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Economia

Atacado paulista elimina 7.803 empregos formais no primeiro semestre do ano, aponta FecomercioSP

Segundo a Entidade, saldo negativo dos seis primeiros meses do ano foi o maior desde 2007

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Atacado paulista elimina 7.803 empregos formais no primeiro semestre do ano, aponta FecomercioSP

Queda nas receitas das vendas do varejo e condições atuais da economia impactaram o setor no primeiro semestre do ano
(Arte/TUTU)

O comércio atacadista do Estado de São Paulo eliminou 7.803 empregos formais no primeiro semestre do ano, resultado de 85.659 admissões e 93.462 desligamentos. Foi o maior saldo negativo já registrado para um primeiro semestre desde 2007 e superior ao visto no mesmo período de 2015, quando foram extintos 6.379 postos de trabalho.

Em junho foram fechados 1.199 postos formais no atacado paulista, saldo de 14.164 funcionários admitidos e 15.363 desligados. Com isso, o setor atacadista de São Paulo soma o 10º mês consecutivo de eliminação de empregos com carteira assinada. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, houve queda de 3,7% no estoque total que atingiu 491.613 trabalhadores ativos em junho - o menor número desde setembro de 2012, quando o setor empregava 489.592 pessoas no regime celetista.

Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista. As informações mostram o nível de emprego do comércio atacadista em dezesseis regiões e dez ramos de atividade. A FecomercioSP passou a acompanhar tais dados em fevereiro de 2016.

Entre as dez atividades pesquisadas em junho, apenas o segmento de produtos farmacêuticos e higiene pessoal (0,4%) apresentou crescimento no estoque de empregos na comparação com o mesmo mês de 2015. Os piores desempenhos foram vistos em eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-9,1%); tecidos, vestuário e calçados (-7,1%) e máquinas de uso comercial e industrial (-7%).

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, a queda nas receitas das vendas do varejo e o quadro praticamente inalterado das condições atuais da economia, mais precisamente do consumo das famílias, impactaram diretamente sobre o setor atacadista no primeiro semestre do ano.

A Entidade chama a atenção para dois pontos: houve desaceleração do saldo negativo do setor no comparativo anual, o que permitiu melhora na variação negativa da contraposição do estoque ativo de trabalhadores do setor, para -3,7% ante os 3,9% observados em maio; e tanto no atacado como no varejo, apenas o segmento farmacêutico apresentou geração de vagas, seja em junho, no semestre ou no acumulado dos doze meses.

A Federação conclui que, assim como no varejo, a melhoria das expectativas, aliada à inflação futura mais baixa e que dá espaço para queda de juros, pode aos poucos reaquecer o consumo, as vendas, os investimentos e a geração de empregos. É um movimento que começa nas famílias, passa pelo varejo e atinge o atacado. Segundo a FecomercioSP, esse é um processo lento, dependente de expectativas melhores e mais consolidadas e da própria política econômica governamental, já que tal caminho passa diretamente pela confiança dos agentes na capacidade da equipe econômica em trazer estabilidade macroeconômica e crescimento.

Atacado paulistano
Em junho foram eliminados 868 empregos com carteira assinada no comércio atacadista da cidade de São Paulo, resultado de 4.984 admissões e 5.852 desligamentos. Foi o 19º mês consecutivo que o atacado da capital registrou saldo negativo. A última vez que houve abertura de postos de trabalho foi em novembro de 2014. Com isso, o estoque total caiu para 203.963 empregados ativos. O saldo acumulado dos últimos 12 meses ficou negativo em 10.311 empregos, o que levou à diminuição de 4,8% do estoque total de trabalhadores na comparação com junho do ano anterior.

Das dez atividades pesquisadas, apenas o segmento de produtos farmacêuticos e higiene pessoal (+26 vagas) criou empregos em junho. Os destaques negativos foram observados nos setores de eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-166 empregos), máquinas de uso comercial e industrial (-154 empregos) e de papel, resíduos, sucatas e metais (-149 vagas).

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