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Negócios

Aplicações em nuvem são aposta da Alcatel-Lucente Enterprise no Brasil

Cenário econômico não intimida a empresa, que está investindo e contratando profissionais

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Aplicações em nuvem são aposta da Alcatel-Lucente Enterprise no Brasil

Nuno Ribas gerencia a subsidiária brasileira da Alcatel-Lucente Enterprise 
(Fernando Nunes / Perspectiva)

Com informações de Carlos Ossamu

A Alcatel-Lucent anunciou em 2014, na França, a conclusão da transação de 202 milhões de euros com a China Huaxin para a venda de sua divisão Enterprise, fornecedora de soluções de comunicação, redes e nuvem para empresas. Nasceu a Alcatel-Lucent Enterprise, uma empresa francesa com capital chinês, cuja subsidiária brasileira acaba de ser criada formalmente sob o comando do diretor-geral Nuno Ribas.

Conhecida no passado como fornecedora de PABX (Private Automatic Branch Exchange ou “Troca Automática de Ramais Privados”), a nova empresa aposta em soluções de comunicação na nuvem. Segundo Ribas, se por um lado o aumento do dólar é um desafio – pois os produtos são importados da França – por outro, as empresas buscam em momentos de crise soluções para reduzir custos e aumentar a produtividade. Nesse ponto, entram sistemas de áudio e videoconferências para reuniões virtuais (que diminuem a necessidade de viagens), sistemas que reduzem gastos com tarifas telefônicas e ferramentas para home office.

Qual é o negócio da Alcatel-Lucent Enterprise e o que muda nas operações da empresa após ela ser adquirida pela China Huaxin?
A Alcatel-Lucent Enterprise é a nova companhia que está sendo constituída globalmente, oriunda da francesa Alcatel, uma empresa quase centenária, que entre o fim de 2006 e o início de 2007 se fundiu com a norte-americana Lucent. Havia duas grandes divisões dentro das companhias. A primeira, que deu origem à Alcatel, tinha como clientes as operadoras de telefonia fixa e celulares. Ela fornecia toda a infraestrutura que as operadoras de telecomunicação precisavam para prover os seus serviços para os clientes finais, sejam pessoas físicas, sejam pessoas jurídicas.

Qual a segunda divisão?
A Enterprise, que tem cliente no mercado corporativo, público ou privado, fornecendo a infraestrutura necessária para comunicação de dados de computadores via cabo ou Wi-Fide voz, vídeo, ferramentas de comunicação, videoconferência, audioconferência, enfim, tudo o que envolve a comunicação entre profissionais de uma companhia.

Como foi a negociação com a China Huaxin?
Em fevereiro de 2014, foi divulgada a intenção da Alcatel-Lucent de vender a divisão Enterprise para um fundo de investimentos, que era a China Huaxin. A negociação foi anunciada em outubro, pois foi preciso formalizar a venda com órgãos reguladores dos 77 países em que estamos presentes. Desde então, ocorrem ondas de migração nos países onde a Alcatel-Lucent Enterprise tem operações.

E no Brasil?
O Brasil ficou nesta última “onda”, como chamamos, e já temos constituída a Alcatel-Lucent Enterprise Brasil, ou ALE Brasil, a subsidiária brasileira da ALE International, com sede na França. Destaco que a Alcatel-Lucent Enterprise é uma empresa francesa com capital chinês. Estamos fazendo a migração de pessoal aqui no Brasil, além de toda a criação de infraestrutura jurídica, logística e operacional para termos vida independente da Alcatel-Lucent.

Haverá mudanças nas operações aqui no Brasil depois da migração?
Sim, pois passamos a ter autonomia e independência total. Vamos operar de forma independente da antiga estrutura, inclusive fisicamente. Em termos de negócio nada muda, mas na prática ganhamos agilidade.

Como a alta do dólar impacta nos negócios e o que fazer?
Muito fortemente. Eu vendo para os meus canais no exterior em dólar e isso afeta diretamente os negócios. É uma dificuldade que precisamos aprender a contornar, mas já passamos por essas oscilações no passado. Estamos revisitando a cadeia produtiva, comercial e de logística. Comercialmente, você tem de saber lidar, dando descontos, ajustando níveis de preço, trabalhando com os custos etc.

Em momentos de crise, fornecedores de tecnologia dizem que são mais procurados, já que as empresas querem reduzir custos e otimizar processos. Vocês sentem isso?
Sem dúvida. A questão da tecnologia assumiu uma posição estratégica dentro das médias e grandes companhias. Em reuniões de planejamento com grandes clientes, o CEO cobra cada vez mais soluções que otimizem processos e reduzam custos. Eu diria que os maiores negócios que estamos fazendo são com clientes da nossa base instalada, que buscam retrabalhar a estrutura e as novas ferramentas. Por exemplo: disponibilizar ferramenta de trabalho para home office, oferecer ferramenta de trabalho em vídeo e audioconferência para minimizar custos com deslocamento e viagens e buscar redução de custos de degraus tarifários com as operadoras tendo a sua própria rede.

Qual a sua percepção em relação à crise econômica? Ela dever perdurar? O melhor agora é se recolher e esperar a tempestade passar ou tomar a frente e continuar investindo?
Precisamos nos preparar. Não sei quanto tempo essa crise vai durar, mas minha sensação é que vivemos mais uma crise política do que econômica. Entendo que se essas diferentes vertentes conseguirem chegar a um consenso mínimo, voltamos a crescer. Acredito que o mercado volte a respirar mais no segundo semestre de 2016, que ainda será um ano de muita luta.

Falando da Alcatel-Lucent Enterprise, a nossa ideia é continuar investindo. Enquanto muitas empresas estão demitindo, nós contratamos profissionais para aturar em nichos específicos, principalmente SMB [pequenas em médias empresas] e o mercado de cloud, que vai crescer muito, porque a tecnologia reduz muito o custo. O mercado brasileiro ainda está entendendo como funciona esse negócio de nuvem, mas já há muitas empresas, mais do que se possa imaginar, procurando esses recursos para reduzir seus custos.

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