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Economia

Viva o Centro cria grupo para tentar aproximação com poder público

Presidente do Conselho de Desenvolvimento Local da FecomercioSP irá desenvolver lideranças para levarem ao governo as sugestões de melhorias para o centro paulistano

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Viva o Centro cria grupo para tentar aproximação com poder público

Enumerar os problemas encontrados na região central da capital paulista é uma tarefa que parece não ter fim. Fazem parte desse cenário as calçadas danificadas, praças sem manutenção, patrimônios histórico e arquitetônico degradados, insegurança, iluminação pública precária, descaso com resíduos sólidos, ruídos, além de outras questões sociais, como a falta de soluções para pessoas em situação de rua e dependentes químicos.

Resolver tantas demandas, no entanto, não é simples. Consciente dessa realidade, a associação Viva o Centro, entidade sem fins lucrativos, decidiu colocar a mão na massa para tentar melhorar a região central da cidade de São Paulo. Entre as diversas ações realizadas pelo grupo, uma nova iniciativa nasceu em abril, com a intenção de tentar alcançar o poder público e abrir um canal direto de comunicação entre as partes.

Trata-se do grupo de Interlocução Política da Viva o Centro, que irá trabalhar com lideranças locais da associação para buscar uma aproximação com os poderes executivo e legislativo, como explica a presidente da Ação Local Amaral Gurgel, Yara Goes. "O grupo é composto por cinco presidentes de ações locais e, também, o superintendente da Viva o Centro. Esse grupo deverá levar [para o poder público] os principais problemas das regiões República e Sé, procurando apontar sugestões, com o objetivo de melhorar a região central", explica.

A Ação Local é um programa da associação que divide o centro paulistano em microrregiões, geralmente compostas por uma ou duas ruas específicas. Cada ação possui um presidente, que fica responsável por gerenciar as demandas do local, no intuito de revitalizar a rua e contribuir para a melhoria da cidade.

Para contribuir com a formação do grupo de Interlocução Política, o presidente do Conselho de Desenvolvimento Local da FecomercioSP, Jorge Duarte, foi convidado a preparar as lideranças para o trabalho, como explica.

"O foco da minha ação é o desenvolvimento da articulação e negociação política dessas lideranças para que possam relacionar-se com os diferentes públicos de interesse e, dessa forma, viabilizar os projetos de desenvolvimento local", assinala Duarte.

O Senac também é parceiro desse trabalho por meio da colaboradora Maria Paula Yoshihara, que atua na área de Desenvolvimento Social da entidade, além de contribuir com o Conselho da FecomercioSP como assessora. No grupo da associação, Maria Paula irá realizar workshops de capacitação em metodologias de desenvolvimento, com assuntos como o trabalho em rede e a valorização do diálogo para criar vínculos e formar capital social, conforme cita Jorge Duarte.

Os encontros serão mensais e terão como objetivo discutir os problemas do centro da cidade e analisar a melhor maneira de encaminhar soluções em conjunto para os governantes. De acordo com Yara, a Viva o Centro tem em mente uma proposta para viabilizar os trabalhos. "A aproximação com o poder público é um fator muito importante para levar as demandas e as sugestões. É importante que se crie um canal permanente e intransferível entre a subprefeitura e a comunidade. Um dos grandes problemas é que as secretarias trabalham de forma independente e sem articulação com a subprefeitura, o que prejudica um trabalho integrado e efetivo", analisa.

A opinião de Yara é compartilhada com o colega de associação, o presidente da Ação Local Ladeira da Memória, Artur Monteiro. "A gente precisa ter uma voz mais política. Gostaríamos de ter um canal na subprefeitura para se comunicar com a população do centro. Nós sentimos carência de nossas demandas serem escutadas de maneira mais participativa", critica.

O presidente do Conselho de Desenvolvimento Local da FecomercioSP também reforça a pauta. "A associação fez uma grande articulação junto a associações classistas, sindicatos e outras organizações não governamentais e encaminhou ao prefeito de São Paulo uma proposta, da qual a FecomercioSP também foi signatária. Essa sugeria criar a figura de uma autoridade pública dentro da subprefeitura Sé para que possa não somente receber os problemas da Associação e das Ações Locais ligadas à Viva o Centro, mas uma autoridade que possa efetivamente articular recursos e soluções para os problemas da cidade", esclarece. No entanto, até o momento não houve um parecer do poder executivo a respeito da solicitação.

Para Monteiro, o grupo de Interlocução Política é mais uma tentativa de aproximação com o poder público para solucionar os problemas da região. "Esse é mais um meio de tentarmos alcançar soluções para as demandas do centro", afirma.

Como a formação do grupo ainda é recente, a iniciativa está dando os primeiros passos e, por enquanto, estudará os problemas mais latentes que não puderam ser resolvidos de outras maneiras. Mas o objetivo e a importância do trabalho estão bem definidos, como ressalta Yara Goes. "Trazer melhorias para o centro, todos falarem a mesma linguagem e resgatar uma melhor condição de vida para aqueles que vivem ou circulam na cidade", conclui.

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