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Economia

Banco Central acerta ao disciplinar uso do crédito rotativo no cartão

Para a FecomercioSP, a medida reduz o potencial explosivo da dívida que cresce por conta de juros praticamente impagáveis

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Banco Central acerta ao disciplinar uso do crédito rotativo no cartão

Com a nova medida, após o prazo de 30 dias, o saldo devedor deverá ser convertido em crédito parcelado
(PixAbay)

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) considera positiva a ação do Banco Central, através da Resolução 4.549, que determinou que o crédito rotativo no cartão só poderá ser utilizado até o prazo-limite de 30 dias. A medida disciplina uma modalidade de crédito que, na visão da Entidade, era considerada maléfica para o orçamento familiar. Os consumidores que usavam o recurso do rotativo, em grande medida, não viam outra alternativa e deles era cobrada uma taxa de juros abusiva, o que tornava impossível o pagamento das dívidas. 

Com a nova medida, após o prazo de 30 dias, o saldo devedor deverá ser convertido em crédito parcelado. Essa conversão não é automática, ou seja, o banco não será obrigado a parcelar o saldo devedor, sendo então, obrigação do devedor, no caso do não parcelamento automático, buscar empréstimo para quitar sua dívida. 

O Banco Central divulgou que a classificação de crédito de quem usa o rotativo é ruim: a maior parte desses consumidores tem classificação E ou pior, em uma escala que vai de A (melhor classificação) até H (pior nota de crédito). Segundo os dados do próprio BC, 37% dos consumidores que entram no rotativo se tornam inadimplentes e 59% das empresas seguem o mesmo caminho. Nos crediários normais a taxa de inadimplência é muito menor. 

De acordo com a Federação, a medida não visa reduzir significativamente a inadimplência, mas disciplinar e organizar o mercado de crédito. Grande parte das famílias e empresas que usam o rotativo o fazem por falta de opção, justamente por não conseguirem um financiamento adequado nos mercados devido sua classificação ruim de risco. Há também quem se utiliza dessa modalidade pela praticidade (o crédito rotativo é automático), mas acaba se complicando por conta das elevadíssimas taxas de juros cobradas e criando a famosa bola de neve no crédito. 

Para a FecomercioSP, o Banco Central busca, acertadamente, reduzir a utilização desse instrumento que é a última instância do consumidor ou empresa que já está praticamente sem condições de pagamento, e, portanto deveria recorrer a outras medidas de ajuste do orçamento (pagar 400% ou mais ao ano de juros definitivamente só complica ainda mais sua situação). Para quem ainda não está sem alternativas, mas se utiliza dessa modalidade apenas pelo comodismo, a Entidade aponta que a medida também é positiva, pois reduz o potencial explosivo da dívida que vai crescendo assustadoramente por conta de juros praticamente impagáveis. De uma forma ou de outra, na avaliação da Federação, o Banco Central está obrigando credores e devedores a se disciplinarem um pouco mais e buscarem alternativas que sejam mais viáveis para a solvência dos endividados.

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