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Imprensa

Custo de vida na região metropolitana de São Paulo sobe 0,41% em julho, aponta FecomercioSP

Apesar da alta geral, grupo Alimentação e bebidas, que compromete em média 25% do orçamento familiar, registrou recuo de 0,55% em seus preços

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São Paulo, 31 de agosto de 2016 - Em julho, o custo de vida na região metropolitana de São Paulo (RMSP) subiu 0,41% ante os 0,32% registrados em junho. Apesar de essa ser a maior alta ao longo de todo o ano, o indicador ainda sobe a uma média de 0,19% ao ano, sendo que no mesmo período do ano passado, a média observada era de 0,67%. Essa desaceleração na alta de preços fica mais evidente ao observar a variação acumulada dos últimos 12 meses, que atingiu 3,05% em julho, enquanto que no mesmo período de 2016, os preços subiram 9,24%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Entre os nove segmentos analisados, somente dois apresentaram variação negativa no período: Alimentação e bebidas (-0,55%) e Vestuário (-0,39%). É importante ressaltar que somente o setor que comercializa bens e serviços de alimentação chega a comprometer, em média, um quarto de todo orçamento doméstico, ou seja, possui grande relevância no dia a dia das famílias.

Com representatividade de pouco mais de 16%, o segmento Habitação exerceu a principal contribuição de alta para o medidor do custo de vida em julho na RMSP, encerrando o mês com alta de 2,03%. Transportes também seguiram a mesma trajetória e alteraram completamente a tendência observada em junho: passaram de um recuo de 0,58% para o incremento 0,91% em julho. 

As classes D e C foram as que mais sentiram os aumentos nos preços em julho, com altas de 0,44% e 0,43% em seus custos de vida, respectivamente. Já as classes A e B foram menos impactadas pela alta dos preços e encerraram o mês com variação positiva de 0,28% e 0,36%, respectivamente.

IPV

O Índice de Preços no Varejo (IPV) registrou queda de 0,07% em julho ante o recuo 0,72% observado no mês anterior. No acumulado de janeiro a julho deste ano, o indicador acumulou variação negativa de 0,41%. Já considerando os últimos 12 meses disponíveis, verificou-se alta de 0,41%, muito abaixo dos 10,74% registrados em julho do ano passado.

Os produtos comercializados pelo grupo Alimentação e bebidas passaram de um recuo de 0,54% em junho para uma retração de 0,77% em julho. Entre os subgrupos que sofreram as maiores quedas estão: pescados (-3,92%); cereais, leguminosas e oleaginosas (-3,03%); farinhas, féculas e massas (-0,47%); açúcares e derivados (-2,18%); frutas (-1,24%); e carnes (1,14%). Nos últimos 12 meses, a maior queda foi observada no preço dos produtos feijão-carioca (55,33%) e batata-inglesa (47,42%).

O grupo Saúde e cuidados pessoais apontou queda de 0,42% em julho e contribuiu para a segunda maior pressão negativa no IPV de julho.

Os preços dos grupos Habitação (0,33%), Transportes (0,81%), Despesas pessoais (0,11%) e Educação (0,09%) subiram e impediram uma queda maior do indicador em julho.

De acordo com a FecomercioSP, é importante também ressaltar que, com participação de pouco mais de 13%, o segmento de Transportes foi o que mais favoreceu positivamente no mês (fez o IPV se reduzir menos). Isso porque os combustíveis descreveram alta de 1,45%, sendo 2,18% para a gasolina e 1,40% para o etanol e para o óleo diesel, que sofreram aumento de impostos - PIS e Cofins -, válido a partir de 21 de julho.

IPS

Pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Preços de Serviços (IPS) assinalou acréscimo, de 0,93%, em julho ante o aumento de 0,09%, que havia sido apontado em junho. O indicador acumulou alta de 5,91% no período compreendido entre agosto de 2016 a julho de 2017 e 3,17% nos sete meses de 2017.

A elevação foi motivada pelas altas nos preços dos segmentos de Habitação (2,55%), Artigos de residência (1,41%) e Transportes (1,08%). No sentido oposto, Alimentação e bebidas (-0,22%) foi o único que apresentou diminuição nos preços em julho.

Segundo a FecomercioSP, ainda que o custo de vida tenha acelerado em comparação a junho, os preços praticados na região metropolitana de São Paulo ainda garantem uma situação muito mais confortável para o orçamento familiar do que nos anos anteriores. É muito importante reforçar que mesmo com o baixo dinamismo na economia, não se pode afirmar que as quedas observadas são fruto de uma demanda fraca, especialmente porque as baixas mais relevantes de preços foram vistas nos produtos e serviços que possuem alta relevância na cesta de compras das famílias: alimentação e transporte. No que tange à estrutura de custos na produção agrícola, há menos pressões incidindo neste momento, e isso permite que os preços se reduzam.

A Entidade destaca que, em agosto, todavia, o grupo de Transportes ainda deve sinalizar alta em virtude do aumento dos impostos na gasolina. Apesar disso, não perturbará de forma significativa a trajetória inflacionária.

Metodologia

O Custo de Vida por Classe Social (CVCS), formado pelo Índice de Preços de Serviços (IPS) e pelo Índice de Preços do Varejo (IPV), utiliza informações da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do IBGE e contempla as cinco faixas de renda familiar (A, B, C, D e E) para avaliar os pesos e os efeitos da alta de preços na região metropolitana de São Paulo em 247 itens de consumo. A estrutura de ponderação é fixa e baseada na participação dos itens de consumo obtida pela POF de 2008/2009 para cada grupo de renda e para a média geral. O IPS avalia 66 itens de serviços, e o IPV 181 produtos de consumo.

As faixas de renda variam de acordo com os ganhos familiares: até R$ 976,58 (E); de R$ 976,59 a R$ 1.464,87 (D); de R$ 1.464,88 a R$ 7.324,33 (C); de R$ 7.324,34 a R$ 12.207,23 (B); e acima de R$ 12.207,24 (A). Esses valores foram atualizados pelo IPCA de janeiro de 2012. Para cada uma das cinco faixas de renda acompanhadas, os indicadores de preços resultam da soma das variações de preço de cada item, ponderadas de acordo com a participação desses produtos e serviços sobre o orçamento familiar. 

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