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Negócios

Bordado se renova e acompanha movimento mundial de valorização do artesanato

Atividade é boa oportunidade de negócio; FecomercioSP dá dicas para quem quiser se formalizar profissionalmente e montar uma loja de artesanato

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Bordado se renova e acompanha movimento mundial de valorização do artesanato

Clubes têm sido formados para fomentar a cultura do bordado e expandir o conhecimento
(Arte: TUTU)

Por Ana Clara Guerra

Foi-se o tempo em que bordar era considerado uma atividade antiga. De acordo com o relatório Tendências Criativas 2018 (Creative Trends, em inglês), da empresa Shutterstock, a busca de profissionais de design e marketing por termos relacionados ao artesanato em tecido cresceu 432%.

Em tempos de tecnologia, isso mostra que essa expressão popular tem se renovado e acompanhado o movimento mundial de valorização do artesanato. “Há muito tempo temos nos comportado apenas como consumidores de produtos, de informação e de determinados estilos de vida. No entanto, precisamos nos sentir conectados com os produtos de maneira ativa, utilizando os que são feitos à mão para contar histórias nas quais há protagonismo. Bordar e tricotar são coisas aparentemente simples, mas que podem se tornar ferramentas para o empoderamento de muitas pessoas”, analisa a sócia-bordadeira do Clube do Bordado, Amanda Zacarkim.

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Juntamente com cinco jovens sócias-bordadeiras, Amanda criou o Clube do Bordado em 2013, com o intuito de fomentar a cultura do bordado entre atuantes e simpatizantes das atividades feitas à mão. Além de criar ilustrações e bordados contemporâneos, elas também promovem encontros, cursos e oficinas pelo Brasil e pela Europa para compartilhar dicas e conteúdos que vão de materiais para bordar e remuneração da hora de trabalho até a discussão sobre o viés feminista do fazer manual. “Usamos o bordado livre como uma ferramenta para troca de ideias e para ampliar o entendimento do que é e o do que pode vir a ser esse fazer manual no século 21”, comenta.

O bordado moderno, segundo Amanda Zacarkim, também tem um papel importante para repaginar a forma como o artesanato é visto. “O fato de as técnicas artesanais serem majoritariamente feitas por mulheres que trabalham em casa já coloca o resultado dessa atividade e suas protagonistas em um papel secundário, quando, na verdade, muitas delas são chefes de família, sustentam seus filhos e netos e movimentam a economia local. É por isso que elas merecem ter seu trabalho valorizado e remunerado de forma justa, seja uma senhora no interior do Alagoas que faz renda filó, seja uma adolescente que aprendeu a bordar agora e tem sua própria marca no Instagram”, opina.

Vale ressaltar que as redes sociais têm servido de fonte de inspiração para quem deseja aprender a bordar. “O mais legal dessa presença online é ver a criação de comunidades de bordadeiras e bordadeiros, que se encontram em suas cidades para bordarem juntos,ou que criam outros clubes, como o nosso, para expandir e levar adiante esse conhecimento para mais gente”, exemplifica a sócia-bordadeira do Clube do Bordado.

Como empreender o próprio negócio
Os pequenos negócios são considerados um dos principais pilares de sustentação da economia brasileira. Segundo os dados divulgados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), as micros e pequenas empresas representam 20% do produto interno bruto (PIB), empregam 67% das pessoas no setor privado e representam 98% dos estabelecimentos formais existentes.

Para quem quer transformar o bordado em um novo negócio ou formalizar essa atividade profissional, é necessário ter um planejamento para criar estratégias a fim de alcançar os seus objetivos.

A assessoria econômica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) salienta que o passo mais importante nesse aspecto é montar um plano de negócios para planejar a estratégia para melhor posicionamento mercadológico. Além disso, ele também poderá ser utilizado para captação de investimentos e de empréstimos bancários. Entre os pontos que devem constar nesse planejamento, estão conceito de negócio, análise de mercado, concorrência, público-alvo, equipe de gestão, produto ou serviço, estrutura operacional, vendas, marketing e finanças.

Caso o empreendedor encontre dificuldade em elaborar um plano de negócios, é recomendável que ele busque orientação de um profissional especializado, principalmente nesse setor que demanda conhecimento de um mercado específico. De acordo com a FecomercioSP, um fator altamente favorável para o sucesso do empreendimento é o conhecimento prévio do mercado de atuação e das condições empresariais necessárias ao bom andamento do negócio.

Outro ponto importante para o qual o empreendedor deve se atentar é a formalização de sua atividade. Para quem fatura até R$ 81 mil por ano, o recomendado é que ele se oficialize como microempreendedor individual (MEI) no Portal do Empreendedor. Atualmente, há mais de cem ocupações cadastradas permitidas para esse tipo de empresa, incluindo a de bordadeiro independente.

Para a assessoria jurídica da FecomercioSP, o Portal do Empreendedor é prático e funcional, pois apresenta diversas explicações, como quais as obrigações do MEI, além de objetivar a dispensa de obrigações acessórias, incluindo a de contabilidade. Após o cadastro pela internet, o empresário deve entrar em contato com a Prefeitura e Secretaria da Fazenda para obter informações sobre a emissão da nota fiscal.

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