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Imprensa

Após quatro altas consecutivas, custo de vida na região metropolitana de São Paulo se mantém estável em agosto

Segundo a FecomercioSP, estabilidade se deu pelo aumento nas cotações de alguns produtos, equilibrada pela queda nos preços de outros serviços

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São Paulo, 26 de setembro de 2018 – Após uma sequência de quatro altas, o custo de vida na região metropolitana de São Paulo registrou estabilidade (-0,01%) em agosto. No acumulado do ano, o indicador registrou variação positiva de 2,48% e, nos últimos 12 meses, a elevação foi de 4,61%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em agosto de 2017, o CVCS sinalizava alta de 0,39%, de 1,71% no acumulado do ano e 3,08% no dado anualizado.

Entre as nove categorias que compõem o indicador, apenas a de transportes registrou variação negativa em agosto, de 1,37%, sendo a principal responsável pela desaceleração do CVCS.

Por outro lado, o segmento de habitação amorteceu a queda ao apresentar alta de 0,59% em seus preços. No acumulado de setembro de 2017 a agosto de 2018, a atividade registrou alta de 6,77%. O grupo saúde e cuidados pessoais (0,65%) exerceu a segunda maior pressão no índice geral e aponta alta real de preços tanto no acumulado de 2018 quanto nos últimos 12 meses, de 4,85% e 3,38%, respectivamente.

Na segmentação por renda, a classe A foi a que mais sentiu o aumento dos preços em agosto, tendo em vista ter finalizado o mês com variação positiva de 0,19%. Em seguida aparece a classe B, que registrou elevação de 0,11%. Por outro lado, as classes E e D encerraram o mês com decréscimo de 0,18% e 0,19%, consecutivamente.

IPV
O Índice de Preços no Varejo (IPV) teve alta discreta de 0,06% em agosto ante o recuo de 0,12% observado em julho. Considerando o período entre setembro de 2017 a agosto de 2018, o indicador registrou alta de 3,97%. No mesmo período do ano anterior, a alta era de apenas 0,53%.

Três dos oito segmentos que compõem o IPV encerraram o mês com queda em seus preços médios no comparativo com julho: transportes (-0,43%), alimentação e bebidas (-0,35%) e educação (-0,10%).

Por outro lado, a contribuição de alta mais contundente no IPV foi do segmento de saúde e cuidados pessoais (0,65%), com variação acumulada de 1,40% em 2018 e de 1,46% nos últimos 12 meses disponíveis. O destaque ficou por conta do subgrupo higiene pessoal, que se elevou em 0,71%, em média, em virtude dos aumentos em produto para unha (4,12%), produto para cabelo (2,84%), sabonete (2,64%) e papel higiênico (1,28%). Alguns medicamentos também revelaram preços mais elevados no contraponto com julho: antigripal e antitussígeno (2,72%) e hormônio (2,88%).

A segunda maior contribuição de alta foi do segmento de vestuário (0,59%). Na soma dos oito primeiros meses do ano, porém apontou queda de 0,12% e no dado anualizado, a alta foi de 2,25%. No resultado mensal, destacam-se os seguintes itens: short e bermuda masculina (1,51%), blusa (3,52%), lingerie (1,51%), calça comprida infantil (1,83%) e vestido infantil (2,92%).

A segmentação do IPV por faixa de renda revela que as famílias com maior poder aquisitivo foram as que mais sentiram a escalada dos preços no oitavo mês do ano. Para a classe A, os preços no varejo ficaram 0,22% mais altos no contraponto com julho. Para a classe B a alta foi de 0,20%. Já as famílias que possuem renda mais baixa notaram decréscimo no indicador. As classes E e D apontaram recuo de 0,11% e 0,10%, respectivamente.

IPS
Ao contrário do IPV, o Índice de Preços de Serviços (IPS) desacelerou de maneira significativa ao encerrar o mês de agosto com queda de 0,08%. No período compreendido entre janeiro a agosto de 2018 os preços dos serviços acumulam alta de 2,86%. No acumulado dos últimos 12 meses, a elevação foi de 5,28%.

Dois dos oito segmentos analisados encerraram agosto com recuo em seus preços médios: transportes (-3,02%) e artigos de residência (-1,26%). Invertendo o que havia sido observado em julho, quando o segmento de transportes havia assumido o protagonismo da alta nos IPS, em agosto este setor foi o principal responsável pelo decréscimo do índice geral. Os destaques foram para as variações negativas percebidas em passagem aérea (-19,83%), seguro voluntário de veículo (-4,17%), conserto de automóvel (-0,88%) e estacionamento (-0,38%).

Em contrapartida, os grupos alimentação e bebidas (0,53%) e habitação (0,62%) amorteceram a queda do IPS.

No recorte por renda, as classes A e B foram os que sentiram flutuações positivas de preços no oitavo mês de 2018. Os estratos descreveram variação de 0,17% e 0,03%, respectivamente. Já as classes E e D sinalizaram recuo em suas variações, apresentando queda de 0,27% e 0,32%, respectivamente.

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, em agosto, a estabilidade do custo de vida aconteceu em virtude do aumento nas cotações de alguns produtos, equilibrada pela queda nos preços de outros serviços. As classes com maior renda foram as que mais sentiram os impactos das flutuações positivas, ao passo que as classes de renda mais baixa sentiram seus custos de vida menos pressionados.

Desta forma, como a Entidade já havia alertado, o segmento de habitação ainda preocupa tendo em vista que possui alta representatividade dento do custo de vida familiar e seus preços seguem persistentes com alta real, ou seja, acima da média da inflação.

Metodologia
O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços e o IPV, 181 produtos de consumo.

As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,23 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.

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