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Economia

Custo de vida sobe 0,32% em fevereiro e preços de educação e saúde são os vilões

Já artigos para o lar (-0,47%) e alimentação e bebidas (-0,30%) representaram as maiores quedas nos preços no mês

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Custo de vida sobe 0,32% em fevereiro e preços de educação e saúde são os vilões

Educação foi responsável por 70% da variação do indicador, com destaque para o ensino fundamental e o infantil
(Arte/TUTU)

O custo de vida para as famílias da Região Metropolitana de São Paulo segue crescendo, mas com menos intensidade do que foi observado no ano passado. Em fevereiro, o custo de vida subiu 0,32% ante 0,25% registrado em janeiro. No mesmo mês do ano passado, o indicador havia crescido 0,98%. No acumulado dos últimos 12 meses o índice registrou alta de 5,15%, porém, no mesmo período do ano anterior o crescimento foi de 10,98% - mais que o dobro do valor apurado neste ano. Com isso, os preços acumularam alta de 0,57% no primeiro bimestre de 2017, sendo que no mesmo período do ano passado a elevação foi de 1,94%. Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social (CVCS), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Os grupos educação (3,85%) e saúde e cuidados pessoais (0,54%) foram os que mais influenciaram na alta do custo de vida. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, a atividade de educação foi responsável por cerca de 70% da variação do indicador, com destaque para o ensino fundamental (7,15%) e educação infantil (7,13%), que apresentaram as maiores elevações de preços no mês. No mesmo período de 2016, o segmento havia apresentado alta de 6,23%. Já o segmento de saúde e cuidados pessoais, que tem peso de 12,6% sobre o orçamento familiar, foi impactado pelo aumento nos preços dos artigos de maquiagem, que cresceram 8,02% no mês.

Em contrapartida, as atividades de alimentação e bebidas (-0,30%), artigos do lar (-0,47%), transporte (-0,14%) e despesas pessoais (-0,04%) apresentaram redução nos preços em fevereiro. De acordo com a Entidade, ainda que tenha acelerado no comparativo com janeiro, o comportamento de baixa desses quatro grupos favoreceu significativamente a contenção do indicador em patamares moderados, visto que suas ponderações (peso sobre o CVCS), somadas, atingem um pouco mais de 54%.

Segundo a Federação, o declínio observado em fevereiro garante alguma folga no bolso dos consumidores, tendo em vista que os alimentos se mantiveram como protagonistas das altas dos preços nos últimos meses e, sozinhos, respondem por praticamente um quarto do orçamento familiar médio.

As classes B, A e C foram as que mais sentiram os aumentos nos preços em fevereiro, com altas de 0,62%, 0,50% e 0,29%, respectivamente. Já as classes E e D registraram queda nos preços e encerraram o mês com variação negativa de 0,19% e 0,11%, respectivamente.

IPV
Após alta de 0,22% em janeiro, o Índice de Preços do Varejo (IPV) apresentou leve queda de 0,04% em fevereiro. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador ainda apresentou alta de 4,57%. Em fevereiro de 2016, o índice registrava variação positiva de 0,95%, e no acumulado de março de 2015 a fevereiro de 2016 a elevação alcançou 10,46%.

O IPV é composto por oito grupos e, em fevereiro, quatro deles registraram variações de preços negativas: despesas pessoais (-0,61%), artigos de residência (-0,54%), alimentação e bebidas (-0,52%) e habitação (-0,28%). No segmento alimentício, as maiores quedas foram vistas nos itens feijão carioca (-16,67%), frango inteiro (-8,98%), mamão (-7,61%), uva (-7,15%), sardinha (-6,54%), melancia (-6,44%), pera (-5,80%), abacaxi (-5,62%), alho (-5,31%) e suco de frutas (-4,98%).

Muito embora estes quatro grupos tenham registrado queda, favorecendo a desaceleração do IPV, o segmento de transportes ficou com a principal alta no mês, assinalando elevação de 0,40%, e no acumulado dos últimos 12 meses, 1,87%. A principal elevação percebida nos produtos do setor foi em autopeças e acessórios (6,40%), que segundo a Entidade, pode ter sido motivada pelo aumento na procura pelos reparos de veículos, que em momentos de aperto monetário, são a melhor escolha ao invés de adquirir um novo.

IPS
O Índice de Preços de Serviços (IPS) registrou aumento de 0,69% em fevereiro, ante a alta de 0,28% em janeiro. O indicador acumulou em doze meses alta de 5,76%, muito abaixo do observado no mesmo período de 2016, quando o IPS assinalava elevação de 11,51%.

Considerando os nove grupos que integram o medidor de preços dos serviços, apenas um acusou recuo em sua variação mensal: transporte (-1,10%). Com alta de 4,10%, a atividade de educação exerceu o maior aumento de preços no mês e fez com que o indicador do segmento atingisse 5,40% em doze meses. A segunda atividade que impactou a alta nos preços dos serviços foi oriunda do grupo de saúde e cuidados pessoais, cuja alta foi de 0,98% no mês e de 11,76% nos últimos doze meses.

Segundo a FecomercioSP, os preços no varejo paulistano estão em uma trajetória mais moderada que a observada no ano passado, o que deve surtir efeitos positivos no sentido de reduzir a restrição orçamentária a que as famílias vinham se submetendo nos últimos anos por conta da alta persistente dos itens (produtos e serviços) básicos.

Para os próximos meses, a Entidade pondera ser provável que haja alta nas despesas pessoais, por conta do aumento nos preços dos cigarros, ocorrido em primeiro de março, assim como deve ser observado também, em abril, alguma oscilação no preços dos medicamentos, pois o reajuste da categoria se deu em 31 de março. Por outro lado, a Federação aponta que, em abril, as contas de luz deverão sofrer uma queda de preços, tendo em vista a descoberta de cobrança irregular que foi feita ao longo de 2016 para os consumidores.

Os alimentos, que comprometem um quarto do orçamento familiar médio, de acordo com a FecomercioSP, devem ainda sofrer alguma pressão originária dos custos de escoamento, que estão elevados por conta da situação precária das estradas. De qualquer forma, a Entidade entende que existe um importante fator que sinaliza para a manutenção dos baixos preços dos alimentos, tendo em vista que as expectativas da safra deste ano são muito favoráveis e as variações na oferta não deverão provocar alterações significativas de preços no restante do ano.

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