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Negócios

Cybercrianças: empresas investem no ensino de tecnologia

Cresce a oferta de cursos de programação, robótica, impressão 3D e outras técnicas para jovens

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Cybercrianças: empresas investem no ensino de tecnologia

“As ferramentas de programação começaram a ficar muito fáceis e as crianças aprendem rapidamente”, disse o dono da escola de programação e robótica SuperGeeks, Marco Giroto
(Perspectiva)

Montar um circuito eletrônico, criar um robô com materiais reciclados, programar e criar games: essas são atividades complexas, mas que estão ao alcance de crianças e adolescentes. Empreendedores viram na tecnologia uma oportunidade de negócio a ser explorada pelos mais jovens.

Uma tendência do mercado é a criação de escolas, oficinas e negócios que focam o ensino de assuntos tecnológicos para esse público. Com equipamentos e grade curricular adaptados, empresários estão investindo em unir aprendizado e diversão, pregando, basicamente, a teoria do "faça você mesmo".

Brechas valiosas                                                                   

Nos últimos três anos, o Brasil começou a dar sinais de que a educação tecnológica para crianças pode ser uma ideia de negócio e viu surgir diversas iniciativas na área. O dono da escola de programação e robótica SuperGeeks, Marco Giroto, teve essa percepção enquanto morava nos Estados Unidos.

Trabalhando em um projeto no Vale do Silício com o público infantil, ele viu que podia ensinar programação também para quem não era adulto. “Percebi que as ferramentas de programação começaram a ficar muito fáceis e que as crianças aprendiam muito rapidamente”.

Giroto teve, então, a ideia de trazer um curso na área para o Brasil. Segundo ele, é provável que as escolas regulares americanas absorvam mais facilmente a temática como conteúdo programático fundamental. Aqui, a expectativa do empresário é que esse movimento seja mais lento, abrindo a chance de cursos livres paralelos abocanharem a oportunidade.

Para o coordenador dos cursos de administração e gestão de Tecnologia da Informação da FIAP, Cláudio Carjaval, é necessário saber aproveitar essa lacuna na educação brasileira. “Precisamos entender que estudar a tecnologia de forma mais prática e resolvendo problemas reais é um conceito novo. As expectativas devem ser alinhadas antes de cada projeto. As empresas precisam se diferenciar, seja no marketing, no modelo de negócio ou naquilo que ensinará em termos de tecnologia e encontrar nichos para se destacar em relação à concorrência"”, indica.

Diversidade nos negócios

A SuperGeeks usou a imaginação na hora de montar a escola. O curso regular dura cinco anos, sendo dividido em dez fases com temáticas que incluem atrativos para o público infantil, como o jogo Minecraft e o desenvolvimento do game. Além disso, a grade curricular é composta de aulas de empreendedorismo e cursos rápidos.

O modelo tem dado certo. A primeira venda do curso, em maio de 2014, rendeu 40 matrículas. “No começo, só tínhamos o dinheiro dos alunos para montar a estrutura”, lembra Giroto. Com um ano de operação, a SuperGeeks resolveu se tornar franquia e, hoje, contabiliza cerca de 2 mil alunos, espalhados em 20 unidades pelo Brasil,“Estamos engatilhando mais 20 para o próximo semestre e mais 30 para 2017”, estima o empresário.

Startup

O Explorum é a prova de que o ramo é valioso. Inicialmente braço da Farofa Studios, a startup, que nasceu no segundo semestre de 2015, ganhou força para ficar de pé sozinha, e a expectativa é que o break even (ponto de equilíbrio) venha em 2018. De acordo com um dos sócios, Eduardo Azevedo, a sacada da empresa foi desenvolver um kit aberto, que deixa o aluno com diversas possibilidades, diferentemente dos que existem hoje no mercado. “O nosso kit vem com MDF todo furadinho, com várias caixinhas, incluindo o Arduino, mais alguns motores, fios e cabos. A criança pluga no computador, faz a programação via linguagem Scratch, monta uma sequência de coisas, transfere para a placa de Arduino, e ele faz com que isso funcione na prática na unidade física. A gente entrega isso para a criança e ela monta coisas com barbante, conduíte, prego, parafuso, tudo o que ela tem em mãos em casa, criando um projeto do que ela quer”, explica o sócio.

A startup espera angariar capital também por meio de consultorias com escolas privadas parater condições de levar o conteúdo gratuitamente a instituições públicas. A expectativa é atender escolas e entregar kits em São Paulo no final deste ano de maneira que, em 2017, a plataforma esteja operando para chegar a outros estados. No quinto ano, a meta é criar brinquedos tecnológicos, como “monte o sistema de irrigação da sua casa” para, então, licenciar a marca.

Entre tantas possibilidades, a tecnologia se faz uma verdadeira aliada dos empreendedores que, com uma ideia na cabeça e sabedoria computacional, transformam o ensino em lucro.

Confira a reportagem na íntegra, publicação pela revista C&S.

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