do total estadual

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São Paulo, 26 de janeiro de 2016 – Mesmo com a queda de 1% nas vendas em outubro na comparação com o mesmo mês de 2014, o comércio varejista na região do Litoral conquistou o segundo melhor desempenho regional do Estado. Com faturamento real de R$ 1,67 bilhão, as vendas representaram 3,63% do comércio de São Paulo. No acumulado de janeiro a outubro, a queda foi um pouco maior (-2,6%). Com isso, o varejo da região perdeu R$ 417 milhões na comparação com o mesmo período de 2014. 

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). 

Das nove atividades pesquisadas, sete apresentaram resultados negativos, sendo os mais expressivos vistos nos setores de concessionárias de veículos (-28,8%, com impacto de -3,8 pontos porcentuais) e lojas de móveis e decoração (-32,7%, com contribuição de -0,1 p.p.). 

Assim como nos meses anteriores, os setores que comercializam bens básicos (alimentos, medicamentos, higiene etc.) contribuíram para que o comércio da região não tivesse um resultado ainda mais desfavorável. O segmento de supermercados cresceu 19,7% e contribuiu com 7 pontos porcentuais para o resultado geral, enquanto o de farmácias e perfumarias registrou elevação de 18,4%, amenizando a queda geral em 1,5 ponto porcentual. A Federação ressalta que se desconsiderasse a contribuição do setor de supermercados, o varejo do Litoral sofreria uma retração de 8%. 

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, os setores de bens  essenciais permaneceram equilibrando o varejo da região e impediram que o desempenho fosse ainda pior. Para a Federação, não há previsão de mudança desse quadro para os dois meses restantes de 2015, uma vez que o aumento do desemprego e a alta dos preços continuaram influenciando negativamente a decisão de compra do consumidor. 

tabela-pccv-litoral

Resultado estadual

Seguindo o mesmo ritmo de retração apresentado nos meses anteriores, as vendas do comércio varejista paulista permaneceram negativas em outubro e caíram 10,2% na comparação com o mesmo mês de 2014. Com faturamento real de R$ 46,1 bilhões – a menor receita registrada para o mês desde 2010 –, o varejo do Estado perdeu R$ 5,3 bilhões na comparação com igual mês de 2014. De janeiro a outubro, o recuo foi de 6,1%, e estabeleceu também um novo recorde histórico negativo em termos de queda acumulada no ano. 

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, os sucessivos declínios mensais do movimento varejista iniciado em 2014 consolidaram cada vez mais o aprofundamento do ciclo recessivo do comércio, com quedas acima de 10%, historicamente jamais atingidos. 

Entre as 16 regiões paulistas que compõem a pesquisa, apenas o comércio varejista da região de Marília conseguiu evitar retração em suas vendas em outubro. Para a Federação, o resultado apontou para a generalização e o agravamento do processo recessivo do varejo paulista. 

Das nove atividades analisadas, sete registraram índices negativos com quedas de dois dígitos, sendo as mais expressivas vistas nos setores de concessionárias de veículos (-22,9%, com impacto de -3,1 pontos porcentuais sobre o resultado geral), materiais de construção (-21,4% e contribuição de -1,7 p.p.) e outras atividades (-18,3% e -4,2 p.p.). 

Por outro lado, o segmento de supermercados avançou em 7,1% e contribuiu com 2 pontos porcentuais para o resultado total, enquanto o setor de farmácias e perfumarias cresceu 0,8%. 

Expectativa

De acordo com a FecomercioSP, a queda nas vendas do varejo paulista em outubro foi ocasionada pela forte deterioração da confiança do consumidor. Os principais motivos foram queda da renda e aumento do desemprego, além das altas da inflação e do endividamento das famílias. Com isso, a Federação sinaliza que está cada vez mais difícil qualquer pretensão de aumento do consumo, em especial o de bens duráveis. 

Para a Entidade, ainda não há sinais de reversão do quadro de retração das vendas no Estado. A queda expressiva observada no primeiro mês do trimestre mais forte para o varejo mostrou que o comércio atravessava uma crise aguda de deterioração de suas vendas, influenciada pelas circunstâncias econômicas e políticas negativas do País que se agravaram de forma rápida e intensa em 2015. 

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades). 

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.

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