Economia
28/10/2016Atacado paulista gera empregos formais pelo segundo mês consecutivo, aponta FecomercioSP
Segundo a Entidade, comércio atacadista criou 1.126 postos de trabalho em agosto
O segmento que vende tecidos, vestuário e calçados foi um dos três que gerou vagas (+ 149 postos) na capital do estado paulista no mês
(Arte/TUTU)
O comércio atacadista do Estado de São Paulo demonstra reação à crise e seu mercado de trabalho pelo segundo mês consecutivo apresentou saldo positivo de empregos. Em agosto, o setor abriu 1.126 postos de trabalho, resultado de 14.675 admissões e 13.549 desligamentos. Os saldos positivos de julho e agosto interromperam um longo período de 10 meses de saldo negativo no mercado de trabalho do atacado. Com isso, o setor encerrou o mês com estoque total de 494.118 trabalhadores formais, redução de 3,0% na comparação com o mesmo mês do ano passado. No saldo acumulado de janeiro a agosto, porém, são 5.298 empregos formais a menos e em doze meses a perda alcança 15.151 vagas.
Os dados são da Pesquisa de Emprego no Comércio Atacadista do Estado de São Paulo (PESP Atacado), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados do Ministério do Trabalho, por meio do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e das informações sobre movimentação declaradas pelas empresas do atacado paulista. As informações mostram o nível de emprego do comércio atacadista em dezesseis regiões e dez ramos de atividade. A FecomercioSP passou a acompanhar tais dados em fevereiro de 2016.
Entre as dez atividades pesquisadas em agosto, apenas os segmentos de produtos farmacêuticos e higiene pessoal (0,7%) e energia e combustíveis (0,7%) apresentaram crescimento no estoque de empregos na comparação com o mesmo mês de 2015. Os piores desempenhos foram vistos em eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (-8,2%), máquinas de uso comercial e industrial (6%) e materiais de construção, madeira e ferramentas (-5,4%).
De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, é importante ressaltar que tradicionalmente o saldo de empregos formais do comércio atacadista do Estado de São Paulo nos meses de agosto é positivo devido à data-base de grande parte das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) ser em 1° de setembro. Dado que o Artigo 9° da Lei Federal 7.238/14 obriga o pagamento de indenização às demissões sem justa causa 30 dias antes da data-base da CCT, os desligamentos são menores, principalmente em um período de crise econômica, onde o empresário se vê na necessidade de reduzir custos, inclusive na hora de demitir.
Apesar disso, a Federação aponta ser nítida a reação do mercado de trabalho do setor, não apenas por ter dois meses seguidos de geração de vagas, mas pelo crescimento significativo do saldo positivo de empregos na comparação com agosto de 2015. Em termos conjunturais, o desempenho de vagas no atacado é interligado ao desempenho do varejo. Como o setor varejista paulista registrou avanço na receita de vendas em junho e julho, e também gerou vagas formais em julho e agosto, há reflexos desses resultados positivos também sobre o atacado.
A FecomercioSP pondera que existe recuperação dos indicadores de confiança, e nos medidores de intenção de consumo das famílias. Aos poucos, há melhorias nos horizontes do varejo e, consequentemente, do atacado. A Entidade observa cada vez mais consolidada uma reação da economia paulista, porém ainda setorizada, lenta e gradual.
Atacado paulistano
Em agosto foram gerados 713 empregos com carteira assinada no comércio atacadista da cidade de São Paulo, resultado de 5.507 admissões e 4.794 desligamentos. Com isso, o estoque total subiu para 205.426 empregados ativos. O saldo acumulado dos últimos 12 meses ainda é negativo em 8.205 empregos, o que levou à diminuição de 3,8% do estoque total de trabalhadores na comparação com agosto do ano anterior.
Das dez atividades pesquisadas, apenas o segmento de produtos químicos, metalúrgicos e agrícolas (-35 vagas) registrou redução de postos de trabalho em agosto. Já as atividades de alimentos e bebidas (237 vagas), tecidos, vestuário e calçados (149 postos) e eletrônicos e equipamentos de uso pessoal (102 empregos) apresentaram os maiores saldos positivos.
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