Economia
17/05/2016Das 13 atividades do setor de serviços, 11 tiveram queda no faturamento em fevereiro
A área da construção civil (-18,6%) foi a que apresentou maior retração no comparativo com o mesmo mês de 2015
O ramo do construção civil continua sentindo fortemente o impacto das crises econômica e política do País
(Arte TUTU)
Em fevereiro, o faturamento real do setor de serviços na cidade de São Paulo recuou 2,8% na comparação com o mesmo mês de 2015 e atingiu R$ 19,3 bilhões, cerca de R$ 560 milhões a menos do que o alcançado naquele período. Com esse resultado, o primeiro bimestre do ano acumulou queda de 4,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os dados são da Pesquisa Conjuntural do Setor de Serviços (PCSS), que traz o primeiro indicador mensal de serviços em âmbito municipal, elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) com base nos dados de arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS) do município de São Paulo, fornecidos pela Secretaria Municipal de Finanças e Desenvolvimento Econômico. O município de São Paulo tem grande relevância nos resultados estaduais e nacionais do setor de serviços, representando aproximadamente 20% da receita total gerada no País.
Das 13 atividades que compõem a pesquisa, 11 apresentaram queda de receita em fevereiro no comparativo com o mesmo período de 2015. A maior retração foi vista na atividade de construção civil, que teve baixa de 18,6% em seu faturamento em relação ao mesmo mês do ano anterior e um impacto negativo de 0,8 ponto porcentual no resultado geral. Segundo a assessoria econômica da FecomercioSP, o ramo do construção civil continua sentindo, intensamente, o impacto das crises econômica e política do País. A instabilidade do cenário e a falta de previsibilidade prejudicam a confiança dos consumidores e dos empresários, que adiam eventuais projetos de reforma ou construção.
Também apresentaram quedas em fevereiro os segmentos de educação (-11,9%); mercadologia e comunicação (-11,8%); serviços jurídicos, econômicos e técnicos administrativos (-2,9%); e Simples Nacional (-2,5%). Para a Federação, os setores estão sentindo o efeito da queda da demanda tanto por parte das famílias quanto das empresas. As únicas duas atividades que registraram crescimento em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2015, foram saúde (17,5%) e representação (5,5%), que juntas, contribuíram para reduzir a variação negativa do total do faturamento real dos serviços em 1,3 ponto porcentual.
Para os economistas da Federação, o crescimento do faturamento real do setor de saúde nos últimos meses pode ser explicado pelo aumento dos custos de alguns procedimentos e consultas médicas, devido, principalmente, à alta do dólar e da inflação. Como parte da matéria-prima utilizada no setor é importada, o aumento dos custos é repassado para o consumidor final. Isso porque se trata de um serviço de primeira necessidade, cuja demanda é menos sensível a variações de preço.
Já a evolução no segmento de representação, de acordo com a Entidade, pode ser explicada pela redução dos gastos empresariais com equipe interna de vendas, por conta dos altos custos trabalhistas. No seu lugar, houve a contratação de representantes comerciais, que muitas vezes são alternativas mais baratas para as companhias em um momento de crise econômica.
Expectativa
A Federação alerta que desde o início do ano passado o setor de serviços já vinha registrando resultados negativos em seu faturamento real, reflexo da retração da atividade econômica, do aumento do desemprego, da queda da renda, da alta da inflação e do dólar e do consequente corte de despesas por parte das empresas e das famílias.
A Entidade acredita que ainda não existem indícios de que este cenário seja revertido em curto prazo e a atividade econômica deverá continuar a apresentar resultados desfavoráveis ao longo do ano. Porém, o desfecho do atual momento político interno será decisivo para a trajetória econômica futura do país.
Todos os direitos patrimoniais relativos ao conteúdo desta obra são de propriedade exclusiva da FECOMERCIO-SP, nos termos da Lei nº 9.610/98 e demais disposições legais aplicáveis à espécie. A reprodução total ou parcial é proibida sem autorização.
Ao mencionar esta notícia, por favor referencie a mesma através desse link:
www.fecomercio.com.br/noticia/das-13-atividades-do-setor-de-servicos-11-tiveram-queda-no-faturamento-em-fevereiro
Notícias relacionadas
-
Legislação
Reforma Tributária: o que muda nos tributos?
Especialistas tiram dúvidas e destacam os principais pontos da legislação durante a live
-
Economia
FecomercioSP e Sindilojas-SP exigem soluções na capital
EconomiaModernização do Brasil é tema central de live
EconomiaTurismo brasileiro cresce quase 8% e consolida recuperação
Recomendadas para você
-
Economia
Transportes sobem quase 5% em 12 meses, mas custo de vida na RMSP desacelera
Custos com saúde e educação também começaram o ano em alta; confira os dados
-
Economia
Endividamento em São Paulo cai pelo segundo mês seguido, mas um terço da renda segue comprometida
Inadimplência também ficou no mesmo patamar de janeiro, atingido duas em cada dez famílias; intenção de consumo sobe 14% em um ano