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Economia

Crise econômica resulta em regressão do padrão social das famílias

Emprego e renda foram muito afetados, o que gerou mudanças em campos como educação, saúde e moradia, aponta a FecomercioSP

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Crise econômica resulta em regressão do padrão social das famílias

Orçamento familiar foi atingindo de maneira significativa, levando à mudança – para pior – do perfil social
(Arte/TUTU)

Depois de uma década na qual os brasileiros tiveram contínuos ganhos reais na renda e conseguiram acesso a escolas particulares, universidades e planos de saúde – além de crédito para aquisição de bens como imóveis, eletrodomésticos, carros e viagens –, uma nova tendência começa a se desenhar: um número crescente de famílias está retornando ao padrão de vida do passado.

Em 2015, 1,5 milhão de pessoas foram desligadas do trabalho e a soma de desempregados no País já se aproxima de 10 milhões. Em 2016, a tendência é de continuidade das demissões.

Também no ano passado, a inflação (medida pelo IPCA) atingiu 10,67%, e para 2016 deve ultrapassar novamente a meta estabelecida pelo governo, com previsões de que exceda os 8%.

A FecomercioSP destaca que duas variáveis importantes, emprego e renda, estão se deteriorando de forma muito rápida e, como o brasileiro não tem o perfil poupador, o orçamento familiar foi atingindo de maneira significativa, levando à mudança – para pior – do perfil social.

A assessoria técnica da Entidade avalia que o declínio foi muito perceptível em campos como educação, saúde e moradia. Está cada vez mais frequente a procura de pais por vagas em escolas públicas, diante da impossibilidade de manter o pagamento de instituições privadas. Apenas no Estado de São Paulo, só até agosto de 2015, a procura por vagas em escolas da rede pública já igualava à registrada durante todo o ano de 2014. Há também o corte de despesas de serviços domésticos para que a família consiga manter o aluno no ensino privado.

As empresas estão sem investir e demitindo, o que resulta no desaparecimento de oportunidades. Com isso, profissionais qualificados buscam alternativas em outras atividades e aceitam ganhar menos para manter alguma renda no domicílio.

No caso da saúde, vale destacar que nos três primeiros trimestres de 2015, cerca de 450 mil beneficiários se desligaram de seus planos de saúde. A maioria dos desligamentos ocorreu nas faixas etárias até 30 anos. São pessoas que terão de buscar o atendimento público, já caótico em todo o território nacional.

Em relação à moradia, apenas no ano passado, de cada cem unidades habitacionais vendidas, cerca de 40% tiveram seu processo de devolução, o chamado “distrato”.

Para a Federação, não há previsão de melhora para este ou para o próximo ano. Contudo, assim que forem ajustados os problemas econômicos e políticos, haverá retorno das expectativas – que trarão os investimentos necessários – a curto e médio prazos, como já ocorreu em outras crises. Com isso, voltará a manutenção da renda e do emprego para as famílias.

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