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Economia

Apesar de queda no 2º trimestre, PIB demonstra sinais de recuperação

Indústria e investimentos registraram primeira alta após sucessivos resultados negativos

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Apesar de queda no 2º trimestre, PIB demonstra sinais de recuperação

(Arte/TUTU)

O resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2016, com queda de 0,6% na comparação com o trimestre anterior, mantém a economia em estado crítico e acumula retração de 4,9% em quatro trimestres. Porém, alguns sinais positivos criam expectativa que no segundo semestre poderá haver o início da reversão desse cenário. No mínimo, representa uma possibilidade de recuperação, algo inexistente até o momento.

O primeiro deles, pela ótica da produção, é o dado do valor adicionado da indústria que, após cinco trimestres de quedas consecutivas, volta a registrar alta de 0,3% na comparação com o período imediatamente anterior.

O segundo destaque, já pela ótica da demanda, foi o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), dado que se refere aos investimentos, de 0,4% depois de dez trimestres seguidos de retração, também comparando com o trimestre anterior.

A ligação entre aumento na margem, mesmo que nada expressivo, da produção industrial e dos investimentos é um indicativo de alta relevância que pode gerar efeitos positivos sobre o restante da cadeia produtiva no futuro próximo.

Além desses destaques, pela ótica da produção, houve queda de 2% do setor agropecuário. Vale frisar que, como o Brasil é um país exportador de commodities, a valorização do real entre os dois primeiros trimestres deste ano pode ter influenciado o resultado. Até porque, quando se observa o dado de exportação, na ótica da demanda, houve forte arrefecimento, passando de uma alta de 4,3% no primeiro trimestre para apenas 0,4% no período seguinte. Por outro lado, as importações de bens e serviços cresceram 4,5%.

O setor de serviços, atrelado às atividades da FecomercioSP, registrou a sexta retração consecutiva, com queda de 0,8% no segundo trimestre. A Entidade já esperava este desempenho negativo uma vez que consumidores permanecem receosos em ampliar gastos em um cenário de inflação elevada e desemprego em alta.

Isso pode ser corroborado com o resultado das Despesas das Famílias, na ótica da demanda, que no segundo trimestre caiu 0,7%, a sexta diminuição seguida. Entretanto, os dados mais recentes da FecomercioSP mostram leve recuperação, seja de vendas, seja de confiança dos empresários e consumidores, o que leva a crer em possível consequência positiva no resultado agregado do próximo trimestre.

Portanto, embora o dado geral tenha sido negativo, entre os números pode-se enxergar indicativos de melhoras já para o terceiro trimestre. A FecomercioSP acredita que o pior, de fato, pode ter sido este último resultado e que, mesmo acumulando contração de 4,9% em quatro períodos, o segundo semestre venha com dados melhores para que se encerre o ano com queda de 3,5%.

Apesar do resultado negativo, a tendência é mais importante do que a magnitude. Se o resultado do terceiro trimestre já vier melhor, conforme esperado, elevará ainda mais a confiança dos agentes econômicos, estruturando uma base importante para o exercício de 2017. Se as reformas e os ajustes forem implementados pelo novo governo, pode-se projetar uma volta do crescimento do PIB próximo a 1,5% no ano que vem, iniciando um novo ciclo positivo, principalmente para a geração de emprego e renda.

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