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Economia

Comércio paulista fecha 21.335 vagas em janeiro de 2016

Segundo cálculos da FecomercioSP, um em cada cinco postos de trabalho fechados em janeiro no Brasil ocorreu no comércio paulista

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Comércio paulista fecha 21.335 vagas em janeiro de 2016

Dado do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que em janeiro de 2016 foram fechados 99.694 postos de trabalho com carteira assinada no país. Na série sem ajustes, é o pior resultado para o mês desde janeiro de 2009, quando, influenciada pelos impactos da crise internacional, a economia brasileira estagnou e o mercado de trabalho formal fechou 101.748 vagas.

Em janeiro de 2014 foram perdidas 81.774 vagas no país, ou seja, na comparação dos desempenhos de janeiro, o saldo negativo aumentou 22% entre 2014 e 2015. Esta redução de quase 100 mil postos de trabalho neste primeiro mês de 2016 soma-se a redução de 1,542 milhão de vagas que já haviam sido perdidas no país em 2015.

Tabela 1: Saldo de empregos formais no Brasil – Janeiro de 2016

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Por setores da economia, apenas a agropecuária registrou criação de empregos, +8.729 vagas. Por outro lado, o Comércio (Atacado + Varejo) foi responsável por 70% do saldo negativo nacional. Somente neste setor, foram perdidos 69.750 empregos com carteira assinada em janeiro. Segundo cálculos da FecomercioSP, considerando os 21 dias úteis do mês passado, significa dizer que foram perdidos 3.321 empregos por dia no comércio brasileiro.

Para o setor comercial especificamente, analisa a Entidade, apenas duas Unidades da Federação registraram crescimento do mercado de trabalho formal: Paraíba (+274 vagas) e Mato Grosso (161 vagas). Por outro lado, o Estado de São Paulo foi aquele em que o número de trabalhadores ativos no comércio mais se reduziu: foram -21.335 vagas, ou 31% do saldo negativo nacional do setor. Segundo cálculos da FecomercioSP, uma em cada cinco vagas formais fechadas no Brasil em janeiro de 2016 ocorreu no comércio paulista. No acumulado de janeiro de 2015 a janeiro de 2016, o comércio brasileiro fechou 288,5 mil vagas, sendo que 33,5% delas, ou 96,6 mil vagas, foram apenas no Estado de São Paulo.

A assessoria econômica da Federação destaca que tradicionalmente os números do emprego formal para o comércio em janeiro são ruins devido a dispensa de muitos trabalhadores contratados temporariamente para o Natal. Os números do último trimestre (novembro a janeiro), porém, alertam os economistas, são mais preocupantes. Isto porque, em novembro, mês sazonalmente positivo pela contratação de temporários, o saldo de empregos do comércio ficou positivo em 54.592 vagas no Brasil e 13.173 vagas no Estado de São Paulo. Já em dezembro o saldo ficou negativo em 40.649 vagas no comércio nacional e negativo em 17.843 vagas no setor comercial paulista. Ou seja, no Estado de São Paulo houve dispensa dos trabalhadores temporariamente contratados para o Natal já em dezembro. Para o país ainda sobrou um saldo de cerca de 14 mil trabalhadores, que já foram dispensados neste saldo negativo nacional de quase 70 mil vagas de janeiro de 2016. Em suma, resumem os economistas, os números negativos do mercado de trabalho do comércio brasileiro e paulista em janeiro de 2016 não provêm apenas da sazonalidade dos desligamentos daqueles que trabalharam temporariamente no Natal, mas sim nos mostram um aprofundamento da retração do mercado de trabalho.

O emprego é diretamente relacionado a receita de vendas dos setores, analisa a FecomercioSP. No caso do comércio, como os determinantes do consumo das famílias, como inflação, juros, endividamento e inadimplência, não parecem se alterar neste início de ano, espera-se para os próximos meses movimentos ainda negativos ao mercado de trabalho, já que que, com a demanda retraída, as vendas recuam e os empresários se veem na necessidade de adequar custos, como o da mão de obra, principalmente neste cenário de faturamento cada vez mais diminuto, concluem os economistas da Entidade. 

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