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Imprensa

Custo de vida na região metropolitana de São Paulo recua 0,32% em junho, a maior queda desde 2010

Segundo a Entidade, a retração foi motivada pelos segmentos de habitação, transportes, vestuário e artigos do lar

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Os preços dos produtos e serviços na região metropolitana de São Paulo (RMSP) recuaram 0,32% em junho, a maior queda registrada desde o início da série histórica, em dezembro de 2010. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Com esse desempenho, o indicador acumulou alta de 0,90% no primeiro semestre deste ano. No mesmo período de 2016, o CVCS apontava elevação de 4,41%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses houve alta de 3,02%, ante os 9,64% observados no mesmo período do ano passado.

Os grupos que mais influenciaram na queda do custo de vida em junho foram: habitação (-1,2%), transporte (-0,58%), vestuário (-0,64%) e artigos do lar (-0,24%). O peso desses quatro segmentos no orçamento familiar, somados, é de 49%, o que favoreceu de maneira significativa o declínio do CVCS no mês. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, ao longo dos três últimos meses as oscilações no preço de energia elétrica residencial têm contribuído muito para a queda nos preços do grupo habitação. Em abril, houve um declínio de 8,09% no preço da energia elétrica residencial; em maio, houve uma reversão de tendência e este mesmo item se elevou em 9,87%; e em junho, o item voltou a recuar, em 6,37%.

Em contrapartida, quatro atividades apontaram variação positiva nos preços em junho, mas não causaram grande pressão para impulsionar o custo de vida. Alimentação e bebidas encareceram, em média, 0,02% no mês; os produtos e serviços de saúde se elevaram em 0,29%; as despesas pessoais subiram 0,24%; educação encerrou o mês praticamente estável, com leve alta de 0,01%; e, por fim, comunicação se manteve estável, com variação nula.

Segundo a Federação, o recuo do custo de vida na região metropolitana de São Paulo garante uma situação muito mais confortável para o orçamento familiar nesta primeira metade do ano. Mesmo que o País ainda esteja enfrentando um período de crise e baixo dinamismo na economia, a Federação aponta que as quedas observadas não podem ser creditadas a uma demanda fraca, especialmente porque as baixas mais relevantes de preços são em produtos e serviços que possuem alta relevância na cesta de compras das famílias, como habitação, transporte e vestuário. A justificativa para a retração dos preços, segundo a Entidade, é que nitidamente há menos pressões de custo incidindo neste momento, e isso permite que os preços retornem a patamares mais modestos. A volumosa safra agrícola deste ano, para a FecomercioSP, fez com que a oferta de muitos produtos alimentícios fosse suficiente para não ocasionar elevação significativa nos preços dos alimentos, como sazonalmente se observa. Além disso, o comportamento dos preços dos combustíveis também favorece para não inflar os custos logísticos dos produtos como um todo.

As classes E, D e C foram as que mais se beneficiaram com as quedas dos preços em junho, com retrações de 0,49%, 0,47% e 0,38%, respectivamente. Já as classes A (-0,14%) e B (-0,23%) foram menos impactadas pelas quedas dos preços.

IPV

Os preços no varejo paulistano apresentaram declínio de 0,72% em junho, também a maior queda da série histórica desde 2010. Na primeira metade do ano, o Índice de Preços do Varejo (IPV) oscilou a uma média de -0,06%, valor muito abaixo da constatada no mesmo período do ano passado, de 0,82%. No acumulado de janeiro a junho, os preços caíram 0,34%.

O IPV é composto por oito grupos e, em junho, sete deles apresentaram quedas nos preços, ficando apenas educação como exceção, em virtude da alta de 0,18%. As maiores retrações foram observadas nos segmentos de transportes (-1,33%), habitação (-1,09%), vestuário (-0,64%) e alimentos e bebidas (-0,54%).

A queda dos preços no grupo de alimentação de bebidas (que tem peso de 13,38% no orçamento) foi motivada, principalmente, pelos itens: maçã (-4,50%), carne de porco (-6,04%), coco ralado (-6,53%), merluza (-6,86%), cebola (-8,22%), cenoura (-9,63%), laranja-pera (-11,29%) e tomate (-21,77%).

O setor de vestuário (com peso de 6,02%) também foi importante para a queda do IPV em junho, com destaque para retrações nos produtos: calça comprida masculina (-0,34%), short e bermuda masculinas (-0,96%), agasalho feminino (-2,35%), vestido (-1,63%), blusa (-2,57%), agasalho infantil (-1,58%), bermuda e short infantis (-1,03%), sapato feminino (-2,84%), bolsa (-2,70%) e tênis (-2,12%). Segundo a FecomercioSP, muito embora o inverno ainda não tenha acabado, uma parte relevante das lojas do varejo já realiza liquidações com intuito de adaptar seu nível de estoque e, por isso, os preços dos produtos tendem a ingressar em uma trajetória descendente.

IPS

Os preços dos serviços, apurados pelo Índice de Preços de Serviços (IPS), passaram de uma alta de 0,70% em maio para uma modesta elevação de 0,09% em junho. Os preços médios dos serviços têm oscilado a uma média de 0,37% ao longo do primeiro semestre do ano, bastante abaixo da média notada no mesmo período de 2016, que era de 0,61%. No período de janeiro a junho, o IPS acumulou alta de 2,23%, e no acumulado dos últimos 12 meses, houve elevação de 5,3%.

Entre os oito segmentos que compõem o IPS, apenas o de habitação (-1,23%) sofreu queda dos preços em junho. Os demais grupos que apontaram variação positiva em seus preços médios no sexto mês do ano foram os seguintes: artigos de residência (1,6%), saúde e cuidados pessoais (0,91%), alimentação e bebidas (0,84%), transportes (0,75%) e despesas pessoais (0,38%). Os grupos de educação e comunicação permaneceram estáveis, assinalando variação nula no mês no contraponto com maio.

Metodologia

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV 181 produtos de consumo.

As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar.

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