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Sustentabilidade

Varejo deve ser promotor do consumo consciente, indicam especialistas

Mudança no comportamento do consumidor para postura de responsabilidade ambiental é essencial na construção da economia verde

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Varejo deve ser promotor do consumo consciente, indicam especialistas

Avaliar os impactos dos produtos adquiridos, planejar cada compra, consumir apenas o necessário são algumas ações de consumo consciente, fator essencial para construir uma economia mais verde, baseada em processos produtivos que gerem desenvolvimento sustentável. Nessa cadeia de mudança de modelo de produção, que visa a responsabilidade socioambiental em todo o processo de produção e consumo, o varejo tem alguns papéis fundamentais, segundo especialistas: fornecer informações para o cliente, disponibilizar produtos adequados, incentivar a prática e ser o motor para a criação de itens sustentáveis. 
 

Promotor do consumo consciente
De acordo com o gerente de conteúdos e metodologias do Instituto Akatu, Gabriel Ribenboim, a representatividade do comércio no dia a dia da população incumbe-o da função de ponte no processo do consumo consciente. "O comércio varejista tem o papel muito importante nessa conexão entre o produtor e o consumidor devido à escala que ele atinge. O papel do varejo está em ajudar a dar mais informação para o consumidor, destacando quais são os produtos e as atribuições que têm sustentabilidade neles", comenta.
 
O professor do Centro de Excelência em Varejo da Fundação Getulio Vargas, Luiz Macedo, acredita que a representatividade do setor permite explorar diversas ações nesse sentido. "Desde iniciativas mais internas da própria corporação, como instruir os funcionários, à informação no ponto de venda a respeito das questões socioambientais, sobretudo questões ligadas ao que está mais próximo do consumidor", sugere.
 
De acordo com Macedo, considerando toda a cadeia produtiva, o varejo participa do impacto causado no meio ambiente com uma fatia próxima a 10%, relativamente baixa se comparada, por exemplo, à fabricação e descarte dos itens.
 

Sustentabilidade na operação
Para trabalhar com a disseminação de um comportamento mais consciente e sustentável, o professor da FGV acredita na adoção de medidas na própria operação do comércio. "O varejo tem trabalhado muito para tornar as lojas e as operações mais sustentáveis. Num primeiro momento, o comércio tem reorganizado sua própria operação, com a redução de embalagens, processos e pensando no consumo de recursos naturais, como energia e água. A partir do momento que as empresas pensam em sustentabilidade e consumo consciente, começam a estimular toda uma cadeia de negócios”, indica.
 
Ribenboim, do Akatu, acredita que envolver os diversos agentes no processo é o caminho para a mudança nos padrões de consumo. "É preciso sensibilizar os funcionários, fornecedores e clientes para estimular esse novo estilo de vida, que trabalha não no consumismo, mas sim no bem estar", sugere.
 

Produtos adequados
Mais do que ajustar a operação com responsabilidade ambiental e disponibilizar informações para os clientes, o varejo pode atuar como um guia para os fabricantes, estimulando a criação de itens que respeitem os preceitos do consumo consciente, comenta Macedo. "O varejo vem estimulando a própria cadeia produtiva a oferecer novas soluções de produtos e serviços para que cada vez mais o consumidor tenha mais itens com características diferenciadas e atributos de sustentabilidade para que o consumidor possa tomar a decisão de compra", comenta. 
 
Para ele, não basta preparar todo o terreno para a mudança de comportamento se não houver opções adequadas para aquisição. "As empresas estão começando a se mobilizar para transformar os produtos do dia a dia e tornar os processos produtivos mais eco eficientes e sustentáveis, de modo que cheguem naturalmente ao consumidor e com preço competitivo se comparado aos produtos tradicionais", analisa.
 

Novos padrões econômicos
Nesse processo para tornar a economia mais verde, Gabriel Ribenboim sugere, também, uma mudança de estratégia e pensamento das empresas. "Algo que precisamos considerar é obter um crescimento menor, o qual não deixa de ser crescimento e desenvolvimento. Não dá para crescer nesse padrão de consumo que existe hoje. Crescer significa ser sustentável porque só assim continuaremos tendo recursos. Hoje em dia quem está entendendo isso, tem sua base de negócios fundamentada na sustentabilidade, possuindo mais chances de sobreviver se comparado às empresas tradicionais", recomenda o profissional do Akatu.
 
O Instituto Akatu disponibiliza aqui um teste para o consumidor conhecer o grau de consciência que possui na relação de consumo. 

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