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Editorial

Comércio varejista na região de Campinas recua 17,1% e aponta o segundo pior desempenho do Estado em outubro

Segundo a FecomercioSP, com queda de 65,1%, setor de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos foi determinante para o resultado negativo da região

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São Paulo, 26 de janeiro de 2016 – As vendas do comércio varejista da região de Campinas retraíram 17,1% na comparação com o mesmo mês de 2014 e atingiram cerca de R$ 4 bilhões. Com isso, o varejo da região representou 8,6% do total das vendas do Estado de São Paulo. No acumulado do ano, a queda foi de 16,8%, o que representa uma perda de R$ 7,7 bilhões entre janeiro e outubro de 2015. 

Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), com base em informações da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP). 

Das nove atividades analisadas na pesquisa, sete apresentaram queda, sendo o setor de eletrodomésticos, eletrônicos e lojas de departamentos (que retraiu 65,1% e teve contribuição negativa de 6,2 pontos porcentuais no resultado geral), o principal responsável pelo baixo desempenho da região. As demais retrações mais expressivas foram vistas nos setores de concessionárias de veículos (- 32,2%, com impacto de -5,8 p.p.) e outras atividades (- 17,1% e -3,5 p.p.). 

No sentido contrário, o segmento de lojas de móveis e decoração apresentou o melhor resultado, com alta de 62% e contribuição de 0,6 p.p. para o resultado geral. Foi o sexto mês que a atividade registrou forte crescimento, motivado principalmente pelos novos investimentos para abertura de lojas. Já o setor de supermercados (3,9%, com contribuição de 1 p.p.) também apresentou avanço, porém, não o suficiente para alavancar as vendas do comércio varejista na região de Campinas. 

De acordo com a assessoria econômica da FecomercioSP, o resultado obtido em outubro na região demonstrou os impactos da atual conjuntura econômica, com a influência negativa da inflação no poder de compra do consumidor. Para a Entidade, o baixo desempenho deve se estender para este início de ano, com tendência de variações mais moderadas em razão da base fraca de comparação mensal em 2015.

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Resultado estadual

Seguindo o mesmo ritmo de retração apresentado nos meses anteriores, as vendas do comércio varejista paulista permaneceram negativas em outubro e caíram 10,2% na comparação com o mesmo mês de 2014. Com faturamento real de R$ 46,1 bilhões – a menor receita registrada para o mês desde 2010 –, o varejo do Estado perdeu R$ 5,3 bilhões na comparação com igual mês de 2014. De janeiro a outubro, o recuo foi de 6,1%, e estabeleceu também um novo recorde histórico negativo em termos de queda acumulada no ano. 

Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, os sucessivos declínios mensais do movimento varejista iniciado em 2014 consolidaram cada vez mais o aprofundamento do ciclo recessivo do comércio, com quedas acima de 10%, historicamente jamais atingidos. 

Entre as 16 regiões paulistas que compõem a pesquisa, apenas o comércio varejista da região de Marília conseguiu evitar retração em suas vendas em outubro. Para a Federação, o resultado apontou para a generalização e o agravamento do processo recessivo do varejo paulista. 

Das nove atividades analisadas, sete registraram índices negativos com quedas de dois dígitos, sendo as mais expressivas vistas nos setores de concessionárias de veículos (-22,9%, com impacto de -3,1 pontos porcentuais sobre o resultado geral), materiais de construção (-21,4% e contribuição de -1,7 p.p.) e outras atividades (-18,3% e -4,2 p.p.). 

Por outro lado, o segmento de supermercados avançou em 7,1% e contribuiu com 2 pontos porcentuais para o resultado total, enquanto o setor de farmácias e perfumarias cresceu 0,8%. 

Expectativa

De acordo com a FecomercioSP, a queda nas vendas do varejo paulista em outubro foi ocasionada pela forte deterioração da confiança do consumidor. Os principais motivos foram queda da renda e aumento do desemprego, além das altas da inflação e do endividamento das famílias. Com isso, a Federação sinaliza que está cada vez mais difícil qualquer pretensão de aumento do consumo, em especial o de bens duráveis. 

Para a Entidade, ainda não há sinais de reversão do quadro de retração das vendas no Estado. A queda expressiva observada no primeiro mês do trimestre mais forte para o varejo mostrou que o comércio atravessava uma crise aguda de deterioração de suas vendas, influenciada pelas circunstâncias econômicas e políticas negativas do País que se agravaram de forma rápida e intensa em 2015. 

Nota metodológica

A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). 

As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades). 

Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.

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