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Sustentabilidade

Crise hídrica demanda esforço coletivo para garantir o abastecimento

Cartilha da FecomercioSP orienta paulista sobre o uso racional da água, com dicas e informações para reduzir o desperdício na região

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Crise hídrica demanda esforço coletivo para garantir o abastecimento

O baixo nível do reservatório do Sistema Cantareira, responsável por parte do abastecimento da região metropolitana de São Paulo (RMSP) e pelo abastecimento da região de Campinas, bem como a crítica disponibilidade de água por habitante nestas regiões - inferior à do Estado mais seco do Nordeste (Pernambuco) - demandam uso racional por parte da população.

O alerta está na cartilha “Água: o que o Empresário do Setor de Comércio e Serviços Precisa Saber e Fazer para Preservar este Precioso Recurso”, produzida pelo Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

A cartilha, disponível no portal da Entidade, traz informações sobre a produção de água na região e orientações de como o cidadão e o comerciante podem contribuir no dia a dia para evitar o desperdício, a fim de colaborar com a sociedade no período de seca nos reservatórios. 

A publicação mostra que o Sistema Integrado de Abastecimento de Água da Sabesp, composto por oito unidades produtoras no Estado, é capaz de produzir até 73 m³/s, e produz em média, para atender a demanda, cerca de 69 m³/s. No atual período chuvoso iniciado em setembro, caso se repita a baixa quantidade de chuvas registradas no último período de chuvas, a tendência é que a capacidade de produção diminua, impactando o abastecimento das casas e estabelecimentos na região. Em outubro, o nível de chuvas no Sistema Cantareira continua crítico, com chuva acumulada de 42,5 mm, de acordo com dados da Sabesp. A média histórica para o mês é de 130,8 mm. 

O sistema Cantareira, sozinho, tem capacidade de produzir aproximadamente 33 m³/s, atendendo 9,4 milhões de habitantes no Estado. Tem produzido cerca de 22 m3/s para a Região Metropolitana, sendo que desde março, a Sabesp vem realizando ações para diminuir a demanda deste sistema como instalação de válvulas redutoras de pressão para controlar as perdas, avanço dos outros sistemas (Alto Tietê, Guarapiranga e Rio Claro) para áreas atendidas pelo Sistema Cantareira, redução da venda de água para permissionárias e a economia do consumo com o bônus. Mesmo assim, em outubro, o reservatório registrou a menor marca histórica, operando com 3% da capacidade. A menor produção de água no período não é a única preocupação para a região. A já conhecida baixa disponibilidade do recurso por habitante na RMSP – inferior à disponível para os moradores de Pernambuco, por exemplo –, também aumenta a necessidade de cuidados especiais por parte da população para não faltar água.

Na região metropolitana de São Paulo cada habitante tem disponível para uso 201 metros cúbicos por ano, enquanto Pernambuco oferece 1.320 metros cúbicos no mesmo intervalo de tempo. A condição, avaliada como crítica pela cartilha leva a RMSP a reverter em torno de 31 m³/s das bacias vizinhas para atender à demanda de maneira adequada. 

A cartilha da FecomercioSP ainda alerta para o fato de que o volume para cada morador da região metropolitana pode estar ainda menor nos últimos meses, já que os dados são atualizados após análise de um longo período e, por enquanto, ainda não foi realizada uma nova medição considerando o período de chuvas menores do que as médias históricas de todos os tempos.

O presidente do Conselho de Sustentabilidade da Entidade, José Goldemberg, sugere que o período demanda participação coletiva para reduzir os impactos. “A disponibilidade de água para consumo é baixa e novos reservatórios estão distantes. É preciso que a população reduza o uso, de maneira consciente, porque o sistema Cantareira não está conseguindo produzir toda a água necessária. Além disso, a região precisa passar por obras de infraestrutura para captar e tratar mais água, o que requer tempo”, avalia. 

Entre as dicas da cartilha para usar a água de maneira racional está a determinação de metas de consumo envolvendo toda a população para reduzir o volume gasto. No estabelecimento comercial, por exemplo, é possível trabalhar com responsabilidades e benefícios, incentivando a participação de colaboradores e clientes. 

No uso prático da água, a publicação sugere que a lavagem de utensílios seja feita em uma única vez, utilizando produtos de limpeza sem fosfato, pois fazem menos espuma e facilitam o enxágue. Áreas externas devem ser higienizadas com varrição e não com mangueiras. 

A manutenção das instalações hidráulicas também pode ser uma aliada nesse processo de economia, com a troca de itens antigos por equipamentos economizadores, identificação de vazamentos e avaliação constante do funcionamento das peças. A cartilha traz orientações e um cronograma para o usuário avaliar as instalações de maneira adequada.

A cartilha poderá ser acessada na íntegra aqui.

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