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12/12/2018Capital paulista tem 124 mil famílias endividadas a menos em novembro
Segundo a FecomercioSP, contudo, quase 722 mil famílias ainda não conseguiram pagar suas dívidas na data do vencimento
São Paulo, 12 de dezembro de 2018 – A proporção de famílias paulistanas endividadas caiu em novembro. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), houve queda no indicador, ao passar de 54,7% em outubro para 51,5% em novembro. Isso significa que 2,02 milhões de famílias possuem algum tipo de dívida, 124 mil a menos do que no mês de outubro. O número é 5,2 pontos porcentuais superior ao registrado em novembro do ano passado (56,7%).
A taxa de inadimplência apontou recuo de 1,6 ponto porcentual, marcando 18,5% em novembro – ante 20,1% em outubro. Isso significa que são quase 722 mil famílias que não conseguiram pagar suas dívidas na data do vencimento. No mesmo período do ano passado, a taxa estava mais alta (20,4%).
A taxa de famílias paulistanas que declararam não ter condições de quitar a dívida no próximo mês também diminuiu, ao passar de 9,5% em outubro para 8,7% em novembro. Entretanto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve aumento de 1 ponto porcentual.
Em relação ao tempo da dívida em atraso, está cada vez mais concentrado no longo prazo: acima de 90 dias (57,2%), 11,3 pontos porcentuais acima do visto no mesmo período de 2017. O atraso do pagamento entre 30 e 90 dias está em 21,8%, e até 30 dias, em 19,6%. O indicativo ainda aponta a dificuldade das famílias em acertar as contas, avalia a FecomercioSP.
Sobre o tempo de comprometimento da renda com dívidas, não houve mudanças importantes em relação a outubro. O maior porcentual está em relação ao comprometimento acima de um ano, com 34,6%. Um ano atrás, esse dado estava em 33,5%. E a parcela da renda comprometida com dívida ficou estável em 29%. O consenso no mercado é que 30% é um patamar ideal para essa relação.
Na segmentação por renda, ambos os grupos obtiveram queda. Entretanto, as famílias com rendimentos abaixo de dez salários mínimos (SM) são as mais endividadas: 23,2% dessa faixa declararam ter alguma dívida atrasada em novembro, ante 25,5% de outubro. A inadimplência das famílias com renda superior a dez salários mínimos teve queda de 8,3% para 7,4%, na comparação mensal.
De acordo com a FecomercioSP, apesar de o resultado geral ser positivo, ainda não tira o quadro de alerta dos últimos meses, visto que essas reduções se dão sobre os níveis históricos elevados. Além disso, o desemprego se mantém alto, o que dificulta o maior controle do orçamento doméstico e obtenção de crédito.
Segundo a Entidade, para ter havido as quedas da PEIC, pode ser que os consumidores paulistanos quitaram as dívidas com algum investimento para abrir espaço para as compras de fim de ano. Segundo o Banco Central, por exemplo, no seu relatório da poupança, em outubro, foi o primeiro mês negativo (retiradas superiores aos depósitos) desde março.
Tipos de dívida
O cartão de crédito segue como o principal tipo de dívida. Em novembro, 70,9% das famílias realizaram compras no cartão, pouco abaixo dos 71,9% em outubro e abaixo dos 73,6% em novembro de 2017. Na segunda posição, veio o carnê, com 13,5%, seguido por financiamentos de carro e de casa, ambos com 12,1%.
Metodologia
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados, aproximadamente, 2,2 mil consumidores na capital paulista.
O objetivo da PEIC é diagnosticar o nível de endividamento e de inadimplência do consumidor. A partir das informações coletadas, são apurados importantes indicadores: nível de endividamento; porcentual de inadimplentes; intenção de pagamento de dívidas em atraso; e nível de comprometimento da renda. Tais indicadores são observados considerando duas faixas de renda.
A pesquisa permite o acompanhamento do nível de comprometimento do comprador com as dívidas e sua percepção em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos.
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