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Imprensa

Após estabilidade, custo de vida na região metropolitana de São Paulo tem alta de 0,59% em setembro

De acordo com a FecomercioSP, a aceleração foi ocasionada pela alta dos preços de produtos como alimentos e bebidas

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São Paulo, 25 de outubro de 2018 – O custo de vida na região metropolitana de São Paulo subiu 0,59% em setembro. No acumulado do ano, o indicador registrou variação positiva de 3,08%, e nos últimos 12 meses, a elevação foi de 4,84%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). No mesmo período do ano anterior, verificava-se elevações de 2,09% em 2017 e de 3,25% nos últimos 12 meses findos em setembro de 2017.
 
Entre as nove categorias que compõem o indicador, apenas a de vestuário sofreu variação negativa em setembro, com leve decréscimo de 0,05%. Por outro lado, o segmento de transporte foi o principal responsável pela aceleração do custo de vida no nono mês do ano, com alta de 1,56%. Em 2018, o grupo acumulou variação positiva de 2,4%. Nos últimos 12 meses, a alta foi de 6,03%.

O segmento de alimentos e bebidas também influenciou o indicador, com elevação de 0,42%. No acumulado de 2018, apontou altas de 4,12%, e nos últimos 12 meses, de 5,13%. Os alimentos retratam alta real de preços, pois superam a média da inflação para o período.

Outro segmento que favoreceu o aumento dos preços foi o de habitação, com acréscimo de 0,51% em setembro. No acumulado de 2018, as altas foram de 4,98%, e no comparativo anual, de 7,96%. Na mesma base de comparação, os preços do setor também apontaram alta real de preços.
 
Na segmentação por renda, as classes E e D foram as que mais sentiram o aumento dos preços em setembro, encerrando o mês com altas de 0,78% e 0,79%, respectivamente. Já as classes A e B sentiram menos as variações dos preços, com acréscimos de 0,45% e 0,44%, respectivamente.
 
IPV 
O Índice de Preços no Varejo (IPV) obteve alta de 0,93%, ante o aumento de 0,06% em agosto. No período compreendido entre janeiro e setembro apontou acréscimo de 3,07%. Em 2017, o IPV acusava altas de 0,28% em setembro e de 0,82% no dado anualizado.
 
Dos oito segmentos que compõem o IPV, dois encerraram o mês com queda em seus preços médios no comparativo com agosto: saúde e cuidados pessoais (-0,26%) e vestuário (-0,5%).
 
Por outro lado, o segmento de transportes foi o principal responsável pela alta dos preços em setembro (2,33%). Esse grupo acumulou a maior variação entre todos os demais no acumulado em 12 meses, de 8,78%. Em 2018, verificou-se acréscimo de 4,6%. O subgrupo de veículo próprio apontou recuo de 0,37% no mês, com destaque para o declínio de 2,46% em automóvel usado e queda de 1,27% para motocicleta. Já o subgrupo dos combustíveis acusou elevação de 4,75% no mês, tendo como destaque aumentos em óleo diesel (7,2%), etanol (7,2%) e gasolina (4,5%).
 
Os alimentos e bebidas também sinalizaram preços mais elevados em setembro, com alta de 0,77%, superando a média geral da inflação no dado acumulado dos últimos 12 meses (5,99%) e no acumulado entre janeiro e setembro de 2018 (5,67%). Isso significa que os alimentos que apontaram alta real de preços já começam a comprometer o poder de compra das famílias, tendo em vista sua alta relevância no orçamento. Os principais destaques observados no nono mês do ano foram: arroz (3,68%), feijão-carioca (1,43%), macarrão (5,08%), farinha de trigo (4,30%), alface (5,45%), tangerina (22,54%) e uva (11,94%).
 
A segmentação do IPV por faixa de renda revelou que as famílias com menos poder aquisitivo foram as que mais sentiram a escalada dos preços. As classes C, D e E foram as mais prejudicadas, com variações positivas de 1%, 0,97% e 0,95%, respectivamente. Já para as classes mais altas, A e B, o IPV apontou acréscimos de 0,69% e 0,85%, consecutivamente.
 
IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) passou de um declínio de 0,08%, em agosto, para a elevação de 0,22%, em setembro. No acumulado dos últimos 12 meses, os serviços obtiveram variação positiva de 5,03%. No período compreendido entre janeiro e setembro de 2018, houve uma elevação de 3,08%. Considerando os dados de 2017, o indicador apontou aumentos de 0,46% no mês e de 5,88% nos últimos 12 meses, findos em setembro do ano passado.
 
Dos oito segmentos que compõem o IPS, dois encerraram o mês com queda em seus preços médios no comparativo com agosto: educação (-0,05%) e alimentação e bebidas (0,10%).
 
Por outro lado, o aumento em habitação (0,42%) impulsionou a alta de serviços. No acumulado dos últimos 12 meses, obtiveram variação positiva de 8,5%. No período compreendido entre janeiro e setembro de 2018, houve uma elevação de 5,56%. Ambos sinalizaram alta real de preços, pois superaram a média da inflação para o período. Os destaques do mês foram vistos em energia elétrica residencial (1,57%) e aluguel residencial (0,19%). No caso da energia elétrica, já está em torno de 21,36% mais cara do que há um ano.
 
O segmento de saúde e cuidados pessoais foi o segundo a puxar a alta, com aumento de 0,64%. No acumulado dos últimos 12 meses, o setor apontou acréscimo de 9,25%.  No período compreendido entre janeiro e setembro de 2018, alta foi de 6,68%. Os subgrupos que se destacaram foram:  fisioterapeuta, (1,33%), psicólogo (1,11%), exame de imagem e plano de saúde (ambos com alta de 0,81%).
 
A segmentação do IPS por faixa de renda também mostrou que as famílias com menos poder aquisitivo foram as que mais sentiram a escalada dos preços. As classes E e D foram as mais prejudicadas, com variações positivas de 0,52% e 0,53%, respectivamente. Já para as classes mais altas, A e B, o IPS apontou acréscimo de 0,24% e 0,07%, consecutivamente.
 
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a aceleração do custo de vida no município de São Paulo foi ocasionada pelo aumento dos preços dos produtos, muito embora os serviços também tenham revelado uma trajetória de elevação. Há uma quantidade significativa de itens que apontam alta real de preços. Os mais preocupantes são os que impactam diretamente o orçamento familiar: alimentação e bebidas, habitação, saúde e educação. As classes de renda mais baixas foram as que mais sentiram as flutuações de preços em setembro.
 
Para a Entidade, em outubro, é provável que haja algum realinhamento de preços para baixo, não somente por causa do comportamento do real frente ao dólar, mas, também, em razão da redução no preço da gasolina, anunciada em 8 de outubro.
 
Metodologia
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.
 
As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,23 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.

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